Diretora do DIÁRIO reafirma seu compromisso com o leitor e fala sobre os desafios da era digital
CARATINGA – Dirigir uma empresa de comunicação requer capacidade. E quando esta empresa chega a uma marca tão expressiva, 26 anos de existência, é algo muito relevante e comprova a capacidade de quem a dirige. E o DIÁRIO DE CARATINGA está nas mãos das irmãs Verocini Maria da Silva Leite de Mattos e Maria Aparecida da Silva. Cada uma desempenha suas atribuições, Veronici, a ‘Vera’ como é carinhosamente chamada, cuida da parte da redação, e divide com a irmã as decisões do setor financeiro. A harmonia entre elas é outro item que traz longevidade à empresa.
E um assunto recorrente é a participação da mulheres em todos os setores da sociedade. Mesmo com todos os avanços, a mulher empresária do ramo de jornal ainda é uma parcela pequena neste setor. Dados de 2019 do Workr, plataforma de comunicação corporativa desenvolvida pelo Comunique-se, mostravam que até então havia 8.079 empresas de jornais impressos, destas, 4.962 eram administradas por homens, enquanto 3.117 eram administradas por mulheres, ou seja, 38,58%.
A diretora Vera é avessa aos holofotes. Ela acredita que tem que dar a notícia e não ser a notícia, mas numa data tão especial, concedeu esta entrevista. Vera, casada com Alcides e mãe de Gabriel e Betina, fala sobre como é dirigir um jornal, reafirma seu compromisso com o leitor e como a era digital está influenciando os rumos do DIÁRIO DE CARATINGA.
Que modelo deve buscar um jornal regional, que fala para um determinado público e não tem as mesmas condições de um jornal estadual?
A palavra modelo é complicada. Temos que buscar os anseios da nossa região, notícias estaduais e nacionais hoje estão disponíveis em vários canais, redes sociais. Temos que voltar para nosso dia a dia, nossas peculiaridades e necessidades. Os grandes jornais estão interessados em nossos conteúdos, pois pode ser um diferencial. Temos que olhar as notícias nacionais e saber qual o impacto da informação para nossa região. Como sempre digo, nosso compromisso é com o leitor.
A senhora faz parte de uma geração onde o impresso formava leitores. Agora temos essa era digital. Como o Diário de Caratinga está se adaptando a essa nova era?
Olha, não sou tão velha assim não, brincadeira (risos). A verdade é que minha geração é a ‘geração do papel’, mas com muito mais conteúdo. Hoje se tem muita informação e pouca profundidade. A geração do meu filho mais velho gosta de notícia curta, rápida. Eles são muitos ágeis, mas rasos. Tomara que eu esteja errada, entendo que às vezes não sabem saborear a vida em sua simplicidade. Mas tenho que dizer que são mais respeitosos com as diferenças dos outros. Sobre minha filha caçula, penso que ainda vai viver em mundo com mais respeito às diferenças. Isso espero. Mas voltando ao assunto, a vida é fantástica e temos que nos adaptarmos como ela é. E agora é a vez do digital e Diário terá grandes novidades, podem aguardar.
Fazendo um link com a pergunta anterior, como deve ser a relação de um jornal regional impresso com a internet?
Um ancorando o outro. O impresso é nosso norte, nossa experiência, credibilidade; nosso coração, e o digital será o nosso novo vigor e desafio. Impresso e digital caminhado lado a lado.
A que a senhora credita toda essa longevidade do Diário de Caratinga?
Aos grandes profissionais que passaram por aqui, e aos gigantes que estão atualmente conosco. Vontade de acertar sempre, de fazer o certo pra dar certo. A união de todos, o amor de todos pela empresa. Passamos por muitos perrengues, mas as vitórias são inúmeras. Não poderia deixar de dizer sobre as bênçãos que vêm do nosso Deus, que sempre foi nosso grande ajudador.
Qual a mensagem que a senhora passas aos leitores do Diário de Caratinga?
Olha, os leitores são a melhor parte do Diário, não estaríamos aqui, há 26 anos, se não fosse por eles. Estamos juntos, seja no impresso, nas redes sociais e jamais chegaríamos aqui sem nossos leitores, e agora nossos internautas.