CARATINGA- Associação dos Praças do Interior de Minas Gerais (APNM) em Caratinga convida os profissionais da segurança pública para uma megamanifestação, agendada para o 21 de fevereiro, às 9h, na Praça da Estação, em Belo Horizonte.
São convocados profissionais tais como policiais penais, policiais militares, policiais civis, bombeiros militares e agentes socioeducativos. O diretor Cassius Henriques destaca que um dos objetivos da manifestação contra o governo Zema é exigir a recomposição salarial dos servidores da Segurança Pública. “Uma série de maldades, irracionalidades do governador, começando desde 2019, quando teve uma negociação de quase para definir a recomposição salarial de perdas inflacionárias que já estavam desde 2015 sem nenhuma recomposição. Na época, com 42% de defasagem, no qual acertou que faria três parcelas de recomposição e o próprio governador vetou a lei que ele mesmo fez. Só deu uma das parcelas, hoje já chegamos a 50% de defasagem salarial, perdemos 50% do nosso poder de compra”.
Além desta situação, ele frisa a questão do não repasse patronal do IPSM. “Ele não fez o repasse patronal para o plano de saúde da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, deixando o plano de saúde em maus lençóis justamente durante uma pandemia. Tivemos vários militares doentes, que perderam parentes com a doença. Foram uma série de absurdos cometidos, o que está levando a esse movimento desse tamanho”.
Cassius também cita que a manifestação também é contra o projeto de lei do Governo de Minas para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa. “Estamos há sete anos já sem recomposição salarial justa, então, já chegou a 50% de defasagem salarial e também temos a situação de que ele vinculou para poder fazer qualquer tipo de recomposição à aprovação do regime de recuperação fiscal. A questão é que isto destrói as carreiras do funcionalismo público de Minas Gerais completamente. Impede progressões, promoções, quinquênios e aumentos durante nove anos. Seriam mais nove anos além dos sete anos sem nada. Isso é completamente impossível de ser levado à frente”.
A MANIFESTAÇÃO
De acordo com Cassius, há grande expectativa para a manifestação e ainda há vagas para profissionais que desejarem participar. “Estamos com um grupo já com mais de 18 mil pessoas, são 65 ônibus confirmados em todo o estado, além do pessoal da capital também que está com forte presença. Estamos organizando com dois ônibus confirmados, estamos tentando confirmar o terceiro saindo aqui de Caratinga. Quem aqui da região tiver interesse de comparecer, fazer contato pelo telefone (33) 99143-6216. Principalmente, passar recado para o pessoal da ativa que será o principal prejudicado se passar esse Regime de Recuperação Fiscal, que compareçam”.
ORIENTAÇÕES
Carlos Teixeira, que também é diretor da APNM, destaca algumas orientações que estão sendo repassadas aos profissionais da segurança pública, por meio de cartilhas. “Cada ente de segurança pública será orientado pelas suas entidades de classe. Os militares, que não podem ser sindicalizados, vão seguir um padrão das associações. A Polícia Penal, Civil e os agentes socioeducativos vão ser orientados pelos seus sindicatos. Inclusive, o Sindicato da Polícia Civil já teve uma deliberação, já enviou uma cartilha que vão cumprir as operações estritamente legais e ontem (quarta-feira) teve a deliberação da Polícia Penal, que já também lançou nos grupos, páginas oficiais do sindicato, orientando como vão ser realizadas as atividades no âmbito prisional”.
Carlos acredita que o movimento deste ano terá forte adesão da categoria e reforça o objetivo da manifestação. “Em 1997 ficou muito conhecido até com a perda de um líder na época. E agora estamos prevendo que essa manifestação seja a maior de todos os tempos. Dia 21 vai ser histórico. Queremos deixar bem claro que a segurança pública não quer aumento, quer simplesmente a perda salarial, a perda inflacionária que há sete anos não é reposta. Quando o governador assumiu o argumento dele sempre foi que pegou um estado quebrado e nós entendemos, tanto é que fomos orientados na época de não iniciar nenhuma negociação. Deixamos que passassem praticamente dois anos, iniciamos uma conversa que durou quase um ano. Ele reconheceu, logo em seguida, caminhou para outro lado, dando aumento para outras entidades. Nossa luta é a incoerência dele, precisamos mostrar para ele que a segurança pública precisa ser ouvida”, finaliza.