Francisco de Assis Nunes, diretor presidente do Grupo Sabor, conta a trajetória de sua empresa e mostra que é possível crescer mesmo nos momentos de crise
MANHUAÇU – Empreender é uma arte, ainda mais nesses tempos de crise. Para conhecermos um pouco uma empresa de sucesso, visitamos e fomos muito bem recebidos pelos diretores do Grupo Sabor Comércio e Indústrias de Produtos Alimentícios LTDA, empresa situada na Rua José Coelho de Vasconcelos, nº 163, no bairro Bom Pastor. A história da empresa foi contada por Francisco de Assis Nunes, diretor presidente, Aldo Walace da Silva Nunes e Paulo José da Silva.
Como nossa reportagem pôde perceber e o leitor constatará lendo a entrevista de Francisco, ninguém chega por acaso a 30 anos de mercado e crescendo cada vez mais. O legado da “família Sabor” para Manhuaçu e região é enorme. Há três décadas presente em milhares de mesas acrescentando sabor a vida dos brasileiros.
Como foi o início da empresa, de quem foi à ideia e porque Manhuaçu?
A ideia surgiu em 1984. Porém iniciamos em 1985. O começo foi em Dom Corrêa, que fica entre Caratinga e Manhuaçu. Escolhemos uma região populosa. Nosso objetivo era atingir um raio de 100 km. Uma região com poder aquisitivo bom, densidade demográfica boa e com pequena distância entre as cidades.
Esse início da Sabor foi planejado por você e mais quem?
Eu e o Paulo (meu sócio e cunhado). A ideia foi minha. Na época ele trabalhava no Banco Bradesco. Eu trabalhava numa empresa de fotografia em Brasília/DF.
Qual maior dificuldade inicial para começar a empresa?
No começo toda empresa tem dificuldade. Na época foi feita uma pesquisa de mercado. Teríamos condições de competir. Porém, Já existia o produto no mercado. Iniciar uma empresa sem marca pra competir com quem já estava consolidada é sempre difícil
Porque o nome Sabor? Foi de quem a ideia?
A ideia foi minha. Exatamente porque o objetivo do produto era acrescentar sabor a alimentação. Conseguimos registrar a marca que está aí há 30 anos.
O senhor esperava que a Sabor fosse chegar aonde chegou ou imaginou que seria apenas aquele objetivo inicial de um raio de 100 km?
Eu sempre tive o objetivo de crescer. Essa coisa de empreendedor de acreditar e evoluir. O objetivo era chegar aonde chegamos.
Quantos funcionários e como eram feitas as entregas no começo da empresa?
Erámos apenas quatro pessoas. Eu, meu cunhado e sócio Paulo e mais dois funcionários. Era pronta-entrega feita num Chevette que nem era do ano 85. O Paulo tirava os bancos, além do porta-malas cheio. Hoje contamos com uma frota de 12 caminhões mais outros veículos menores.
Lembra qual foi o capital pra começar o negócio?
O valor exatamente não. Até porque a moeda mudou muito. Mas, não era muito. Era apenas os valores da rescisão do Paulo e da minha.
Quando foi que a empresa veio para Manhuaçu e por quê?
Viemos para Manhuaçu em 1988. Tudo que precisávamos estava aqui. Serviço de banco, comunicação, correio, etc…
A empresa conta com quantos funcionários atualmente e chega a quantos lugares?
Hoje geramos 120 empregos diretos e mais algumas centenas indiretamente só na região. Nossos produtos chegam a quatro estados: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. São cerca de 1000 cidades com uma carteira de dez mil pontos de venda.
Diante da crise econômica atual, houve queda no faturamento e de vendas dos produtos?
Não houve queda. Sempre acreditei. Enquanto alguns se acomodam e ficam esperando passar. A partir do início da crise nossas vendas aumentaram e, se Deus quiser, continuará aumentando ano a ano.
O maquinário que se usava antes foi evoluindo. Como a empresa passou por essa transformação?
Foi feito ao longo do tempo. Algumas foram criadas de acordo com nossas necessidades e oferecidas pela indústria para que atendesse nosso segmento.
Existe ainda um plano de expansão da empresa e tem vitalidade para tocar o negócio?
Hoje a gente conta com a colaboração dos filhos (Aldo, Alan e Alayane). Os filhos do Paulo também (Ícaro, Paula). Porém, enquanto tiver saúde, vitalidade; vamos estar por aqui. Mas passando a bola pra eles.
Pra finalizar. Qual melhor conselho que você pode dar a essa nova geração que esta assumindo os negócios. Seus filhos e sobrinhos?
Trabalho persistência, honestidade, acreditar naquilo que faz. Fazer parcerias. Não pensar somente na gente. Pensar também no próximo.