STAR WARS – UMA SAGA QUE REVOLUCIONOU O CINEMA
É inegável, sendo fã ou não da série Star Wars, que o universo criado por George Lucas é parte essencial e revolucionária da história da sétima arte. Prestes a completar apenas três semanas de exibição, o sétimo filme da franquia, Star Wars: O Despertar da Força, atingiu a impressionante marca de 1,557 bilhões de dólares de arrecadação, o que faz da produção a quarta maior bilheteria de todos os tempos. Por enquanto, perde apenas para Jurassic World (em terceiro), Titanic (em segundo) e Avatar (líder isolado, com 2,787 bilhões), esses dois últimos dirigidos por James Cameron. Star Wars: O Despertar da Força é dirigido por J.J. Abrams, cineasta que virou sinônimo da cultura pop atual, afinal é nada menos que o criador da inesquecível série Lost e revitalizou outra franquia importante, Star Trek, também com sucesso de crítica e público. Porém, o sucesso todo desta sétima parte da franquia, que tem grandes chances de virar a maior bilheteria do cinema (estreou ontem na China) não foi da noite para o dia. Foi um grande caminho percorrido até aqui e detalhado abaixo.
STAR WARS: EPISÓDIO IV – UMA NOVA ESPERANÇA (EUA, 1977, de George Lucas)
O sucesso do primeiro filme da franquia iniciou uma era de superproduções no cinema, criando um universo fantástico que dialogava com outros tipos de negócios como brinquedos, roupas e jogos. Os produtores começaram a pensar mais além do que só a arrecadação da bilheteria. A história, por mais grandiosa que seja, acaba por focar na verdade em um drama familiar, para muitos o grande trunfo da trama. Afinal, o reencontro de irmãos, pai e filho, além de amizades e relacionamentos povoam a história juntamente com estranhos alienígenas e sabres de luz. Espectadores do mundo inteiro acompanharam a jornada de descoberta de Luke Skywalker, de um simples órfão num planeta desértico até virar um poderoso jedi. A trama ainda teve sucesso de crítica e venceu 6 Oscar, todos técnicos. E tornou-se a maior bilheteria de todos os tempos, com 775 milhões de arrecadação, só sendo superada por ET: O Extraterrestre em 1982.
STAR WARS: EPISÓDIO V – O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (EUA, 1980, de IrvinKershner)
Tido como o melhor de todos os filmes da franquia pelo púbico e também pela crítica, a segunda parte traz cenas antológicas, revelações surpreendentes e a consagração do trio de protagonistas, principalmente Harrison Ford, que confirmou de vez o estrelato logo depois, com filmes como BladeRunner: O Caçador de Andróides e a franquia Indiana Jones. Curiosamente só venceu 1 Oscar.
STAR WARS: EPISÓDIO VI – O RETORNO DE JEDI (EUA, 1983, de Richard Marquand)
Grande sucesso de público, porém com algumas críticas por seu teor infantilizado, em contraste com os momentos mais sombrios do episódio anterior. Foi o primeiro a ter algum personagem criticado por fãs, os ewoks, criaturas anãs que caíram no gosto das crianças. O desfecho da primeira trilogia foi bem recebido e a expectativa pela trilogia que contaria a história de Darth Vader (já divulgada por George Lucas na época) começava a crescer. Uma curiosidade: o orçamento para este filme triplicou em relação ao primeiro: 32,5 milhões de dólares contra apenas 11 milhões do episódio IV.
STAR WARS: EPISÓDIO I – A AMEAÇA FANTASMA (EUA, 1999, de George Lucas)
Com um orçamento de 115 milhões de dólares e 16 anos depois do encerramento do episódio VI, George Lucas retoma a direção e inicia a segunda trilogia, contando a infância de Anakin Skywalker, que viraria Darth Vader quando adulto. Sem dúvida é o filme mais criticado, por diversos motivos. A existência de JarJarBinks, mais uma desculpa para cair nas graças do público infantil. Porém, dessa vez não foi tolerado pelos fãs, que nem podem lembrar-se das cenas constrangedoras e ridículas do atrapalhado personagem. As interpretações pouco convincentes, a começar pelo papel principal. O exagero de cenas em CGI, ou seja, com efeitos computadorizados que deixaram o filme parecendo uma animação com atores inseridos nas cenas. E o desperdício do personagem mais interessante para os fãs: o vilão Darth Maul. Pela curiosidade de todo mundo, o filme superou a marca de 1 bilhão de dólares.
STAR WARS: EPISÓDIO II – ATAQUE DOS CLONES (EUA, 2002, de George Lucas)
Depois do fracasso de crítica do episódio I, George Lucas acertou fazendo cenas mais sombrias na história do jovem Anakin rumo ao lado mais sombrio. JarJarBinks quase não aparece. Porém, os efeitos em CGI continuam incomodando e o ator HaydenChristensen não é nem de perto unanimidade entre os fãs. A recepção foi morna e arrecadou “apenas” 649 milhões de dólares.
STAR WARS: EPISÓDIO III – A VINGANÇA DOS SITH (EUA, 2005, de George Lucas)
Dessa vez, o filme adquire tons cada vez mais sombrios. JarJarBinks praticamente desaparece. E o resultado é a volta do público ao cinema para acompanhar o desfecho de mais uma trilogia e os elogios da crítica, que chegou a considerar uns dos 100 melhores filmes de ficção científica de todos os tempos.
STAR WARS: EPISÓDIO VII – O DESPERTAR DA FORÇA (EUA, 2015, de J.J.Abrams)
George Lucas vendeu os direitos de Star Wars para a Disney em 2012. O estúdio conseguiu o conceituado diretor J.J.Abrams, que curiosamente revolucionou outra mídia, a das séries, com Lost, onde foi a primeira vez que houve um diálogo com outros veículos de informação, como webséries, jogos e livros para o púbico compreender melhor os mistérios do universo criado pelo cineasta. Para o episódio VII, um novo trio de protagonistas, o velho trio de volta para deleite dos fãs, e uma história de aventura, com romance e alívio cômico na medida certa, sem personagens estilo JarJarBinks nem exagero de CGI. Uma história com muitas homenagens à trilogia original e que traz personagens cativantes e uma nova leva de produtos. Mesmo com nova casa e novo diretor, Star Wars continua tendo papel importante na história do cinema.
Warny Marçano é blogueiro do WCinema (www.wcinema.blogspot.com), composto por resenhas de filmes e notícias em geral da sétima arte.
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