BR-458 e avenidas urbanas lideram registros de acidentes. Maioria das ocorrências aconteceu à tarde; jovens e homens são os mais afetados
CARATINGA– O trânsito de Caratinga registrou crescimento no número de acidentes no primeiro semestre de 2025. De acordo com dados do Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais, entre os meses de janeiro e junho, foram contabilizados 493 acidentes no município — um aumento de 36,18% em relação ao mesmo período de 2024.
Do total de ocorrências, 364 resultaram em vítimas, enquanto 129 foram sem vítimas. Esse dado evidencia que, em média, sete em cada dez acidentes ocorridos na cidade geraram algum tipo de lesão. Ao todo, foram 174 vítimas de acidentes de trânsito registradas em 2025, incluindo feridos e mortos.
Os dados mostram ainda que os acidentes ocorrem de forma distribuída pelo território urbano e rodoviário da cidade, mas com maior concentração em trechos específicos. A rodovia BR-458, assim como vias movimentadas como a Avenida Dário Grossi, a Avenida Olegário Maciel e a Avenida Catarina Cimini, figuram entre os locais com maior número de registros. A BR-458 lidera o ranking com 30 acidentes no período.
O levantamento também aponta o tipo de veículo envolvido nas ocorrências. Os automóveis representam a maioria absoluta, com 386 registros, seguidos por 168 motocicletas e 47 caminhões. A presença significativa de motos nos dados é um indicativo de vulnerabilidade, uma vez que motociclistas estão entre os mais expostos a lesões graves.
Quando se observa as causas atribuídas aos acidentes, a principal continua sendo a falta de atenção do condutor, responsável por 192 casos. Em segundo lugar, aparecem causas genéricas relacionadas ao trânsito, como manobras irregulares e condutas indevidas (158 registros). A combinação de imprudência, desatenção e negligência permanece como o maior fator de risco no trânsito caratinguense. Causas como má visibilidade, animais na pista, defeito no veículo, direção sob efeito de álcool e velocidade incompatível também aparecem entre os principais motivos dos sinistros.
Quanto ao tipo de acidente, o choque com objeto fixo ou móvel foi o mais frequente, com 123 ocorrências, seguido de colisões frontais (94) e colisões laterais (81). Os atropelamentos (21 casos) e tombamentos (13) também chamam atenção por seu potencial de gravidade. Os dados reforçam que muitos dos acidentes poderiam ser evitados com atitudes simples, como manter distância segura, respeitar a sinalização e não dirigir sob influência de álcool.
O horário com maior incidência é o período da tarde, com 213 registros, o que representa mais de 43% do total. A manhã contabilizou 132 acidentes e a noite, 126. Já a madrugada concentrou o menor número de ocorrências: 22 casos.
A análise do perfil das vítimas também fornece informações importantes. A maioria dos envolvidos são homens (74,71%) e a faixa etária mais afetada está entre 18 e 29 anos, com 69 vítimas — um público geralmente mais ativo no trânsito, seja como condutores ou passageiros. A maior parte das vítimas se declara parda (85 pessoas), seguida por branca (42). Sobre o grau de instrução, quase 40% dos registros não informaram o nível de escolaridade, mas entre os dados disponíveis, observa-se maior incidência entre alfabetizados e pessoas com ensino médio.
Em relação à gravidade dos acidentes, 115 vítimas sofreram lesões leves, 28 tiveram ferimentos graves ou gravíssimos e 8 pessoas morreram.