CARATINGA – O corpo técnico do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), mantido pela Fundação Educacional de Caratinga (Funec), vive um momento importante ao vencer a licitação para desenvolvimento de Planos Municipais de Saneamento Básico em 37 cidades que formam as bacias hidrográficas dos Rios Caratinga e Santo Antônio. Foram dezoito meses de um intenso trabalho, que envolveu várias etapas, uma delas o compartilhamento de informações de instituições de ensino, como a Universidade Federal de Viçosa e empresas privadas, como a TECISAN – do segmento de abastecimento de água e tratamento de esgoto – e IPLANUS – de sistemas de informações geográficas.
“O UNEC quebra um paradigma ao vencer o processo porque entra em um mercado disputado e, até então, pouco explorado por instituições de ensino, que detém estrutura de conhecimento, mas costumam não cumprir as exigências burocráticas, em termos de documentos e especificações técnicas, cobradas em certames públicos”, chama a atenção o professor de Engenharia Ambiental e Sanitária, Marcos Magalhães, que participou da iniciativa. “Dentre essas especificações técnicas, cito, por exemplo, as CATs (Certidões de Acervo Técnico), um dos principais entraves em certames como esse que nós participamos e o fato da Funec estar devidamente registrada no CREA-MG (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia),pois, ao contrário, a entrada na concorrência seria impossibilitada ”, destaca também o professor Alessandro Loreto.
Os elogios também vêm do próprio diretor técnico do Instituto Bioatlântica (IBIO), com filial em Governador Valadares, Edson de Oliveira Azevedo, que ontem formalizou a assinatura do contrato com o UNEC, que ficará encarregado de desenvolver os Planos Municipais de Saneamento Básico em cada uma das 37 cidades das bacias do Caratinga e do Santo Antônio.
Este é o primeiro lote de serviços, que visam garantir o acesso de toda a população aos serviços de saneamento básico, considerado um dos grandes desafios enfrentados pelo Governo Federal, Estados e Municípios. A lei 11.445/2007, que prevê a universalização desses serviços, ou seja, a ampliação progressiva ao acesso de todos ao saneamento básico, é condição essencial para se garantir níveis adequados de saúde pública.
Para alcançar o objetivo de garantir saneamento básico nessas cidades é necessário um amplo planejamento e adequação dos serviços e é aí que entra o corpo técnico do UNEC, que venceu a licitação concorrendo com outras empresas de peso de São Paulo e Paraná para assumir, junto ao Instituto Bioatlântica, o desenvolvimento dos Planos Municipais de Saneamento Básico nas mais de três dezenas de cidades das duas bacias hidrográficas.
A assinatura do contrato para início dos trabalhos aconteceu em Governador Valadares, reunindo o corpo técnico do IBIO e o corpo técnico do UNEC, representado pelo Reitor, Antônio Fonseca da Silva e pelos professores Alessandro Loreto, Leopoldo Loreto Charmello – coordenador geral do corpo técnico – prof. Marcos Magalhães e pelo advogado Ennio Lucca de Oliveira. “Quando falamos de saneamento básico estamos falando de mais qualidade de vida para a população dessas cidades”, afirma o diretor técnico do IBIO.
O planejamento dos planos municipais de saneamento básico passa necessariamente pelo conhecimento da situação atual da prestação desse tipo de serviço dentro da realidade de cada um dos 37 municípios que formam as bacias hidrográficas dos rios Santo Antônio e Caratinga, para definir metas que visem a sua ampliação e melhoria e pela proposição de programas e ações para alcançá-las. O corpo técnico do UNEC trabalhará em quatro pilares essenciais: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais.
“O momento é de agradecer todo o corpo técnico do UNEC, que se disponibilizou em se aprofundar na pesquisa de informações e dados específicos que possibilitaram a vitória da nossa instituição nessa concorrência pública”, foram as palavras do Reitor, professor Antônio Fonseca da Silva.
“Os ganhos são imensuráveis porque envolvem a inserção de egressos da instituição, como é o caso de catorze engenheiros formados pelo UNEC que já estão conosco e 73 alunos em fase de estudos, que atuarão como estagiários, sem contar que fomentarão por vinte anos futuros projetos na área, gerando emprego já que a demanda para execução dos planos municipais exigirá o trabalho de engenheiros”, conclui o professor Alessandro Loreto.