No mês do aleitamento materno, Luciana Vindilino, 41 anos, conta sua experiência como ama de leite
CARATINGA – Ele sacia a fome e impulsiona o viver. É, naturalmente, indispensável nos primeiros momentos da existência. Assim é o leite materno: a base da vida. A recomendação mundial é de que o aleitamento deve ser exclusivo até o sexto mês, e complementado com adição de alimentos variados até os dois anos ou mais. Afinal, amamentar é um ato de amor sem limites.

Ao lado da filha Stefany Kelly, Luciana enfatiza que o leite materno é fundamental para a saúde da criança
O mês do Aleitamento Materno no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017 que determina que, no decorrer do mês de agosto, serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.
Também conhecido como “Agosto Dourado”, o dourado foi escolhido pela alusão do leite materno como alimento de ouro para a saúde dos bebês, conforme a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para 2020, o tema definido foi “Apoie o aleitamento materno para um planeta mais saudável”. E para comemorar a data e incentivar a campanha do aleitamento materno, a reportagem conversou com a doméstica Luciana Vindilino, 41 anos, que foi ama de leite há 18 anos.
AMA DE LEITE
Ama de leite é a mulher que amamenta criança alheia quando a mãe natural está impossibilitada de fazê-lo. Para Luciana a experiência foi uma “dádiva de Deus”. Casada com João Carlos Ferreira Lima e mãe de Stefany Kelly, 16 anos, a doméstica disse que a primeira vez que amamentou uma criança de outra mãe foi aos 23 anos. “Minha filha estava com pouco mais de um ano, ela mamou até os três anos, mas custou para ‘pegar o peito’, nasceu com autismo e tinha algumas deficiências. Eu ainda tinha leite quando cheguei à casa de uma amiga e o filho dela estava com muita fome, ela não tinha como amamentar, pois o leite dela havia secado. Aí falei com ela que se não se importasse eu poderia amamentá-lo. Ela aceitou, então o amamentei. Pra mim foi uma experiência tão linda, pegar um ser que não saiu de mim e alimentar, foi como se estivesse dando uma vida para outra vida”, contou Luciana.
Luciana faz questão de contar com muito orgulho que o menino que ela amamentou hoje é um lindo rapaz, que ainda vê de vez em quando.
Para Luciana o leite materno é de fundamental importância para a saúde da criança. “O leite materno é mais forte, não tem química, minha mãe e minha irmã também amamentaram outras crianças, é de família, pudemos ajudar crianças que necessitavam”, concluiu Luciana.
SAÚDE
A amamentação traz diversos benefícios para a saúde do bebê e da mulher, prevenindo doenças, favorecendo a imunidade e fortalecendo os laços afetivos entre mãe e filho. Segundo o relatório de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Brasil, apenas 38,6% dos bebês com até seis meses são alimentadas exclusivamente com leite materno. Se todas as crianças fossem amamentadas, desde o nascimento até os dois anos, pelo menos 800 mil mortes por ano poderiam ser evitadas no mundo. Os índices de amamentação são considerados baixos no Brasil e no mundo. Por isso, campanhas como o “Agosto Dourado” devem ser promovidas para orientar sobre os benefícios e a importância do aleitamento materno.
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“APOIE O ALEITAMENTO MATERNO PARA UM PLANETA MAIS SAUDÁVEL”
Para 2020, o tema definido foi “Apoie o aleitamento materno para um planeta mais saudável”, que tem como principais objetivos:
INFORMAR pessoas sobre as ligações entre a amamentação e o ambiente/mudanças climáticas. A amamentação é um excelente exemplo das profundas conexões entre a saúde humana e os ecossistemas da natureza;
FIXAR a amamentação como uma decisão climática inteligente. O aleitamento materno é natural, renovável e ambientalmente seguro;
ENVOLVER-SE com indivíduos e organizações para obter maior impacto. Proteger, promover e apoiar a amamentação aborda as desigualdades que impedem o desenvolvimento sustentável;
ESTIMULAR ações para melhorar a saúde do planeta e das pessoas através da amamentação.