Análise da Defesa Civil e Bombeiro Militar de Caratinga aponta risco de desabamento e rua pode ser interditada
CARATINGA- Uma nova vistoria foi realizada na tarde de ontem, no que sobrou da estrutura do Cine Brasil. Uma equipe composta por representantes da Defesa Civil e do 6º Pelotão de Bombeiros de Caratinga apontou a necessidade de medidas urgentes para garantir a segurança da população, até que o destino do espaço seja finalmente decidido pela Justiça.
De acordo com João Bárbara, diretor da Defesa Civil de Caratinga, a partir da vistoria; serão tomadas providências, considerando o risco de desabamentos. “A Defesa Civil trabalha com a medida de prevenção. Então, a gente, preocupado com a população sempre está fazendo essas vistorias. Já consultamos o Ministério Público, que nos incumbiu de fazer essa tarefa e proteger a população. Chamamos o Corpo de Bombeiros para fazer uma vistoria minuciosa, para tomarmos precauções mais sensatas. A posição do bombeiro é que pode haver uma implosão, no cair pode afetar a rua, onde passam pessoas e carros. Talvez tenhamos que fechar até a rua, mudar o percurso do trânsito, até mesmo da população, para evitar danos maiores”.
Na avaliação do sargento Aderson Prates, no interior da estrutura há muita umidade e paredes que ameaçam desabar, devido às chuvas que foram registradas na cidade e que ainda estão por vir. “Lá dentro encontramos muito lixo e mato, temos várias doenças que podem ser transmitidas, inclusive a Dengue e o Zika, olhamos essa situação também. Inclusive, em uma escola que funciona aos fundos, também verificamos que a umidade já está estufando as paredes, que podem desabar em virtude de chuvas. Já tomamos as providências em auxílio à Defesa Civil para que possamos tratar dessa situação o quanto antes, uma vez que coloca em risco a vida de pedestres e motoristas”.
Agora, o Bombeiro Militar encaminhará um documento à Defesa Civil para que, com auxílio de um engenheiro, avalie de forma técnica a estrutura e elabore medidas de segurança. Prates deixa um alerta à população sobre a necessidade de cautela ao transitar pelo local e afirma que a rua pode ser interditada. “A periculosidade do material que se encontra em cima da estrutura, é tão pesado, que se houver um desabamento, pode haver um escoamento desse material para a rua, por isso a preocupação. Já pedimos a partir de agora para que as pessoas possam se precaver. Ter atenção ao trafegar nessa área, para evitar um acidente”.
Em dezembro do ano passado, foi solicitado ao responsável pelo imóvel o cumprimento de deliberações aprovadas pelos Conselhos de Proteção e Defesa
Civil, contemplando limpeza do local, com capina, remoção do lixo e escoamento da água, que deveria ser permanente até que o processo seja julgado, uma vez que os conselheiros não aprovaram a cobertura do imóvel com a utilização de lonas. O proprietário ainda deveria vedar a passagem dos fundos, inibindo a entrada de andarilhos e vândalos sem alterar a estrutura do imóvel, além da passagem da frente, com grande proteção aos transeuntes, proporcionando melhoria do impacto visual.
Também seria preciso promover o desligamento da energia do imóvel, caso possua, para evitar curto circuito e escoramento das paredes do imóvel, buscando utilizar as técnicas para intervenções em edifícios históricos. O escoramento deveria ser realizado nos dois lados das alvenarias, promovendo uma melhor estabilização, por técnico especializado (projeto e execução) e com anotação respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Outra medida é a utilização de telas de proteção em toda a estrutura a fim de evitar a poeira dos entulhos.