Plenário da Câmara votará por abertura ou não de processo. São necessários 342 votos para que análise siga para o Senado
Hoje o Brasil assiste a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em quase todas as pesquisas feitas na última semana, a maioria da população opinou pela saída da presidente. A oposição garante que já tem os votos suficientes, ou seja, 342, para dar prosseguimento ao processo de impeachment. Por sua vez, o PT trabalha para convencer os últimos deputados indecisos.
O PROCESSO
O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aberto oficialmente na manhã desta sexta-feira (15), com a sessão que começou no plenário para discutir o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), recomendando a abertura do processo de impeachment. O parecer foi aprovado na última segunda-feira (11) pela maioria dos deputados que integravam a Comissão Especial por um placar de 38 a 27.
Jovair Arantes considerou que há indícios de crime de responsabilidade com base em dois aspectos: emissão, pela presidenta, de seis decretos de crédito suplementar em 2015 e pedalada fiscal (operação de crédito que considera irregular) naquele mesmo ano. Acusações da Operação Lava Jato e as pedaladas fiscais de 2014 não fazem parte do relatório do deputado, mas ele sugeriu, porém, que o Senado pode decidir incluí-las no processo. O Governo contesta.
PROGRAMAÇÃO
Ontem aconteceram os debates individuais. Os deputados inscritos na véspera tiveram três minutos cada para se manifestar. Hoje, o início da votação está previsto para ocorrer entre 15h e 16h. Cada deputado terá apenas 10 segundos para manifestar o seu voto ao microfone. O processo deve durar quatro horas e a votação terá terminado até as 21h. Antes deles, às 14h, começam a contar os 25 minutos que o relator Jovair Arantes tem para se pronunciar. Os líderes falam em seguida.
A ordem de chamada dos deputados ganha importância pela pressão intrínseca ao processo. Se mais gente votar contra ou a favor no início da votação, pode influenciar os votos seguintes. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, queria começar pelos deputados do sul, mais hostis à Dilma, e deixar os do Nordeste, mais favoráveis a ela, para o final. Mas cedeu aos pedidos para que seguisse um critério mais equilibrado, muito embora tenha deixado os nordestinos para o final.
Desta forma, os primeiros deputados a votar serão da região Norte e do Sul, começando pelos Estados de Roraima, e na sequência vêm os do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá, Pará, para então começar os deputados de outras regiões. Serão chamados por ordem alfabética segundo seus Estados.
Assim, o primeiro voto será de Abel Mesquita Júnior (DEM-RR), mais conhecido como Abel Galinha, favorável ao impeachment.
Na ordem, serão:
1) Roraima
2) Rio Grande do Sul
3) Santa Catarina
4) Amapá
5) Pará
6) Paraná
7) Mato Grosso do Sul
8) Amazonas
9) Rondônia
10) Goiás
11) Distrito Federal
12) Acre
13) Tocantins
14) Mato Grosso
15) São Paulo
16) Maranhão
17) Ceará
18) Rio de Janeiro
19) Espírito Santo
20) Piauí
21) Rio Grande do Norte
22) Minas Gerais
23) Paraíba
24) Pernambuco
25) Bahia
26) Sergipe
27) Alagoas
O QUE ACONTECE DEPOIS
A votação da Câmara é uma das etapas do processo de impeachment. Se aprovar o parecer, a Câmara está autorizando a instauração de processo contra a presidente da República. Caberá ao Senado processar e julgar a presidente. Se rejeitar, o caso não vai ao Senado e será arquivado.
*com informações de agências