Estudos sobre a nova sede do legislativo foram apresentados na tarde de ontem
CARATINGA – Na tarde de ontem, a empresa RP Auditoria e Consultoria de Belo Horizonte contratada pela atual gestão da Câmara para averiguar possíveis irregularidades na construção da nova sede da Casa, que começou em 2012, esteve apresentando o relatório final do que foi apurado. Os vereadores se reuniram com representantes da empresa no plenário da Câmara e após ouvirem as conclusões não concordaram com o relatório, pois entenderam que as dúvidas que tinham não foram esclarecidas.
Inicialmente, os representantes da RP entregaram o relatório ao presidente Valter Cardoso de Paiva e em seguida fizeram um resumo do que encontraram.
No primeiro processo, segundo a auditoria, foi observada a ausência de contrato de compra e venda, havendo apenas a escritura. No segundo processo também ocorrido em 2012, a empresa notou a deficiência da entrega do convite do certame, que aconteceu no dia 17/08/2012 e o documento teria sido entregue apenas um dia antes, não tendo o prazo de cinco dias após a publicação conforme a lei.
No terceiro processo, a auditoria apontou na etapa de construção, ausência de projeto básico, ausência da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), “visita técnica realizada apenas em um dia possibilitando conluio entre os licitantes, além da presença de indícios conluio entre os licitantes, já que sete empresas participaram da visita no mesmo dia e horário e apenas uma apareceu para a licitação”.
Para o vereador Welinton Correa Batista, o “Helinho”, o esperado era que o relatório viesse prevendo como está a obra. “Queria saber se poderia se colocar um tijolo a mais, não apresentaram o cálculo estrutural, nada condizente com o que pedimos inicialmente”.
Rômulo Costa, o “Rominho” disse que houve uma contradição entre o que foi pedido pela casa e o que foi apresentado. “Vamos contestar o relatório, não o serviço, pois nos deu uma direção muito grande, mas vários serviços pedidos não foram esclarecidos, como por exemplo o valor gasto, quanto gastaria para continuar, se é possível concluir a obra ou não, mas há indícios de várias coisas erradas, então vamos aprofundar nesse assunto”.
O projeto inicialmente estava orçado em torno de R$ 925 mil e já foram gastos aproximadamente um milhão e quatrocentos mil.
Johny Claudy disse que o relatório não é satisfatório, pois queriam resultados mais concretos, mas afirmou que foi dado diagnóstico de vários erros. “Não estou satisfeito, então encaminhamos o relatório ao jurídico para uma conclusão perfeita. O certo seria continuar, chega de elefante branco, foi gasto dinheiro do povo, mas temos que saber como está para não assumirmos gastos da gestão passada. Mas fica bem claro que o prejuízo a sociedade já pagou, como sempre a sociedade que paga pelo pato e pretendemos regularizar isso para que não tenha mais prejuízos”.
RP AUDITORIA
Marlon Júnior, engenheiro da RP, esclareceu que foi passado para empresa fazer um estudo jurídico sobre a situação da obra, sobre o objeto da licitação. “Uma série de fatores faltou nesse processo, como medições, notas fiscais, projetos, e a obra foi paga e parada no meio do caminho. Em relação à parte estrutural recomendamos uma empresa especializada para fazer os estudos dos laudos. No final ocorreu uma divergência de ideias, parece que objeto que pediram era um serviço e nosso ficou incompleto, orientamos que mandassem para empresa um confronto, vim representando o engenheiro Tiago Novaes que fez a auditoria, vamos pegar o que acharam que estava faltando, mostrar ao engenheiro e resolver”.