AOS 87 ANOS, MORRE O CAPITÃO DA INDÚSTRIA

Wantuil Teixeira de Paula deixou seu nome marcado na história do empreendedorismo do interior de Minas Gerais 

CARATINGA – O empresário Wantuil Teixeira de Paula morreu na madrugada de ontem, aos 87 anos. O velório foi dividido em duas etapas, a primeira em sua residência, na Rua Coronel Pedro Martins, depois o corpo foi levado para o auditório Celso Simões Caldeira, no Centro Universitário de Caratinga (UNEC). Durante o dia, centenas de pessoas foram prestar homenagens ao homem que ficou conhecido como ‘Capitão da Indústria’ e se tornou uma dos maiores empreendedores do interior de Minas Gerais.

Chegando ao trabalho, lia as notícias (foto: Arquivo DIÁRIO)

PETISCO & MARA S/A

Junto de outros sócios, o empresário Wantuil Teixeira de Paula fundou a empresa Petisco e Mara em 1º de abril de 1956. Com o passar do tempo, os demais sócios deixaram a empresa, Wantuil passou administrá-la e se notabilizou pela produção de biscoitos e macarrão.

Sobre o nome da empresa, senhor Wantuil disse que incialmente era ‘Alimentícia Santa Cruz Ltda.’ e foi instalada nas proximidades do Caratinga Tênis Clube. Depois a fábrica de macarrão recebeu o nome de ‘Mara’. Em seguida, vieram os biscoitos ‘Petisco’ e ele decidiu fundir o dois nomes. Inicialmente eram 27 funcionários, hoje a empresa gera cerca de 400 empregos. A fábrica de biscoito é em Caratinga e a de macarrão está

Velório aconteceu inicialmente na casa do empresário, depois o corpo foi levado para o auditório Celso Simões Caldeira

localizada em Santa Rita de Minas.  A produção mensal chegou ao final de 2014 a 1,5 milhões de quilos de macarrão e 2 milhões de quilos de biscoito.

Outra característica de senhor Wantuil era sua simplicidade. Como declarava, gostava de conforto, mas não de luxo e sempre investiu no aprimoramento de sua empresa.

Ele também teve compromisso constante com obras sociais e projetos filantrópicos, fundamentais para fazer com que a prosperidade experimentada há décadas pela Petisco & Mara se irradiasse para pessoas carentes sem vinculação direta com a empresa.

Até ficar acamado, senhor Wantuil nunca deixou de trabalhar. Ia todos os dias à sua empresa e continuava a mostrar a garra e o mesmo entusiasmo da juventude.

Sepultamento aconteceu na tarde de ontem

CINE BRASIL

No dia 6 de julho de 2012, teve início a demolição da fachada do Cine Brasil. Os proprietários desejavam construir um novo e moderno prédio para abrigar um centro comercial. Um grupo de pessoas se manifestou pedindo que não houvesse o prosseguimento dos trabalhos, mas a preservação do prédio.

Em 2009, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Caratinga iniciou o processo de tombamento do prédio do Cine Brasil, pertencente à Distribuidora de Tecidos São Thiago LTDA – ME, uma das empresas do grupo comandado por Wantuil Teixeira de Paula. O juiz José Antônio de Oliveira Cordeiro, compareceu ao local e determinou a suspensão do serviço.

Caixão foi carregado pelo TG

Na ocasião, os proprietários do prédio apresentaram cópia do Decreto Executivo 1336, emitido pelo então prefeito João Bosco, em 18 de junho e publicado no dia 24, estabelecendo o arquivamento do processo de tombamento do Cine Brasil, assim como o alvará da Prefeitura, assinado pelo prefeito, autorizando a realização da obra de construção de um prédio no terreno onde está o antigo cinema, com 833 metros quadrados de área construída.

Mas, o juiz Alexandre Ferreira, em resposta a uma ação civil pública cautelar preparatória impetrada pelo Ministério Público contra a Distribuidora de Tecidos São Thiago Ltda., empresa pertencente à Wantuil Teixeira, decidiu pela suspensão do decreto que determinou o arquivamento do processo de tombamento do Cine Brasil e do alvará para execução da obra, impedindo o proprietário do imóvel de demolir ou descaracterizar o prédio, sob o risco de multa de R$ 5 milhões, em caso de desobediência.

Pessoas se emocionaram e mostraram gratidão ao senhor Wantuil

Sobre a demolição, senhor Wantuil apresentou seus argumentos conforme entrevista concedida em maio de 2015. “Eu acho que não deixei de cumprir a minha obrigação como exibidor de cinema. Não há nenhuma cidade do interior, atualmente, que tenha cinema. Vocês podem até fazer uma pesquisa, a não ser no shopping. Só shopping é que tem. Particularmente, não há em nenhuma outra cidade, todos fecharam. Porque não tinha mais público. Então, não há mais cinema”.

No dia 6 julho de 2015 foi autorizada a demolição do Cine Brasil e esses trabalhos tiveram início assim que os proprietários receberam a notícia. A Justiça decidiu que o imóvel não tinha valor histórico ou cultural. E mais uma vez a demolição foi embargada, o que aconteceu no dia 10 de julho, mas boa parte do prédio já tinha vindo abaixo.

À época, senhor Wantuil convocou a imprensa e deu a seguinte declaração: “Na década de 70 já era difícil manter o cinema, já que os lares passaram a contar com mais aparelhos de TV. A televisão substituiu o cinema. Eu mantive o espaço durante um tempo. Em 1985 o Cine Itaúna deixou de funcionar, nós insistimos, mas não foi possível”, pondera.

Ele também comentou que “muitos queriam alugar este imóvel. Eu tinha a intenção de fazer um prédio bonito. Claro que existem os saudosistas, aqueles que acompanharam a trajetória do Cine Brasil. Eu me lembro da inauguração, era um rapazinho, tinha uns 16 anos. É triste derrubar o prédio. Aqueles que iam ao cinema quase todos os dias precisam ser respeitados, mas não cabe protesto por parte daquelas pessoas que nunca foram ao cinema”.

Outra declaração foi essa: “Não é possível que um imóvel com este valor no centro de Caratinga ficasse à toa? O dono do lote teria que ser indenizado caso insistissem no tombamento. Agora vamos repensar e fazer uma coisa bonita pra cidade. Algo que seja de acordo com o local. Porém temos que pensar, pois estamos vivendo um momento difícil no país”.

Em determinado momento, afirmou: “Eu trabalhei 20 anos, dia e noite com as minhas fábricas para pagar isso e agora está nessa situação. Eu queria o lote liberado para fazer uma construção para enfeitar a cidade, mas infelizmente está preso por essa gente que não entende de nada. É isso que acontece com a gente que trabalha; que gera empregos e acaba nessa situação. Isso me entristece”.

Wantuil Teixeira de Paula morreu sem conhecer o final dessa história.

 

Discurso do senhor Wantuil Teixeira de Paula ao receber homenagem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

No dia 7 de agosto de 2014, a Petisco & Mara S/A recebeu homenagem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pelo, então, 58 anos de existência. Senhor Wantuil compareceu à solenidade e fez um discurso onde falou de sua vida. Esse pronunciamento é reproduzido em sua íntegra, pois ninguém melhor do que ele para contar a sua trajetória:

“O momento é importante e emocionante. Nesta altura da vida, é bom receber um prêmio dessa natureza. Exmos. Srs. Deputado Adalclever Lopes, que preside esta reunião, representando o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro; Natália Silva Teixeira Rodrigues de Oliveira, minha filha; deputado federal Mauro Lopes, meu amigo, além de deputado, meu compadre, padrinho de um filho meu; Marco Antônio Junqueira, prefeito de Caratinga, muito prazer em ter você aqui – posso considerá-lo quase meu sobrinho porque seu pai era quase meu irmão; Hélio Donato Dornelas, prefeito de Santa Rita de Minas, onde está uma unidade das minhas fábricas; Walter Zwicker Esbaille Júnior, juiz da Vara da Infância e Juventude de Caratinga, muito obrigado pela presença, grande representante; deputado André Quintão, autor desta homenagem, muito obrigado pelas suas palavras, não estava preparado para recebê-las, mas, como a vida sempre oferece certas surpresas, recebo esta homenagem com muito amor, muita alegria e honra; meus amigos de Caratinga que aqui estão para me homenagear, muito obrigado pela presença. Vocês são muito importantes para mim, que trabalho ainda nesta idade. Estão aqui também a imprensa de Caratinga, pessoas amigas como o Humberto e a D. Neide e também outras representantes da imprensa de Caratinga. Agradeço de coração a essas pessoas tão ilustres, até mais do que o homenageado. Muito obrigado.

Vou ler umas poucas palavras que preparei para este momento. Tive de escrevê-las porque, infelizmente, guardar tudo não é fácil, mas elas não vão levar muito tempo. É com muito orgulho que encaro a homenagem que V. Exas. me fazem nesta oportunidade, num espaço nobre como este. Uma coisa assim me honra porque sei que esta Casa já produziu vários nomes ilustres e vem escrevendo, muitas vezes com o sacrifício da própria vida, a história de Minas e do Brasil. Fico lisonjeado e engrandecido por ter sido descoberto numa pequena cidade do interior de Minas Gerais.

Nasci em um circo, em Bom Jesus do Galho, quando o hoje município ainda pertencia a Caratinga. Foi acidente, porque meus pais estavam de viagem. Nasci sem recursos, sem médico e sem imunidade a doenças que grassavam na época. Até os 17 anos trabalhei na roça e em serviços pesados para sobreviver. Mas minha mãe queria o filho grande, urbano, cosmopolita. Mandou-me para Caratinga tentando fazer com que eu andasse pelos melhores caminhos. E, sempre que eu acertava, me estimulava me ensinando que a gente tem que pensar grande. Seus conselhos e ações foram da maior importância em minha vida.

Casei-me com uma bela moça, irmã de um José. Era um José qualquer e, também como eu, matuto do interior, o que seríamos a vida toda, não fossem as facilidades do momento, nossa ambição, tenacidade e muito, muito trabalho. Em Caratinga, consegui conquistar minhas indústrias e meu patrimônio, a que muitos exagerados hoje chamam de império.

Este Zé foi meu colega num pequeno quarto de pensão. Saíamos nos sábados para irmos ao cinema e nos domingos irmos juntos ao Clube Municipal, éramos grandes amigos. Depois foi meu sócio, nos primeiros dias em nossa fábrica de macarrão. Mais tarde tornou-se meu cunhado. Ele foi político também. Foi senador e chegou, com sua garra e influência, à Vice-Presidência da República. E teria conquistado a Presidência, se a terrível doença não o tivesse levado tão cedo. Esse Zé, de quem falo com tanto orgulho, é o Zé Alencar, que todos conheceram.

Nasci, como disse, em Bom Jesus do Galho e mais tarde fui para Itanhomi, depois de passar por outros grotões pobres de nossa Minas Gerais. Entre outros serviços, cortei cana na lavoura, capinei, plantei e colhi. Em Caratinga, meu primeiro trabalho foi em uma pensão. Eu apanhava água na bica para os hóspedes se banharem. Eu colhia palha de café para o pessoal da pensão poder cozinhar a comida dos hóspedes. Ao final desse serviço, eu ia para a estação ferroviária buscar hóspedes para essa pensão. Eu tinha que provar que era a melhor pensão do mundo. Não era, mas eu tinha de convencê-los de que fosse. Hoje é moda a comida caseira. E o antigo banho de caneca, comum na época, hoje chamamos banho de cavalo.

Graças a ter me tornado um empresário, fui obrigado a viajar por todo o Brasil à procura de farinha e ir até a Europa, para ver de perto as máquinas que devia adquirir. Nunca fui à Europa ou a nenhum lugar a passeio, sempre a trabalho. Não tive muito tempo ocioso, nem para mim, nem para minha esposa, nem para as filhas. Tive muitas chances de deixar Caratinga, mas o amor à terra, ao trabalho e às minhas fábricas não me deram tempo para pensar nisso. E o tempo foi passando. Hoje, com 85 anos, percebo que passou. Não me arrependo de nada que fiz, mas sinto desejo de fazer o muito que ainda não fiz.

Muitas vezes, as pessoas julgam um negócio pelo seu tamanho, esquecendo a importância social do mesmo. Nossa modesta empresa já conta com mais de mil pessoas, que aqui iniciaram sua vida profissional e aqui se aposentaram. Isso não é um marco importante?

Continuo adquirindo máquinas, investindo, aperfeiçoando meu trabalho. Não sei quando vou parar, mas quero deixar tudo pronto e organizado. O senso comum diz que ninguém fica para semente, mas quem sabe?

É com muita honra que vim aqui dar satisfação de minha vida. Estou felicíssimo por ser homenageado por esta Casa honrosa, que abriga cidadãos tão ilustres e distintos. Muito obrigado”.

 

Fani se emociona. Ela foi casada por quase 40 anos com senhor Wantuil

O adeus ao senhor Wantuil

A notícia da morte de senhor Wantuil Teixeira de Paula, comoveu Caratinga e região. Muito emocionada, Fani de Fátima Pereira, 57 anos, foi casada com Wantuil por quase 40 anos. Fani contou que ele estava dormindo quando houve o rompimento de uma fístula em seu braço (canal criado cirurgicamente com finalidades terapêuticas), por onde o empresário fazia o tratamento de hemodiálise. Fani relatou que há cinco anos adotaram o Francisco. “Wantuil era meu pai, meu amigo e meu marido, sempre estivemos juntos, quando ele adoecia eu largava tudo para cuidar dele. Não sei como farei sem ele”, disse Fani.

Wantuil deixou nove netos, uma bisneta, seis filhas, (eram sete, no entanto Maria do Carmo faleceu há seis meses vítima de infarto) e o pequeno Francisco adotado por ele junto com Fani, há cinco anos.

O irmão do empresário, Sebastião Garcia Matos Filho, 89 anos, o conhecido “Tanico da Pestisco”, emocionado preferiu não falar.

O velório começou logo cedo na casa do senhor Wantuil e ao meio-dia, o corpo foi levado para o auditório Celso Simões Caldeira, no UNEC, onde tem mais espaço. Centenas de pessoas que já trabalharam para o Wantuil, amigos e parentes foram dar o último adeus ao dono da Petisco & Mara.

Adalclever Lopes veio se despedir do senhor Wantuil

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e deputado estadual Adalclever Lopes também esteve no velório. “Primeiro perdi um grande amigo, estou deputado hoje porque quem me lançou na época foi Wantuil, era presidente do PMDB. Merece todas as honras da cidade, era grande promovedor de emprego e renda de Caratinga e região. Venho trazer sentimento da minha família de profundo pesar. Perdemos o capitão das indústrias, exemplo de empresário, tenho certeza que estará num melhor plano olhando por nós”.

Carolina Lourenço da Silva Teixeira de Paula Miguel, filha mais nova de Wantuil

Várias pessoas deixaram depoimentos sobre o que Wantuil representou em suas vidas: 

“Meu pai era um homem honesto, empreendedor, bravo, impôs respeito até seu último dia vida, ensinou suas filhas a trabalharem, não terem preguiça, respeitarem o próximo, serem justas, cativarem, serem gratas. Esse era o meu pai, que sempre lutou pela vida, aos 63 anos teve

problema de fígado, transplantou, o rim parou, mas se recuperou, sempre trabalhou, preocupou com seus funcionários e deixou um legado para as filhas muito grande, todas herdaram sua honestidade e gratidão”.

Liliana Perez Teixeira de Oliveira, filha

“Sempre o visitava e desde janeiro comecei a passar a noite ajudando a Fani aqui, ele era muito alegre. Foi uma grande perda”. Rosana Maria Ribeiro Bragança, sobrinha

“Tenho recordações de infância maravilhosa, papai era super presente, fazia questão de nos levar a todos os lugares, em clubes, na escola, brincava, depois a recordação dele mais velho, foi de um guerreio, lutou contra muitas coisas que passou na vida. No final estava muito debilitado. Tinha um amor absurdo por Caratinga, teve propostas para sair daqui, mas não quis”.

 

Ziraldo

“Se lá no céu estava faltando mais um grande empreendedor, agora não falta mais: Wantuil chegou lá. Quero me associar ao pesar de todos da família do grande empresário Wantuil Teixeira de Paula, rogando aos céus conformação para todos. Taí um empresário que há de ser sempre lembrado, por seus incontáveis feitos na indústria caratinguense”.

Agnaldo Timóteo

“O nosso glorioso Botafogo de Futebol Regatas, perde um grande aficcionado, com o desenlace do meu amigo incondicional Wantuil Teixeira de Paula. A nossa Caratinga muito ficará devendo a esse cidadão dos mais ilustres do empresariado mineiro. Sempre tive uma grande admiração pelo seu trabalho e pela sua dedicação às nobres causas. A Wantuil o preito de saudade do sempre amigo”,

 

Humberto Luiz -Diretor Presidente do Sistema Caratinga de Comunicação
Humberto Luiz

“Serei eternamente grato ao Sr Wantuil Teixeira de Paula pelo apoio que sempre soube dispensar às minhas atividades na imprensa de Caratinga. Ele sempre foi o grande colaborador de que me vali em todos os momentos em que a ele recorria. Nunca deixou de prestigiar as boas iniciativas através de uma participação comunitária das mais importantes. Vamos sentir muita a sua falta, Sr. Wantuil”.

Miriam Mangeli

“A nossa Assembleia da Fundação Educacional de Caratinga não será a mesma sem a presença do nosso companheiro Wantuil Teixeira de Paula. Ele foi um baluarte também como membro atuante do órgão maior da Funec. O seu desenlace cobre de luto a nossa instituição, na qual ele deixa uma vastíssima folha de bons serviços prestados à causa educacional de Caratinga”.

 

 

Camilo Lucas

“O sr. Wantuil Teixeira de Paula foi um grande homem. Empreendedor, filantropo, um dos pilares da sociedade caratinguense, na indústria, no comércio e na geração de empregos, e também no convívio amistoso com todos. Um homem que deixou seu nome escrito com honra na história de Caratinga”.

Fraimo, o “Guarani”

“Uma perda muito grande, segundo pai para mim, me ajudou muito. A sociedade perde muito, grande empresário”.

 

 

 

José Francisco da Costa, serviu Tiro de Guerra com senhor Wantuil em 1948, primeira turma

“Sempre foi um amigo. A festa do Tiro de Guerra ele conseguiu para nós na casa dele, em Santa Rita de Minas. Foi um homem lutador, começou de baixo e chegou longe”,

 

Manoel Jacinto, o “Manoel Boca”

“Caratinga hoje está órfã de um grande homem, de um grande pai, um pai no sentido que cria, que gera vida, senhor Wantuil era isso, aonde a gente chegava, estava ali aquele homem trabalhando para o progresso, muitas famílias se alimentaram, pagaram aluguel, viveram, constituíram seus filhos, a partir do empreender do Sr. Wantuil e não só em Caratinga, mas Nordeste, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, toda Minas Gerais tem vendedores de macarrão. Ele é o pai de tudo isso. Tempos atrás fui visitá-lo e me doeu muito porque estava sentado numa cadeira de rodas, mas me mostrou uma máquina que estava sendo montada por pessoas da Holanda. Caratinga está perdendo o capitão da indústria, um homem que Deus chamou de Wantuil”.

 

Sebastião Cornélio Pereira, funcionário da Petisco

“Realmente Caratinga e uma região muito grande está de luto, a Petisco & Mara abrangeu vários estados. A gente fica triste e reconhecemos o desenvolvimento que ele trouxe para Caratinga, gerou empregos e ajudou muitas pessoas. Temos que agradecer a Deus, pedir que ele seja abençoado no céu e para que sua família continue fazendo o trabalho que ele deixou”. Mário Éber – Supermercado do Irmão

“O Wantuil foi um exímio comandante, empresário de grande porte, intelectual. Ele levou o nome de Caratinga junto com o macarrão Mara, praticamente para o mundo inteiro, pois já chegamos até a exportar macarrão. Durante esses 40 anos que trabalhei com ele, só aprendizado. Uma grande pessoa. Muito honesto e trabalhador; todos os dias ele estava na empresa. Contribuiu para a toda a região, dando emprego e divulgando o nome da cidade por onde ele ia. Foi presidente do Esporte Clube Caratinga, maçom, esses clubes todos sociais ele passou. A região está perdendo um grande comandante e eu praticamente um pai”.