CARATINGA – A Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Caratinga concluiu mais um curso de formação profissional, capacitando 19 recuperandos na área de panificação. A formatura se deu na manhã desta sexta-feira (22). A iniciativa, realizada em parceria com o Instituto Federal do Sul de Minas (IEF), tem como objetivo a ressocialização e a preparação para o mercado de trabalho dos participantes.
Adriana Luppis, gerente da APAC, destacou a importância do curso. “A APAC está muito feliz hoje, porque estamos concluindo mais um curso em parceria com o IEF de Minas Gerais, ministrado aqui na APAC de Caratinga, com o intuito de capacitar e profissionalizar os nossos recuperandos. Hoje são 19 formandos que estão encerrando o curso de padaria e nós estamos muito felizes com isso porque é uma oportunidade para que eles possam se ressocializar e ser inseridos ao mercado de trabalho”, disse a gerente.
Ela explicou que os cursos são promovidos para garantir oportunidades de emprego aos recuperandos. “A APAC tem parceria com o Sistema S, com o Estado, com o intuito de capacitar os nossos recuperandos. O nosso objetivo é profissionalizá-los para que eles possam sair para o mercado de trabalho, ter uma chance, uma oportunidade de emprego. Nesse momento, eu venho até solicitar a empresários do ramo de padaria para que possam dar a oportunidade de vir aqui conhecer a nossa padaria, no qual temos aqui dentro da instituição. Os nossos profissionais que estão saindo capacitados produzem pães, pizzas e outras guloseimas, todas feitas pelos nossos recuperandos. São cursos sérios, com 300 a 400 horas de duração, onde eles têm a oportunidade de se capacitar.”
Sobre como a população pode adquirir os produtos feitos pelos recuperandos, Adriana informou que “temos o Instagram da APAC para que possam fazer os pedidos. Temos pessoa que leva até vocês, entrega. É só fazer o pedido e vir conhecer também o nosso trabalho.”
Atualmente, a APAC de Caratinga abriga 150 recuperandos, divididos em dois regimes fechados (80 e 38 vagas) e um semiaberto (32 vagas). Adriana explicou o processo de seleção: “São pessoas que estão cumprindo pena na comarca de Caratinga, no presídio de Caratinga, e quem coordena essas questões das vagas é o juiz da execução. A pessoa precisa estar cumprindo pena, ser condenada, estar na lista de pedido no sistema comum, e, à medida que surgem vagas, o juiz da execução decide a transferência.”
O recuperando Wemerson Ventura Batista, um dos formandos, comentou sobre a experiência. “Estou aqui na APAC há mais de dois anos. Foi ótimo, uma boa aprendizagem. Já fiz vários outros tipos de curso aqui também. Isso foi uma novidade, algo novo para adquirir no mercado de trabalho. Para mim foi ótimo”, declarou.
Ao ser questionado sobre as perspectivas de trabalho após a conclusão do curso, Wemerson afirmou que “dá demais. É uma área muito boa. Hoje no mercado está sendo muito requisitada, muitas pessoas comentam. É uma área que está precisando muito de profissionais.”
O professor Matheus Barbosa, proprietário da Padaria Marques, em Caratinga, falou sobre a experiência de ministrar o curso. “Hoje estou aqui representando o IEF Estúdio de Minas. Estamos entregando para o mercado de trabalho 19 padeiros formados. Foi ensinada a prática da panificação, todos os tipos de pães, um pouco de confeitaria seca. Foram 200 horas de curso, tanto prática quanto teórica, dentro da unidade. Estamos formando eles para futuramente atender o mercado de trabalho em Caratinga e região”, afirmou.
Ele destacou que os formandos estão preparados para o mercado: “Hoje são 19 formandos preparados para atender o mercado de trabalho. A área da panificação na cidade e na região está escassa, precisando de mão de obra. Hoje entregamos mais 19 profissionais capacitados.”
O juiz de direito Consuelo da Silveira Neto, presente na formatura, ressaltou a importância da iniciativa. “Mais um dia importante para a APAC de Caratinga e, consequentemente, para a nossa comunidade. 19 recuperandos hoje recebem o diploma de padeiro. É uma parceria com o Instituto Federal do Sul de Minas. Agradecemos ao professor que esteve aqui durante o curso. Essas pessoas, quando terminarem de cumprir a pena ou ganharem a liberdade, estarão prontas para servir à sociedade, contribuindo para a justiça social. Um dos princípios da execução da pena é a ressocialização. É fundamental que os presos possam retornar à sociedade com uma profissão, ensino médio ou superior completo, sendo fator de transformação para suas famílias e para o meio social onde todos vivemos”, explicou o magistrado.
Conforme a direção, o curso reforça o compromisso da APAC de Caratinga com a ressocialização e a preparação de recuperandos para um futuro produtivo, oferecendo ferramentas que permitem reinserção social e profissional efetiva.
