* Caio César de Farias Gomes
Comece fazendo uma lista de quantos amigos possui, desta lista, aponte quantos deles estiveram presentes em aproximadamente 70% de sua história de vida.
Agora, destes nomes que restaram, diga qual deles estiveram ao seu lado em momentos de crise, seja ela financeira, familiar, existencial ou qualquer outra…
Diante desta lista cada vez mais seleta, aponte para os amigos que você conseguiu em algum momento dizer não e ouvir não.
Agora para finalizar, deixe apenas aqueles amigos que são atemporais, que é difícil compreender que cresceram, e que em qualquer parte do mundo a intimidade jamais se modificará.
Amizade em latim significa amicus, possivelmente derivado de amore, mais precisamente amor.
Faz-se necessário em tempos de guerras, refletir sobre o lugar em que estamos guardando nossas “Amizades”, qual valor estamos dando a elas, e o quão significante são elas em nossas vidas.
Para avaliarmos a qualidade de nossas amizades, devemos ter a consciência do que nos nutri ou destrói, soma ou diminui, do que é real ou virtual, e claro, precisamos ter a noção de qual é este lugar onde estamos guardando a nossa amizade.
Deparamo-nos hoje com grandes mudanças, grandes avanços e transformações de valores. O conceito de amizade a cada dia se desfaz, se modifica e também se multiplica.
As redes sociais são instrumentos essenciais nestas transformações, multiplicando os contatos, “as amizades”, sem manter, no entanto, algumas destas características descritas no presente artigo, como fidelidade, companheirismo, confiança, intimidade e outras mais.
Que façamos deste artigo uma reflexão presente em nossas vidas, um norte para valorizarmos aquelas pessoas que estão ao nosso lado ao longo da vida, que possamos a partir desta leitura entender que facilidade e o acesso possibilitado pelo espírito do tempo, não é sinônimo de amor, carinho, cuidado e que estes sim precisam de tempo, reciprocidade e doação.
O lugar em que eu guardo as minhas amizades eu chamo de “meu”, um lugar sagrado, especial, alojado na alma e vivenciado no presente.
É assim, Cláudio, Deni e outros amigos, a vida passa, mais ainda “somos os mesmos”, aqueles velhos trapalhões do CNEC, cheios de sonhos e projetos partilhados.
Peço agora a vocês meus amigos leitores, que pense qual é este lugar em que guardam esta dádiva chamada amizade.
* Caio César de Farias Gomes é Psicólogo com Especialização em Saúde Mental, Especialista em Psicologia do Trânsito, é Professor e coordenador do Curso de Segurança do Trânsito do Centro Universitário de Caratinga.