Rodrigo Antonio Chaves da Silva
Congregado Mariano
Santo Inácio era oficial do exército espanhol. Certa vez, teve um acidente em sua perna, o que lhe exigiu ficar longos meses em convalescência. Num desses dias de repouso, lê um livro sobre a vida dos santos. Pensou consigo numa luz do Espírito Santo: “Se estes foram santos porque eu não posso ser?”. Daí surgiu um ideal. Passou a ser praticante de longas e largas penitência, foi medicante, foi peregrino, até fundar a sua ordem em 1534, colocando um voto a mais nos de pobreza, castidade e obediência: o de obediência ao papa. Em 1540 o papa Paulo III dá o reconhecimento universal à ordem. Daí a Companhia de Jesus passou a ter um mérito de proclamar o Evangelho e trazer mais almas para a Santa Igreja, combatendo o reino desse mundo, pois, numa das visões de Santo Inácio estava realmente a luta entre os dois reinos: o de Jesus, vitorioso, e o do demônio; embora muitas almas se pendiam para o mal não querendo tentar passar na porta estreita. Foi pra este ideal que Santo Inácio fundou a sua ordem, proclamar para a maior honra e glória de Deus o Santo Evangelho e assim salvar muitas almas dedicando-as a Cristo.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de Dezembro de 1936 na Argentina. Sua família tinha origem italiana. Seu pai era contabilista, e sua mãe dona de casa, mãe de cinco filhos. Jovem, o argentino formou-se no curso técnico em química. Depois entrou na vida diocesana, vindo a ingressar na Companhia de Jesus em 11 de Março de 1958. Completou os seus estudos de humanidade no Chile, tendo em 1963 a licenciatura em filosofia no colégio São José em São Miguel. Nos dois anos seguintes foi professor de literatura e psicologia no colégio Imaculada de Santa Fé, depois ensinou tais matérias em Buenos Aires. Na teologia se formou em 1970. Tinha um bom talento, assim que formava, virava professor dos noviços e estudantes daquele curso.
Foi ordenado sacerdote por D. Ramón José Castellano. Deu continuidade no início da década de 70 aos seus estudos e vocação até fazer seus votos perpétuos na Espanha. Ao retornar à Argentina se tornar formador e mestre dos noviços, professor de teologia, superior dos jesuítas, e reitor do mesmo colégio. Em 1973 foi eleito provincial dos jesuítas. Em 1986 parte para a Alemanha para concluir a sua tese de doutorado. Em seguida se torna diretor espiritual e orientador no colégio de Salvador em Buenos Aires, atuando na cidade de Córdova como confessor.
Devido à colaboração e influência com o cardeal Antonio Quarracino, em 20 de Maio de 1992 o papa João Paulo II inspirado por Deus lhe nomeia Bispo titular de Auca em Buenos Aires. Rapidamente em 27 de Junho é ordenado como tal com o lema Miserando atque elegendo (com misericórdia o elegeu). Em 2001, no consistório, o papa João Paulo II, lhe nomeia cardeal, dando-lhe o nome de São Roberto Berllamino. Em 2005 participou do conclave que nomeou o papa Bento XVI. E após a renúncia do papa em 2013, é eleito papa, tendo o seu pontificado até 21 de Abril de 2025, portanto, um pontificado médio de 12 anos.
Tanto do padre Jesuíta, quanto do Bispo e Cardeal, temos uma mensagem de esperança e profecia. Sua mensagem era centrada na função profética do Bispo para uma libertação do povo das cadeias do pecado e da injustiça social. No campo da ascética, ainda como formador jesuíta, teve livros primorosos sobre espiritualidade, um deles “Meditações para Religiosos” (1982), outro “Reflexões sobre a vida apostólica” (1986), obras sobre a prática de devoção e função missionária. Depois de eleito cardeal, promoveu muito a questão da justiça para todos, e a caridade numa forma concreta de esmola e do dever a ser cumprido a todos os batizados e cristãos do mundo inteiro.
Como papa, foi considerado um papa do sorriso. Procurou incluir as pessoas que precisavam de uma oportunidade a mais na Igreja. Foi alvo de polêmica por suas falas, ora improvisadas, ora políticas, mas destacava que o seu foco de questão era Cristo. Foi um papa que recebeu o nome devido ao destaque aos mais pobres, marginalizados e excluídos. A sugestão do nome veio de Dom Cláudio Hummes. Combateu a máfia, o crime organizado, as seitas exotéricas, e a hegemonia que também havia no vaticano. Foi um papa que deixou este legado da humildade e da caridade para todos. Rezemos por sua alma. E claro rezemos para que o próximo papa seja santo, dando continuidade ao primado de Pedro na segurança do amor a Deus, e fidelidade a Cristo Jesus, na sua Igreja Santa.