CARATINGA– A Associação Amigos dos Meninos Assistidos de Caratinga (AMAC) deu início, nesta quarta-feira (30), ao processo de capacitação da equipe técnica, incluindo colaboradores e candidatos às novas vagas que irão atuar diretamente no acolhimento de meninas. A formação acontece após a instituição ampliar seu convênio com a Prefeitura Municipal de Caratinga, passando a atender crianças e adolescentes de ambos os sexos, de 0 a 18 anos.
A mudança ocorre após a suspensão judicial das atividades do Lar das Meninas, que até então concentrava o acolhimento feminino na cidade. Para garantir a continuidade da proteção integral a esse público, a Secretaria de Desenvolvimento Social firmou o novo convênio com a AMAC, que já possuía estrutura adequada e experiência no acolhimento de meninos. A unidade agora conta com ambientes internos adaptados.
Durante a abertura da capacitação, o presidente da AMAC, Elizeu Fagundes Lopes, reforçou o compromisso institucional com a qualidade do acolhimento. “Nós estamos nos preparando adequadamente, conforme a lei nos orienta como instituição, para a gente poder fazer a institucionalização dessas crianças de forma devida e de forma que a gente possa realmente fazer diferença na vida de cada uma delas”, afirmou.
O primeiro dia de formação foi conduzido pelo psicólogo Edervânio de Souza, que destacou a importância de compreender o papel das instituições e o momento de transição vivido pela AMAC. “Hoje a instituição AMAC inicia um processo de capacitação com novos servidores que chegam para compor o quadro junto com os que aqui já trabalham. Iniciamos falando sobre a história do acolhimento, por que crianças precisam ser acolhidas, por que as instituições existem, que tipo de trabalho é esse”, explicou.
Segundo o psicólogo, é essencial que os profissionais compreendam que o processo de qualificação deve ser contínuo: “Agora, atentos a esse momento que vivenciamos, onde a AMAC amplia a oferta dos serviços, passando a atender, a partir de agora, meninas. Com isso, pretendemos capacitar esses profissionais para os desafios que vão enfrentar. E chamamos a atenção para a importância de que essas capacitações precisam ser continuadas. Não é uma capacitação que inicia e termina aqui, mas uma construção que precisa ser diária”, frisou.
Edervânio também reforçou a missão da AMAC dentro do sistema de proteção. “A instituição oferece acolhimento, cuidado, proteção às crianças que vivenciam alguma situação de risco e que precisam ser temporariamente afastadas de seus lares. O objetivo das instituições é justamente esse: garantir que essas crianças, enquanto tem alguém cuidando das famílias, recebam o cuidado e a atenção necessária para enfrentar esse momento, que para elas também é muito difícil”, destacou.
Com 20 vagas totais, a AMAC manterá sua capacidade de acolhimento, agora distribuída entre meninos e meninas, conforme a demanda. Fundada em 1996, a instituição atua com uma equipe multidisciplinar, composta por coordenador, assistente social, psicóloga, pedagoga e cuidadores.