O primeiro turno do Campeonato Brasileiro está chegando ao fim. Quando teve início, lá em abril, muitos fizeram palpites e colocaram clubes como favoritos ao título e ao rebaixamento, como todo ano. Alguns superam as expectativas até aqui e outros decepcionam. Flamengo e Palmeiras eram os mais cotados ao título, junto com Grêmio e Cruzeiro. O Santos corria por fora, por conta das oscilações no Campeonato Paulista, mas não podia ser deixado de lado. O trabalho inicial de Sampaoli era muito animador e demonstrava evolução a cada jogo, por mais que nem sempre o resultado fosse favorável. Todo começo de trabalho requer tempo e paciência para adaptação, portanto a diretoria seguiu acreditando e hoje colhe os frutos. Falam que o elenco do Santos não é tão qualificado quanto o de Flamengo e Palmeiras, mas o time já deixou claro que vai brigar pelo título até o fim.
O Palmeiras começou mostrando que seguia nos embalos de 2018, mas a pausa para a Copa América fez muito mal ao time. O que ocorreu com o Flamengo em 2018, que vacilou e deu todas as oportunidades para o Palmeiras ser campeão. A equipe paulista voltou jogando bem menos do que apresentava e viu os outros times se aproximarem. Agora, com Mano Menezes na beira do campo, o time corre atrás do prejuízo para encostar no Fla e retomar a liderança. Tarefa difícil, mas não podemos duvidar da capacidade do atual campeão.
O Flamengo parece que finalmente encontrou o jeito de jogar para o tanto de jogadores talentosos que possui no elenco. Jorge Jesus chegou e deu sua cara ao time, que junto com os reforços do meio do ano, colocaram ordem na casa e alcançaram a liderança. Hoje é o melhor ataque do país, com um trio poderoso formado por Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. O time ainda conta com Everton Ribeiro, Gerson, Rafinha e Filipe Luís.
O Cruzeiro entrou numa crise enorme e isso afetou o rendimento do time na temporada. Com a eliminação na Libertadores, o time viu aos poucos os objetivos escaparem. Após a demissão de Mano Menezes, sobrou a Copa do Brasil. Do outro lado tinha o bom Internacional, que sempre demonstrou organização sob o comando de Odair Hellmann. Os dois confrontos foram bem tranquilos para a equipe gaúcha, que venceu em Minas e dentro de casa. Com novo treinador, o Cruzeiro precisa mudar em pouco tempo para recuperar os pontos perdidos. O grupo é bom, Rogério Ceni já provou ser um técnico cheio de ideais, e vai precisar de respaldo da diretoria para implantar seus métodos. A meta é organizar uma equipe que já vem abalada pelos inúmeros problemas e preparar o terreno para 2020.
Na parte de baixo, CSA e Avaí eram unanimidades entre os candidatos ao rebaixamento. Como todo time que luta pra não cair, tirar pontos de clubes maiores é quase uma certeza. Sempre aprontam das suas e conseguem pontos que fazem crescer uma chama de esperança, que logo se apaga. Para muitos, Fernando Diniz finalmente daria sequência a um trabalho sólido e colocaria o Fluminense nas cabeças. Mais uma vez, seu trabalho não rendeu e logo foi demitido. Suas ideias eram boas, mas o time que tinha em mãos não era o melhor para executar os comandos. Caiu deixando uma base, que logo fora destruída por Oswaldo de Oliveira. A impressão que dá é de que o Fluminense começou agora sua temporada e busca um rumo. Com 12 derrotas até aqui, a situação é muito preocupante. Precisará de um milagre para reverter e evitar o rebaixamento. O rival, Vasco da Gama, começou naquela incerteza de sempre, mas parece que vai buscar uma vaga na Sul-americana. Sob o comando de Luxemburgo e o talento do ótimo Talles Magno, o cruz-maltino passa por cima dos problemas fora de campo e conta com o apoio da sua apaixonada torcida para afastar o fantasma do rebaixamento.
O segundo turno promete ser ainda mais acirrado nos dois extremos da tabela. Nada está definido e até o fim do ano muitas mudanças acontecerão no campeonato. Para muitos, é o melhor campeonato do mundo. Pode faltar técnica, mas sobra competitividade. Nos resta aguardar, para sabermos quem vai terminar o ano comemorando e quem vai lamentar mais um ano com expectativas frustradas.