Quem abrilhanta nossa Coluna, hoje, é a capixaba Cristiana Ana, 6ª classificada no I Concurso Literário da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas-AMLM
“É a mente que faz alguém sábio ou ignorante, escravo ou livre.” (Ramakrishna)
Cristiana Ana Lima*
Ser humano. O que está acontecendo com ele? … O ser humano tem usado todo o seu conhecimento para o desenvolvimento da humanidade. Durante todo esse tempo, viu-se o seu caminhar intelectual, na finalidade de proporcionar o bem comum. Tudo isso só tem sido possível pelo seu esforço e seu total comprometimento com as descobertas, na ânsia de um crescimento intelectual e a incansável busca do saber. Caminhou-se durante anos e feitos extraordinários foram surgindo e, certamente, muitos outros hão de vir ainda para o seu enriquecimento. Paralelamente, hoje também se vive o conhecimento teórico e muito valorizado entre os homens, cada vez mais preocupados, eles se preparam para o futuro. Um porvir, cada vez mais elitista e competitivo. Mas, em que momento, essas distorções começaram a pôr em risco toda a evolução intelectual? Várias justificativas são apresentadas, mas o consenso ainda não alcançado é um fator preocupante. O crescimento dessa postura distorcida cresce a passos largos e já coloca a humanidade em perigo. Uma dessas correntes que explicam esse desgaste é a que tem origem em estudos do grande Sócrates, onde Ramakrishna deu continuidade ao seu raciocínio. Nesse, verifica-se a existência de dois tipos de ego: o maduro e o imaturo. No primeiro, verifica-se a existência de um ser livre, eterno e onisciente, onde sua linha de pensamento segue pelo desprendimento, já que nada nos pertence: nem o que se vê, o que se sente ou o que se escuta e nem mesmo o corpo. Já o ego imaturo, o pensamento segue a linha que tudo tem um domínio. Ou seja, a minha casa, o meu filho, a minha esposa e o meu corpo. No processo constante do desenvolvimento do ego imaturo, certamente, depara-se com a valorização do material e, em decorrência disso, a mente, paulatinamente, vai adoecendo. Surge a vaidade! A vaidade advém do orgulho! Seu aparecimento coloca o ser Humano com a sensação de onipotência diante da vida, uma vez que os bens, a erudição ou qualquer outra forma de ilusão, são os fatos geradores dessa falsa convicção.
O problema existe e o seu crescimento é real; da mesma forma que o raciocínio gerou a evolução humana, também devemos considerar que somente ele poderá reverter essa situação. É chegada a hora das providências entrarem em cena, reverter esse processo é lento e requer disciplina interagindo com a inteligência. A humildade surge como pano de fundo para todas as demais virtudes. Seria ela a maravilhosa tática para atingirmos o equilíbrio e as demais respostas para nossas inquietações? Esquecer exemplos de figuras como Jesus, Francisco de Assis, Sócrates, Gandhi e outros, é sem dúvida alguma, um erro elementar. Todos foram sábios: não se deixaram iludir pela vaidade do intelectualismo teórico e se dedicaram à vivência humilde da sabedoria prática. Essa postura por eles adotada dá a noção clara de que não são os títulos ou diplomas, ou nossa posição social que nos qualifica ou classifica diante da verdadeira vida. Mas, sim, nosso comportamento. É incontestável que o conhecimento humano possua importante papel na evolução, mas ele não foi feito para ser ostentado e usado de forma vaidosa ou arrogante. Mais importante do que ele é o Amor.
CRISTIANA ANA LIMA é graduada em Pedagogia Supervisão, Administração Escolar (2006) e em Pedagogia/Licenciatura Plena Educação Infantil – Faculdades Integradas São Pedro (2007); Pós Graduada em Teologia e Ensino Religioso; Gestão Escolar com Habilitação em Supervisão e Administração, Artes na Educação, Psicopedagogia Institucional, Alfabetização e Letramento nas séries Iniciais – EJA. Mestrado em Educação (PPGE/UNICID-SP) Universidade Cidade São Paulo; Professora de Educação Infantil (Prefeitura Municipal da Serra – ES) e (Vitória – ES); Participante do Congresso Internacional da Educação em Buenos Aires, Argentina.