DIÁRIO conversou com Josley Alexissander, o homem que encontrou 10 mil reais e os restituiu ao seu legítimo dono
CAPUTIRA – Na última semana, uma notícia chamou atenção em toda a região. Dez mil reais que foram perdidos, acabaram restituídos ao seu legítimo dono. Essa história envolveu algumas pessoas e o DIÁRIO conseguiu conversar com uma delas, Josley Alexissander, que reside em Caputira. Ele fala de sua participação neste caso, mas não se vangloria. Para ele, isso é obrigação. Josley ressalta que seu caráter está acima de tudo, personificando aquilo que disse o filósofo Cícero, “viver feliz não é mais do que viver com honestidade e retidão”.
Incialmente, Josley fala um pouco de sua vida. Ele conta que é casado e que mora nos fundos da casa de sua mãe. No momento se encontra desempregado. “Aqui em Caputira trabalhei numa empresa até junho, desde então estou desempregado”.
A respeito dos acontecimentos do dia 11 de novembro, ele recorda que tinha acabado de chegar à Manhuaçu. Ele veio com a intenção de visitar sua avó, que estava internada no hospital César Leite. Primeiramente, Josley disse que foi até a casa de seu irmão. “Toquei a campainha duas vezes, mas não fui atendido. Depois peguei o telefone para tentar contato com ele. Ao tirar o celular do bolso, chegou alguém querendo falar com o pessoal da casa. Naquele momento, atenderam, então voltei para a frente da casa. Falei com eles, ao abrir o portão para subir, olhei para trás, tinha uma moça, que não a conheço, ela olhou para o dinheiro no chão, eu também olhei. Então peguei o dinheiro e a moça perguntou se ele era meu, disse que não e frisei: este dinheiro com certeza tem dono. Então peguei este dinheiro e, junto dessa moça, fui até uma loja de revenda de carros que tem nas proximidades e perguntei se alguém tinha perdido dinheiro”, recorda, ressaltando que uma pessoa da loja e essa moça também demonstraram muito empenho nesta procura pelo dono do dinheiro.
Como Josley não sabia a procedência do dinheiro, subiu até a casa e passou a observar as imagens das câmeras de segurança para tentar identificar quem perdeu este dinheiro. “Assim que identifiquei quem perdeu, fiquei mais tranquilo. Guardei o dinheiro e comuniquei ao Sicoob sobre ocorrido. Falei que se alguém tivesse feito saque naquele valor (10 mil reais), para que me procurasse e faria a devolução”.
Ele recorda que guardou o dinheiro e foi até o hospital para visitar sua avó. “Quando voltei, já tinha sido feita a comunicação e a mesma pessoa que vi nas imagens das câmeras estava me esperando. Essa pessoa também tinha comprovante de tudo e prontamente fiz a devolução”. Segundo Josley, a pessoa que perdeu o dinheiro ficou muito agradecida. “Deu pra ver que se trata de uma pessoa responsável”, frisa.
Assim que essa situação foi resolvida, Josley retornou para Caputira. “Nesse momento não tinha dimensão do que foi este fato. Penso que isso é algo que tem que ser comum. Pra mim honestidade e caráter não se trata de uma questão de você merecer um ‘parabéns’ pela sua atitude. Penso que honestidade e caráter é uma questão de dever, todo cidadão tem que ter. Independentemente do valor que teria naquele momento, este dinheiro não era meu, o dinheiro tinha algum dono, então não faria falta pra mim, eu não tinha aquele dinheiro e não teria vontade de tê-lo. Aquele dinheiro tinha dono, que poderia estar desesperado para achá-lo. Não sabemos que a pessoas estava passando, se aquele dinheiro era fruto de empréstimo. Minha família há poucos meses fez um empréstimo no valor de sete mil reais. Sabemos com é precisar de dinheiro. Em nenhum momento pensei em ficar com aquele dinheiro. Somos pobres e sabemos o que uma quantia dessa significa. Aquele dinheiro poderia transformar a vida de qualquer um, mas naquele caso especifico, não transformaria a minha vida”, finaliza Josley Alexissander.