Morador armazena água do banho e da máquina de lavar roupa para afazeres diários
CARATINGA – Neste ano de 2015, Caratinga e região viveram o que foi considerado uma das piores secas de sua história. Em setembro, a Copasa anunciou que o prolongado período de estiagem na bacia hidrográfica do Córrego do Lage, somado ao aumento do consumo de água devido ao forte calor, poderia fazer com que o abastecimento na cidade fique prejudicado. A Copasa detém outorga de direito de uso de água no Ribeirão do Lage de 242 litros por segundo e desta vazão outorgada, atualmente necessita de 200 litros/segundo, para manter o abastecimento de toda a população.
Ao longo do ano, através de vistoria no manancial do Ribeirão do Lage, foram identificadas intervenções irregulares, ocasionadas por irrigantes de propriedades rurais à montante da captação da Copasa, potencializando a redução da vazão no ponto de captação da empresa. Frequentemente são registradas ocorrências de desvio de água no local e adjacências.
Diante do quadro crítico o rodízio de abastecimento teve início no dia 2 de outubro de 2015. Dias horários foram revezados por região e todos esperavam a chegada das chuvas para aliviar aquele momento difícil enfrentado pela população, já que algumas comunidades ficaram até uma semana sem abastecimento. E quem não se lembra da chuva da esperança da noite de 22 de outubro? O município que estava prestes a decretar estado de emergência não precisou mais assinar o documento. De lá para cá as preces foram tantas que até o momento o racionamento não foi mais preciso.
Após as dificuldades enfrentadas, todos viram de perto a falta que a água faz. Alguns começaram a tomar uma postura mais consciente depois deste episódio. É o caso do morador do Bairro Santa Cruz, Clausiano Peixoto Lourenço.
Ele passou a armazenar em garrafas plásticas a água do banho e da máquina de lavar roupa para fazer outros afazeres diários. Práticas simples, mas que têm mudado a rotina da família. “Comecei com o racionamento, que mudou a minha forma de ver o meio ambiente. Percebia a falta que a água nos faz, pois sem água tudo fica difícil”.
Além de preservar a água, a atitude do morador tem trago outros reflexos positivos. Ele deixa um conselho para que as pessoas também se conscientizem. “Adotamos essa forma de economizar água e já tivemos até resultado na conta, com a redução do valor. Acho que todos devem tentar um meio de economizar água, pois, provavelmente, vamos passar por essa crise novamente”, alerta.