O Que Nos Espera…

“Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder.” – Dilma Rousseff

 

Dia 02 de outubro de 2022, o povo brasileiro foi às urnas para “decidir” o futuro do Brasil… pelo menos, essa é uma vaga ideia que a grande maioria das pessoas parecem compartilhar, expressando uma grande fé no poder de seu voto, e a esperança de que, através de sua escolha, as coisas logo entrarão nos eixos e se resolverão.

Mas, se olharmos para a situação mundial, e para os rumos que o mundo está tomando, perceberemos que, não importe quem vencerá as eleições, pois os males que já estão atingindo o mundo, também virá nos atingir, como um trem em alta velocidade, de maneira que, ao situarmos os resultados das eleições no contexto do mundo atual, e com o que já está por vir, seria fácil de concordar com uma famosa frase de uma conhecida ex-presidente quando disse que “nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”. A frase confusa de Dilma Rousseff nunca foi tão aplicável como em nosso contexto atual.

A partir dos acontecimentos mundiais atuais, e com o agravamento dos mesmos, que já se demonstram inevitáveis, é fácil perceber que o resultado das eleições não trará as melhorias tão esperadas por toda a população, independentemente de quem vencer o pleito eleitoral.

Muitos dos problemas que aconteceram nesse último ano e que foram, e têm sido, motivos de grandes reclamações por parte de toda a população, vieram a acontecer como consequências de todas as mudanças que ocorreram no mundo todo, tendo a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia como principais agentes de todas as mudanças ocorridas nos últimos anos, mudanças essas que, em sua maior parte, não foram nem um pouco boas, trazendo enormes problemas para todos, dentre eles, uma grande variedade de problemas econômicos, e que foram, justamente estes, os mais sentidos por todos, e de diferentes maneiras.

Mas, todos esses problemas mundiais que estão nos afetando não cessarão com as consequências de nossa política nacional, não importa quem vença. A crise e os problemas que já estão vindo a passos largos em nossa direção são muito maiores do que muitos imaginam, e poucos serão os poderes que o novo líder da nação terá para reduzir os impactos em nosso país. E, o pior de tudo, por vários motivos, poucos são os que estão reportando a verdadeira realidade do mundo e o tamanho do problema que teremos que enfrentar em 2023. Assim, por não estarem nos mostrando a verdadeira realidade do mundo, e absortos em nossa política, achando que tudo se resolverá a partir dela, os problemas que já assombram o mundo, quando chegarem para nós, ficarão, como sempre, nas costas do candidato eleito que, já assumirá um país que está tentando se recuperar de todas as crises geradas pela pandemia e pela guerra, e que se somarão a estes problemas, uma nova gama de problemas e crises que já, nesse momento, está afetando várias nações, enquanto nós, estamos na busca de “melhorias” através do pleito eleitoral sem ter noção alguma do tamanho do tsunami que está vindo em nossa direção. E, além das questões externas, o resultado do nosso próprio pleito eleitoral também trará consigo uma enorme crise política, e isso, independentemente de quem ganhar ou perder.

Então, o resumo da ópera é: não espere melhorias para 2023 e para os próximos anos, espere, menos ainda, melhorias vindas dos resultados de nosso pleito eleitoral, pois, independentemente do resultado, ainda nos próximos meses todos os problemas que têm afetado os outros países chegarão até nós, mais uma vez. Em um panorama mundial, seremos afetados pelas crises e os problemas que já estão afetando vários países e, no âmbito nacional, seremos afetados pela crise política e institucional que virão como consequências do resultado das eleições, de maneira que muitos já dizem que, quem vencer o pleito eleitoral terá em suas mãos um país ingovernável.

Assim sendo, com todas essas variáveis em jogo, acredito que a ex-presidente Dilma Rousseff nunca esteve tão certa em expressar sua frase tão confusa, independentemente do resultado das eleições, “vai todo mundo perder”.

Wanderson R. Monteiro

Graduando em Pedagogia, coautor de 4 livros e vencedor de três prémios literários.

(dudu.slimpac2017@hotmail.com)

São Sebastião do Anta – MG