Incêndio destrói quatro boxes do camelódromo

Incêndio aconteceu na noite de domingo (14)

CARATINGA- Carlos Araújo, Paulo Sérgio, Eduardo da Silva e Walace Oliveira foram surpreendidos na noite deste domingo (14), com a destruição de seus pontos de trabalho. Um incêndio consumiu quatro boxes de números 25 a 28, do Camelódromo de Caratinga, que fica no calçadão da Rua Miguel de Castro, centro. Havia muito material inflamável no local, as chamas se propagaram com facilidade e todas as mercadorias foram perdidas, mas, ninguém se feriu.

Logo que os comerciantes foram informados do princípio de incêndio, eles foram até o local e deram início à retirada de mercadorias dos demais boxes, temendo que estes também fossem atingidos. Infelizmente, se tratando dos proprietários dos quatro boxes onde o fogo estava concentrado, nada puderam fazer e amargaram os prejuízos.

Foi um intenso trabalho realizado pelos bombeiros militares no combate às chamas. Quatro militares atuaram na ocorrência com auxílio de caminhão tanque e os trabalhos duraram mais de uma hora.

Nesta segunda-feira (15), o Camelódromo ficou fechado. O presidente Adriano Viana acompanhava eletricistas que estavam averiguando as instalações elétricas do local. A suspeita é de que possa ter ocorrido um curto-circuito, o que ainda segue em apuração. “É uma situação que ninguém espera de acontecer. A gente não sabe realmente se foi um curto-circuito, tudo leva a crer que foi, mas, isso agora está a cargo da polícia pegar algumas câmeras para ver, mas, acredito que seja isso, criminal eu não acredito. Acho que ninguém faria maldade com camelô aqui não, eles sabem da nossa luta, que só tem gente trabalhador, como a gente trata as pessoas aqui. Penso que foi um acidente mesmo”.

Adriano lamentou o prejuízo dos comerciantes e relatou o desespero no momento do incêndio. “Lamentável, porque ontem (domingo) mesmo a noite viemos para cá, algumas pessoas tiraram as mercadorias com medo do fogo alastrar, mas, ficou em quatro boxes, que são quatro pais de família que levam o sustento daqui para a casa. Queimou tudo, para eles acabou, tem que começar do zero. Não sei como eles vão recomeçar, mas, somos 44 boxes, 44 famílias e vamos unir para ver o que pode fazer para ajudar eles. Essa hora agora é união. Todo dia estamos juntos, chegando cedo e saindo tarde, a gente fica triste por isso, mas, vamos ver o que podemos fazer”.

Conforme Adriano, além da necessidade de verificar a questão, pela suspeita de um curto-circuito ter provocado o incêndio, os comerciantes também decidiram não trabalhar em solidariedade aos colegas que perderam tudo. “Problema de eletricidade, então, não funcionamos hoje, mas, principalmente, por causa dos quatro que perderam o seu local de trabalho. Ficamos comovidos e decidimos não abrir por solidariedade a eles. São quatro famílias que dependem disso aqui para sobreviver, quem puder ajudar esse pessoal, eles precisam”.

BOXES ATINGIDOS

Carlos Araújo, proprietário do box de número 26, afirma que não estava em Caratinga na noite de domingo e foi surpreendido com o incêndio. “Estava em viagem, cheguei aqui era 19h30 e já tinha cessado o fogo. É uma perca muito grande, muita coisa, valores altos, são mercadorias caras e ficamos sentidos. Vendo eletrônicos, controles remotos, bonés, baterias para relógios, acessórios e variedades. Material 100% inflamável. É o ganha pão da gente, onde tiramos todo sustento da família. É tentar recomeçar”.

Paulo Sérgio, do box 28, relata a situação financeira dos comerciantes, que têm dívidas para pagar. “Estamos na luta, muitas vezes fazemos até empréstimo para comprar mercadoria, a luta de cada um é buscar o sustento para dentro de casa e tudo que a gente tinha estava aqui dentro. Com certeza nenhum de nós aqui tem dinheiro no banco, guardado, até questionaram isso, mas, não temos. Inclusive temos até boleto para pagar de empréstimo que a gente faz para comprar mercadoria, que não é fácil, viajar para São Paulo e buscar. Não temos seguro, para ter seguro é complicado, uma burocracia muito grande”.

Ele acrescenta que estão em busca de contribuições para que possam ter novamente um local de trabalho. “Perdi tudo, agora, com a força de cada um é recomeçar.  Inclusive dono de depósito, material de construção, puder ajudar a gente com saco de cimento, azulejo, o pouquinho que puder é importante”.

Eduardo da Silva, que também teve o box 27 atingido, afirma que eles estão se unindo para voltar ao trabalho. “Tudo o que a gente tinha estava aqui dentro, a gente vinha a cada dia trabalhando para sustentar nossa família, nossos objetivos, sonhos, tudo foi perdido. Com a ajuda de quem puder contribuir, vamos começar de novo nossa rotina de trabalho”.

Walace Oliveira finaliza reforçando que o apoio da população será fundamental para que eles possam voltar à atividade. “Coisa triste, a gente não espera isso acontecer com a gente. Perdemos tudo, viemos de uma pandemia, uma dificuldade, ter que arrumar dinheiro, ficamos parados sem trabalhar algum tempo. Então, a dívida vai aumentando e agora as coisas vão ficar mais difíceis pra gente ainda. Lamentamos e contamos com a ajuda da população, quem puder ajudar a gente. Tudo que eu tinha estava aqui, maquinário que eu trabalho com celular, sou chaveiro também, faço cópia de chave, tudo estava aqui, perdi tudo. Só graças a Deus a vida está aí, vamos juntar e sair lá na frente”.

Quem desejar contribuir para que Carlos, Paulo, Eduardo e Walace possam voltar para os seus locais de trabalho, pode fazer sua contribuição através do PIX, chave CNPJ 17.031. 853/0001-93 em nome de Adriano Cândido Viana (Box do Adriano).