Prefeito Welington Moreira participou da reunião
CARATINGA – Na noite de ontem, os vereadores se reuniram mais uma vez para votar exclusivamente o projeto de lei que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal. O prefeito Welington Moreira também participou da reunião junto de uma comitiva de funcionários municipais.
A Prefeitura de Caratinga visa o empréstimo de até o valor de R$ 12 milhões, no âmbito do programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa)– modalidade Apoio Financeiro, destinado à aplicação em Despesa de Capital. De acordo com o documento, o investimento será empregado na execução de obras, serviços e equipamentos. O prefeito Dr. Welington, em entrevista à imprensa, especificou que o recurso será realizado no recapeamento de todo o centro e reparos nas principais ruas dos bairros da cidade.
VEREADORES
O primeiro vereador a usar a tribuna foi Cleon Coelho, que defendeu o executivo dizendo que o município tem crédito com estado e pode fazer o empréstimo e grandes obras. O vereador Guerra também usou a tribuna para afirmar que também vota pelo empréstimo.
Welington Corrêa, o Helinho, disse ao prefeito que não teve explicações do projeto pela equipe do executivo, e, portanto, não votaria para que o empréstimo fosse realizado.
Ronaldo Gomes de Carvalho, o “Ronaldo da Milla”, ponderou que é preciso buscar soluções. Sobre o empréstimo, Ronaldo comentou que o investimento traz benefícios e progresso para o município.
O vereador Mauro César queria detalhes a respeito desse projeto, aspectos como onde o dinheiro do empréstimo seria usado. “Nós representamos o povo como todo, mas as ruas dos distritos deveriam ser asfaltadas, o que é mais urgente que o centro, que já é asfaltado. Não tenho como fiscalizar esse projeto se não sei detalhes. Queremos clareza”, afirmou Mauro.
Johny Claudy falou que foi convidado para uma reunião na manhã de ontem com o prefeito, o que não aconteceu. “Entendo que há erros no projeto. Gostaria que o projeto iniciasse nas ruas onde não há asfalto, onde só tem poeira. É necessário mais transparência. Somos a favor a partir do momento que tenha total transparência e que a gente possa fiscalizar”, pontuou o vereador.
Rômulo Costa, o “Rominho”, afirmou que nunca votará contra o que é bom para a cidade, mas ressaltou que não teve esclarecimento do que será feito nesse projeto e, portanto, não teve condições de votar a favor.
Diego Oliveira disse que não falou do projeto quando questionado na reunião anterior porque o projeto estava apenas tramitando e declarou que “precisava ouvir o inimigo”. “As instituições bancárias não emprestam dinheiro para a saúde, como alguns vereadores disseram que preferiam. Não é o momento agora de falar os nomes das ruas, porque o valor ainda não é específico, é até R$ 12 milhões. Sou a favor desse projeto, o prefeito quer o melhor para a população. Determinados vereadores ficam jogando a sociedade contra o governo, a planilha deve ser feita no momento oportuno, na época da licitação. Não mudei, continuo o mesmo, mas não poderia me furtar de fazer esse discurso e explicar tudo. Vereador ficava dizendo que o centro era puro buraco e agora muda o discurso. Peço perdão por esse discurso acalorado, mas precisa explicar o que está acontecendo”, disse o vereador.
Diego mostrou cópias de projetos de outros governos passados que tiveram autorização da Câmara para empréstimos e declarou que tem vereador que está contra o projeto atual por questões políticas, pois foi a favor em outros.
PREFEITO
O prefeito Welington Moreira também usou a tribuna e afirmou que é injusto cobrar transparência de um governo que está fazendo tantas coisas pelo município. “Cobrar transparência de um governo que há dois anos e meio só encontrou dificuldade com várias crises, que de uma dívida passada de 28 milhões de reais quitou 26 milhões. Um governo que tem no seu funcionário público o bem mais precioso, um governo que não responde a um processo judicial, é injusto cobrar mais transparência”.
O prefeito disse que durante dois anos e meio esteve dentro da prefeitura trabalhando para tirar o município do estado deplorável em que estava. Welington Moreira citou algumas de suas ações. “Para trabalhar sou estritamente planejador, trabalhamos para que a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) fosse uma realidade. Com planejamento estamos possibilitando a construção do tão sonhado muro da Rua da Cadeia e gostaria de agradecer a todos o vereadores pela economia que fizeram. Melhoramos o trânsito de Caratinga, todos diziam que não era possível, estamos construindo um Centro de Educação Infantil que estava pendente desde 2011”.
Em seguida, o prefeito falou sobre este projeto. “Em relação ao nosso projeto, entendi que a maioria das ruas do nosso centro precisava de recapeamento e colocar massa asfáltica seria perda de dinheiro e enxergamos na falta de repasse do estado fazer o que é preciso. Aí veio no início desse ano, no governo Zema, a possibilidade quitar a dívida de forma parcelada. Receber R$ 500 mil por mês não daria para realizar as obras, então pensamos num empréstimo para infraestrutura. Consultamos a Caixa Econômica Federal e um município que há anos não tinha crédito, hoje temos uma capacidade de endividamento de R$ 28 milhões se precisar; mas resolvemos pensar no que é mais necessário e futuramente quem estiver à frente do governo terá condições de realizar obras com recursos próprios”.
A respeito da reunião que não houve, o prefeito fez sua explicação. “Alguns vereadores citaram que uma reunião foi desmarcada e realmente foi. Não seria democrático me reunir com os nobres vereadores, que ao invés de saberem realmente a intenção do governo, foram para as redes sociais fazer críticas. Com o valor de R$ 12 milhões faremos com Caratinga o que fazemos com nossa casa quando precisa de reforma. Vamos procurar o que é prioridade em tese, teremos várias frentes de obras e para encerrar, o coletivo sempre vence o individual”, argumentou o prefeito, que foi aplaudido por funcionários e alguns vereadores da situação.
VOTAÇÃO
Na votação em primeira discussão, o vereador Johny entrou com um parecer contrário ao projeto e disse que não houve convocação formal para reunião da comissão de Legislação, Justiça e Redação Final.
Apenas os vereadores Mauro, Johny, Helinho e Rominho foram a favor do parecer e contra o projeto. Onze vereadores sendo eles, Neuza, Deti, Valtinho, Cleon, Guerra, Diego, Carlindo, Dênis, Ricardo Gusmão, Cleider e José Cordeiro foram a favor do projeto e contra o parecer. O presidente não vota.
O projeto foi aprovado em primeira discussão, com os votos contrários apenas dos vereadores Johny, Rominho, Helinho e Mauro.