Embarque na aventura do casal Henrique Fonseca e Sabrina Chinelatto que desde outubro de 2016 viaja pelo mundo de carro
CARATINGA- “Em outubro de 2016, Henrique Fonseca e Sabrina Chinelatto deixaram suas vidas confortáveis em Minas Gerais para viajar o mundo de carro por três anos e meio”, assim descreve o livro ‘Terra Adentro. Entre os extremos das Américas’ de autoria dos próprios viajantes, revisão de texto dos professores Antônio Fonseca da Silva e Cláudia Cardoso da Cruz Gomes; e produção literária da Editora Funec- Fundação Educacional de Caratinga.
São 160 páginas da obra que narra a história da primeira etapa desta jornada ao redor do mundo, as Américas. Por meio de fotografias, são compartilhadas imagens “do mundo que viram com os próprios olhos e os momentos que viveram intensamente em 15 meses, 16 países e quase 50 mil quilômetros de estrada”. O livro está à venda no site https://www.terraadentro.com.
Henrique é mestre em Economia pelo IBMEC/RJ e fotógrafo documental. Trabalhou como professor e empresário antes de se apaixonar pela fotografia. Aos 30 anos, deixou sua cidade natal, Caratinga, para conhecer o mundo a bordo de um carro. Já Sabrina Chinelatto é mineira de Juiz de Fora e jornalista pela UFJF. Como descreve o livro, desde que comprou sua primeira câmera, no início da faculdade, tornou a fotografia o seu trabalho e grande paixão. Aos 23 anos, deu início à viagem que mudaria para sempre sua vida.
O DIÁRIO fez contato com o casal por e-mail, para relatar um pouco sobre a viagem e a concepção do livro. Direto de Casablanca, no Marrocos, eles responderam a esta entrevista:
Quando vocês decidiram dar essa ‘volta ao mundo’ e qual foi o objetivo? Como foi o planejamento para esta viagem?
Nosso grande desafio desta Volta ao Mundo vai além dos quilômetros que iremos rodar. Mudar o nosso olhar sobre a vida, inspirar outras pessoas a enfrentarem o desconhecido e compartilhar o bem com aqueles que atravessarem os nossos caminhos são as nossas maiores missões. Quando escrevemos o primeiro post sobre o objetivo do projeto Terra Adentro, numa época em que ainda nem planejávamos nossa Volta ao Mundo de carro, lembramos que destacamos o seguinte lema: “O mais importante não é chegar, mas sim aproveitar o caminho”! E foi assim que seguimos em todas as nossas viagens. Saíamos de casa com o desejo de aproveitar cada instante, de aprender com cada obstáculo que surgisse e vivenciar cada quilômetro rodado como se fosse o último. Assim, chegar ao destino final não era o grande objetivo, mas sim uma das etapas de nossa jornada. Esta forma de encarar os desafios muito nos ensinou para a vida e para a nossa Volta ao Mundo. Priorizar as coisas mais simples, experimentar a essência de outras culturas e voltar para casa melhores do que saímos, com novas amizades, muitas histórias para contar e experiências inesquecíveis. Estes são alguns dos motivos que nos fazem seguir em frente. Sempre em frente, pois a cada quilômetro a nossa história será reescrita, seja por nós ou por aqueles que cruzarem os nossos caminhos.
Fale um pouco sobre o carro que vocês utilizam e como foi adaptado às suas necessidades.
O nosso carro é uma Land Rover Defender 110, ano 2003, adaptada como uma pequena casa, com cama, armários, cozinha, pia, chuveiro e mesa. Toda a nossa energia consumida é produzida por dois painéis solares, tornando nossa casa sustentável do ponto de vista ambiental. A nossa água é armazenada em três caixas que ficam embaixo do carro, possibilitando uma considerável liberdade em regiões secas e isoladas.
Por quais locais vocês já passaram?
Até o momento, nós já cruzamos por 29 países das Américas, Europa e África. Saímos do Brasil e fomos até Ushuaia, no extremo sul da Argentina. De lá, apontamos a nossa bússola para o norte, onde seguimos até o fim da estrada, no Alasca, a última fronteira das Américas. Do Canadá, enviamos o nosso carro de navio para a Europa, onde já rodamos 12 países, até cruzarmos o Estreito de Gibraltar e saímos no Marrocos, o nosso primeiro país Africano.
Quais locais vocês mais gostaram?
Os nossos lugares preferidos até agora são: 1) a Patagônia, no Chile e Argentina; 2) O território canadense do Yukón; 3) O velho oeste norte-americano; 4) a Nicarágua; 5) as terras geladas da Islândia. Normalmente, gostamos mais de lugares menos turísticos, que nos encantam mais pela originalidade e autenticidade.
Pelos lugares que vocês já estiveram, passaram por alguma situação inusitada ou desagradável?
Já tivemos várias situações inusitadas e desagradáveis, como o dia em que fomos confundidos pela polícia peruana com outras pessoas, o que nos gerou bons problemas, dar de cara com um urso e seu filhote em uma trilha pelas florestas do Canadá e nos perdermos nas estradas da Amazônia Colombiana, terra dos revolucionários das FARC.
Em algum momento vocês pensaram em desistir e interromper a viagem?
Não, em nenhum momento pensamos em desistir, mesmo sabendo de todos os desafios que temos pela frente.
Vocês estipularam um orçamento no início da viagem. Está sendo possível manter esse planejamento e como está sendo o controle das despesas?
Mesmo com alguns imprevistos que tivemos, como a quebra do carro nos Estados Unidos e outros, temos conseguido manter o nosso orçamento inicial previsto, com muita disciplina e organização financeira.
Em que local vocês estão no momento?
Neste momento estamos em Casablanca, no Marrocos.
Vocês lançaram o livro ‘Terra Adentro- Entre os Extremos das Américas’. Fala um pouco sobre a ideia desse livro e o processo de produção.
‘Terra Adentro – Entre os Extremos das Américas’ é um livro que narra, por meio de fotografias e relatos, a história da primeira etapa da nossa fascinante jornada ao redor do mundo, as Américas. Por meio de nossas fotografias, nós compartilhamos as imagens do mundo que vimos com os nossos próprios olhos e os momentos que vivemos intensamente em quinze meses, dezesseis países e quase cinquenta mil quilômetros de estrada. O livro foi produzido quando estávamos no rigoroso inverno do Canadá e levou cinco meses para ser concluído.
Qual a principal lição que vocês tiram do período em que estão viajando?
Gostamos de usar esta citação que escrevemos em nosso primeiro livro, como forma de sintetizar as lições que aprendemos neste tempo de estrada: “Quando Henrique e Sabrina perceberam que a sociedade não mais podia oferecer a liberdade que sonhavam, eles começaram uma aventura de carro em busca dos extremos do continente americano. De repente, tudo cabia dentro de um carro, as roupas ficaram mais sujas e os corações mais acelerados. No caminho até o Alasca, eles cruzaram por montanhas, desertos e florestas, depararam-se com culturas inimagináveis e animais selvagens. Na natureza, encontraram a verdadeira liberdade e na fotografia,