ESPECIAL Como crescer na cafeicultura

Analista do Sebrae, Mirelly Cotta Viana (Foto: Arquivo pessoal)

A analista do Sebrae, Mirelly Cotta Viana, fala a respeito dos programas que a instituição fornece ao cafeicultor

 

CARATINGA – O cafeicultor muitas vezes tem dúvidas sobre o seu negócio. As incertezas do mercado podem levá-lo a desistir de empreender. Para isso é fundamental buscar aprimoramento no ramo por meio de programas específicos para esse tipo de investidor como os ofertados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para falar sobre apoio ao cafeicultor, o DIÁRIO entrevistou a analista do Sebrae, Mirelly Cotta Viana. Ela apresentou soluções, abordou a questão dos cafés especiais e ainda comentou a respeito de um evento realizado em dezembro de 2021, onde a café da região pôde ser mais conhecido, afinal, a propaganda é a alma do negócio.

Em relação ao cafeicultor, quais os serviços que o Sebrae presta?

O SEBRAE tem diversas soluções para empresas e ao tratar a propriedade rural como empresa rural nós podemos auxiliar o cafeicultor na gestão do negócio para obter melhor saúde financeira e para aqueles que já comercializam com o público final, há opções de aperfeiçoar o posicionamento da marca e o relacionamento com o cliente.

 

Poderia nos explicar resumidamente como funcionam esses serviços?

Atualmente os cafeicultores de Caratinga – área pertencente à Região das Matas de Minas – estão em uma transição para produção de cafés especiais e isso tem gerado uma demanda grande de atividades para este público, além de serviços em áreas habituais de gerenciamento empresarial, como consultorias para criação de logomarca, cursos de marketing digital, atendimento ao público e criação de governança, também estamos caminhando em parceria com demais entidades de apoio ao agricultor para realização de capacitações técnicas em torrefação, classificação e degustação de cafés.

 

O cafeicultor ainda é muito convencional na produção e venda, ele não se arrisca?

Os cafeicultores da região de Caratinga estão se apoiando por meio de processos associativistas e cooperativistas, isso tem dado ao produtor rural maior força para produzir e comercializar.

 

Algo sempre comentado, mas como pôr em prática no caso do café, agregar valor ao produto?

Há também soluções para fomentar a participação dos jovens na cafeicultura, trazendo mais inovação e tecnologia para a área e nesse sentido importantes atores – Prefeitura Municipal, Sicoob Credcooper, EMATER e SENAR – estão trabalhando em parceria para gerar mais valor para esta cadeia produtiva.

 

Em dezembro do ano, o Sebrae promoveu uma mostra de cafés especiais da região de Caratinga no Shopping Vale do Aço, em Ipatinga. Hoje qual a avaliação desse evento?

Em dezembro de 2021 o SEBRAE apoiou uma mostra cafés no Shopping do Vale em Ipatinga, este evento foi precursor dos demais eventos que os produtores têm levado os seus cafés e consequentemente tornado a região de Caratinga conhecida por ser produtora de cafés de alta qualidade.

CURIOSIDADES

 

Origem

O café é uma planta que tem a sua origem no continente africano, na região da Etiópia. Estima-se que a região da Cafa, na Etiópia, é quem originou o nome de café. Segundo reza a lenda, um pequeno pastor começou a perceber que suas cabras ficavam diferentes, alteradas, quando comiam determinada folhagem (que era a planta de café).

Saindo da Etiópia e indo diretamente para a Arábia, os árabes tentaram manter o privilégio, já que a planta era considerada milagrosa e tinha um papel social muito importante, devido ao seu uso medicinal utilizado na época, para cuidar e curar vários males. Saindo da Arábia, o café foi levado diretamente para o Egito, ainda no século XVI e um pouco mais tarde, chegou a Turquia.

 

 

 

Como o café chegou ao Brasil

Você deve notado que existem estabelecimentos chamados ‘Café Palheta’ em vários lugares. O nome é uma homenagem a Francisco de Melo Palheta, aquele que trouxe as primeiras mudas de café para o Brasil em 1727.

De acordo com o livro “Dos cafezais nasce um novo Brasil” (Editora Quattro Projetos – 2019), de Ricardo Bueno e que conta com a apuração de Bruno Bortoloto e Pietro Amorim, pesquisadores do Museu do Café, o Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta foi enviado às Guianas com o objetivo de fiscalizar um tratado que sinalizava a soberania portuguesa no território. Nessa empreitada também havia recebido ordens secretas de esconder com “todo o disfarce e cautela” sementes ou mudas de café locais a fim de trazê-las para cá.

A partir daí, há duas versões da história: a primeira é um tanto romântica e diz que o Sargento contou com a ajuda de Madame D’Orvilliers, a mulher do próprio Governador responsável por cuidar dos interesses franceses na região, para conseguir seu objetivo. Um tanto apaixonada por Palheta, ela havia colocado discretamente “uma mão cheia” sementes de café no bolso de Francisco – e, destas, teriam saído as primeiras plantações de café do Brasil.

A segunda é mais realista e diz que um pedido feito por Palheta requisitava mão de obra para cuidar de “mil e poucos pés de café e três mil de cacau” que, segundo ele mesmo, teriam sido adquiridas e trazidas das Guianas Francesas. Ainda segundo a obra de Ricardo Bueno, “a intervenção, lendária ou real, dessa mulher, no caso da introducção do café em nossas plagas, […] seria tão somente um motivo poético. Palheta adquiriu em Cayena cinco pés de cafeeiro e muito maior porção de sementes do que as que a tradição attribue á fidalga mão dadivosa de Mme. Claude D’Orvilliers”.

Inicialmente o café foi plantado em Belém, mas a cultura não se difundiu bem devido ao clima e logo depois, foi transferida para o Maranhão, chegando ao estado do Bahia em 1770. Em 1774, essas sementes chegaram ao Rio de Janeiro, sendo semeadas na Chácara Convento dos Frades Barbadinos. E de lá, espalhou-se para os demais estados: Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

Militar e desbravador brasileiro nascido Vigia, Província do Grão Pará, Francisco de Melo Palheta foi funcionário brasileiro a serviço de Portugal. Ele ocupou o cargo de sargento-mor no Pará. Comandou uma expedição ao rio Madeira (1722) e alcançou a foz do Mamoré e seguiu seu curso até atingir a aldeia de Santa Cruz de Cajajuvas, sede de uma missão jesuítica no Peru.

Em nova expedição (1727) subiu o Oiapoque para verificar a existência de marcos fronteiriços e prosseguiu viagem até Caiena, na Guiana Francesa, onde, segundo uma das versões, recebeu clandestinamente da esposa do governador francês Claude d’Orvilliers, um punhado de sementes de café, cuja exportação era proibida pela França, e mais cinco mudas.

Trouxe-os para o Brasil e fez a primeira plantação em suas terras, no município da Vigia, Pará, onde chegou a possuir mais de mil pés. O cultivo do café havia sido introduzido na Guiana Holandesa (1714) e na Jamaica (1718), expandindo-se, a partir de então, pelas regiões tropicais da América do Sul. Conta-se que começaram a chegar a Portugal pequenas partidas de café do norte do Brasil (1731) e que três anos depois (1734) entravam no porto de Lisboa três mil arrobas remetidas pela Companhia Geral do Maranhão e Grão-Pará, numa época em que ainda era pequeno o consumo do café em Portugal.

A serviço de Portugal esteve (1722) explorando o Rio Madeira, que era originalmente conhecido por Caiari, sendo seu relato de viagem publicado por Capistrano de Abreu (1884). Segundo historiadores ele pode ser considerado um dos grandes bandeirantes da Amazônia, ajudando a incorporar a coroa e, consequentemente ao Brasil, uma grande extensão territorial amazônica, ainda virgem e não colonizada. Como a do seu nascimento, a data de sua morte é estimada.

 

Fonte: BrasilEscola – Biografias – Unidade Acadêmica de Engenharia Civil / UFCG

 

 

Café presente na bandeira do Império

O café é tão importante para o Brasil que até figurava na bandeira do Império, ao lado do tabaco, afinal eram esses os dois maiores produtos de exportação à época.

A bandeira foi criada em 1822 pelo desenhista, pintor e professor francês Jean-Baptiste Debret. José Bonifácio de Andrada e Silva, também conhecido como “o Patriarca da Independência”, ajudou Debret na elaboração do projeto da bandeira do Brasil Império.

A bandeira Imperial do Brasil, que vigorou de 1822 a 1889, teve duas versões. As duas tinham fundo verde com o losango amarelo. Porém, a primeira, que vigorou de 18 de setembro a 1 de dezembro de 1822, possuía ao centro um brasão com uma coroa dourada de fundo vermelho (semelhante à da bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves).

Em 1 de dezembro de 1822, através de um decreto, Dom Pedro I fez algumas modificações na primeira versão da bandeira imperial. A principal mudança foi o fundo da coroa que mudou de vermelho para verde. Assim, ficava definida a coroa imperial sobre o escudo do brasão. (Fonte: HistóriadoBrasil.net)

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