GÊNEROS CINEMATOGRÁFICOS – PARTE 1
Pode-se dizer que o cinema é uma das artes que mais possuem gêneros diferentes. Enquanto algumas como o teatro, se equilibram por séculos entre o drama e a comédia, o cinema em seus pouco mais de 100 anos, abriga não só os alicerces dramáticos e de humor, mas inúmeros gêneros e subgêneros que formam sua história. Na coluna de hoje e na próxima, vamos analisar os 14 principais gêneros cinematográficos, analisando sua história e alguns exemplos de filmes mais característicos em cada categoria.
DRAMA
É o gênero mais frequente no cinema. O roteiro relata os problemas referentes à rotina dos seres humanos. Trata muitas vezes de conflitos interiores, decisões difíceis, momentos tristes, que podem culminar em tragédia ou volta por cima. Caracteriza-se pela emoção que causa no público, logo é bastante comum ter uma trilha sonora forte, que acompanhe esse sentimento. A ausência de elementos humorísticos também é uma característica. Há alguns subgêneros como o drama de tribunal, onde temos um julgamento na maior parte da trama, ou um drama biográfico, relatando a vida de alguma personalidade, ou ainda um drama esportivo, que retrata normalmente a redenção de algum atleta. Podemos exemplificar o gênero dramático em filmes como os recentes “Menina de Ouro”, “À Procura da Felicidade” “A Teoria de Tudo” e os mais antigos “Um Sonho de Liberdade”, “A Cor Púrpura” e “Central do Brasil”.
COMÉDIA
É o extremo oposto do drama. A prioridade no roteiro é ter elementos humorísticos, que trazem o riso ao espectador. Segundo historiadores, o primeiro filme do gênero foi lançado em 1896 pelos irmãos Lumière, “O Regador Regado”. O cinema mudo ajudou a alavancar o gênero, com filmes que traziam situações e gestos engraçados, tendo como pioneiro Charles Chaplin. Possui três subgêneros importantes. A comédia romântica teve seu auge nos anos 90, com filmes estrelados principalmente por Meg Ryan, Hugh Grant e Sandra Bullock. Ao longo dos anos, houve um desgaste desta categoria por seus roteiros de fórmulas repetidas. A comédia de ação, bastante utilizada em filmes como “A Hora do Rush”, “Um Tira da Pesada” e “Red: Aposentados e Perigosos”, abusa de humor pastelão, com brigas e perseguições engraçadas. E a comédia dramática, que une estilos opostos, normalmente tratando de situações sérias mas que trazem riso ao espectador de forma indireta. Filmes como “Pequena Miss Sunshine”, “Forrest Gump: O Contador de Histórias” e “A Vida é Bela” são exemplos.
AVENTURA
Caracteriza-se por ter um protagonista, o herói da história, que resolve situações perigosas, através de força ou outros poderes, enfrentando obstáculos da natureza ou inimigos chamados de vilões. Foi inventado na Itália, em filmes que retratavam o passado histórico do país. Depois foi utilizado na Rússia para exaltar a Revolução Russa. Em Hollywood, virou sinônimo de altos orçamentos e campeões de bilheteria, assim como poderosas franquias, em que o filme consegue ter várias sequencias de sucesso. É o gênero da luta do bem contra o mal. Filmes como “Indiana Jones” e “Piratas do Caribe” são considerados de aventura. Tem diversos subgêneros, como a aventura épica, com muitos figurantes retratando um determinado evento histórico, como “Gladiador” e “Ben-Hur”; aventura de fantasia, onde temos elementos inexistentes ou desconhecidos, como “O Senhor dos Anéis”, “Harry Potter” e os filmes de super-heróis como Batman e Homem-Aranha; e filme catástrofe, retratando grandes tragédias naturais, como “O Dia Depois de Amanhã”, “Titanic” e “Tubarão”.
FAROESTE
É um gênero fortemente ligado aos Estados Unidos e sucesso absoluto nas décadas de 40 a 70. Antes dos filmes de aventura e ficção científica, era o gênero mais associado a altos orçamentos e grandes lucros dos estúdios. Caracteriza-se pela luta de caubóis, mocinhos ou bandidos, e índios no velho oeste americano. Tem muitas vezes como pano de fundo a Guerra de Secessão, a conquista do Oeste americano e a luta contra os índios. Há uma série de personagens clichês como o caubói, o forasteiro, o xerife, a mocinha e o bandido. O filme considerado o pioneiro em trazer grandes astros para o faroeste foi “No Tempo das Diligências”, de John Ford, em 1939. Astros como John Wayne e Clint Eastwood fizeram carreira no faroeste. Por ser um gênero muito específico, a partir dos anos 80, praticamente entrou em extinção, com poucas produções de grande relevância, na qual podemos destacar “Os Imperdoáveis”, longa de 1992, vencedor do Oscar de melhor filme.
MUSICAL
Na era pós-cinema mudo, a partir da década de 30, o filme musical alcançou o estrelato, e junto com o faroeste, tornou-se um dos maiores gêneros da época, tendo participações de grandes astros e produções de altos orçamentos. Traz diversas cenas onde os personagens cantam e dançam para contar a narrativa da história. As coreografias e canções são tão importantes quanto o roteiro e a junção dos dois é que fazem um bom representante do gênero. Temos exemplos clássicos, como “Cantando na Chuva”, “Mary Poppins” e “A Noviça Rebelde” e filmes mais contemporâneos como “Os Miseráveis”, “Chicago” e “Moulin Rouge”.
DOCUMENTÁRIO
Este gênero mostra a exposição de fatos em torno de um tema específico com o intuito de fazer o espectador refletir sobre ele, seja através de entrevistas com especialistas do tema proposto ou mesmo de gravações reais ou animadas que ajudam a entender aquilo que está sendo explicado. Há sem dúvida uma pesquisa jornalística por trás de um documentário, porém um bom representante do gênero muitas vezes se afasta de ser uma mera reportagem para se aproximar da atmosfera cinematográfica através de um roteiro que conta uma história tal qual um filme contaria. Podemos destacar os filmes “Tiros em Columbine”, “O Sal da Terra” e “Simonal: Ninguém sabe o duro que dei”.
Warny Marçano é blogueiro do WCinema (www.wcinema.blogspot.com), composto por resenhas de filmes e notícias em geral da sétima arte.
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