Sargento foi esfaqueado e alega ter agido em legítima defesa
SÃO SEBASTIÃO DO ANTA – Um tumulto em São Sebastião do Anta na madrugada dessa segunda-feira (7) terminou com uma mulher morta, um policial militar esfaqueado e homem baleado.
De acordo com informações da Polícia Militar, no decorrer da noite desse último domingo (6), aconteceram dois roubos consumados no município de São Sebastião do Anta, dentro de poucas horas.
Militares do local foram acionados para coordenar as ações de identificação dos autores, rastreamento, acionamento de eventual plano de cerco e bloqueio e outras medidas com o objetivo de elucidar os crimes.
Durante a abordagem a pessoas que estavam em frente ao bar situado na praça João Barbosa Neto em São Sebastião do Anta, um homem de 49 anos teria “subvertido a ordem, obstruindo a ação policial”.
“Neste ínterim, o suspeito teria dito aos militares que iria a sua residência, e voltaria para resolver aquela situação. Minutos após, ele retornou de posse de uma arma de fogo para atentar contra a vida dos militares. Um militar ao perceber que o suspeito estava de posse de arma de fogo, efetuou dois disparos, “a fim de repelir iminente e injusta agressão contra a vida dos militares interventores”, disse a PM.
Os projéteis atingiram o braço e ombro direitos do suspeito, causando-lhe incapacitação motora e o fazendo cessar a agressão de imediato.
Ainda de acordo com informações da Polícia Militar, no decurso da ocorrência, a irmã do suspeito, Andressa Cristiane da Silva, 40 anos, apropriou-se de uma faca e desferiu um golpe na altura do abdômen de um militar, que na ocasião estava em trajes civis e sem colete. Mesmo lesionado, o militar conseguiu efetuar dois disparos de arma de fogo contra a mulher.
O militar foi socorrido ao hospital São Sebastião, na cidade de Inhapim, sendo estabilizado e transferido ao hospital Márcio Cunha, na cidade Ipatinga, onde foi atendido e está consciente, orientado e aguarda exames para a realização de cirurgia.
A mulher faleceu durante atendimento no hospital São Sebastião e o suspeito foi socorrido ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Caratinga, onde permanece sob escolta policial.
MÃE DE MULHER MORTA POR POLICIAL PEDE JUSTIÇA
A dona do bar, Consolação Silva, 70 anos, a “Consola”, que é mãe de Andressa contou sua versão dos fatos e pediu justiça. “Ali pelas 22h, 23h, o bar estava fechado, a gente estava naquela mesa ali esperando meu filho que estava em outro bar. Nesse meio de tempo, chegou o Quirino (sargento) e dois policiais, os meninos estavam sentados ali naquela venda. Ele chegou abordando os meninos, metendo o pau nos meninos, machucando. Chegou a mãe dos meninos pedindo pra ele não fazer aquilo. Ele deu uma coronhada de revólver na cabeça da mulher. Deu chute nos meninos. E nós sentados”, disse Consola.
Consola ainda disse: “O Ernandes (Ernandes Alves Silva, 49 anos), esse meu filho que está internado, estava ele com as filhas dele. Ele estava falando com a mulher dele e a menina gravando realmente os vídeos, as ruindades, as maldades que eles estavam fazendo com os meninos. A hora que ele viu que um deles estava gravando, achou que esse menino que está internado estava gravando, mas, ele estava falando com a namorada dele. A menina que estava gravando. Veio para o lado do meu menino, chutou e perguntou: “Cê tá gravando?”. Ele virou o celular e mostrou que não estava gravando, mostrou que estava falando com a mulher dele, de Pernambuco. Aí ele pediu o celular novamente, a menina respondeu que não ia dar o celular, porque comprou e pagou, é dela. Ele foi para chutar a menina, aí o menino que está internado tirou a menina e falou que ela não era obrigada a dar celular para ele. Assim, o Quirino chutou ele, o outro atirou nele”.
“Se meu filho estava armado, não sei, eu não vi. E eles fizeram maldade com a minha filha, ela morreu inocente. É depressiva pós-parto, perdeu um filho pouco tempo agora e entrou em depressão. Tanto que meu trabalho aqui era para zelar por ela, que ela já foi internada no Galba Veloso três vezes. Ele fez a maldade com a menina minha, depressiva e ele estava tonto, bebendo lá no outro bar com meu filho. Ele chegou aqui “endemoninhado”, fazendo maior inferno. A porta está toda quebrada de tiro”, conta Consola.
Sobre Andressa, Consola disse que a filha escutou os tiros e saiu de casa para ver o que estava acontecendo. “Estava dormindo, ela saiu da casa dela e perguntou o que estava acontecendo. O Quirino tornou a atirar. Depois não vi mais nada, dizem que ela deu facada nele, mas, se deu não vi. Atiraram na menina, ela caiu morta, de uma vez. E ele sabia que ela era depressiva, que quando ela fica assim tem que internar e mesmo assim ele fez a maior covardia. Ela nem sabia que ia morrer. Foi uma sacanagem, quero justiça”, disse Consola.
O irmão de Andressa e Ernandes, Alex Alves, alega que o sargento estava junto dele em um clube fazendo uso de bebida alcoólica e depois teria ido para o bar onde houve a confusão.
POLÍCIA MILITAR
A Polícia Militar por meio de nota disse que “estão sendo veiculados em mídia social alguns vídeos acerca de abordagem policial que antecedeu uma intervenção da Polícia Militar na cidade de São Sebastião do Anta, ocorrida durante esta madrugada. Assim que a autoridade judiciária militar tomou conhecimento dos fatos, determinou a abertura imediata de IPM para apurá-los”.
Bar onde aconteceu o tumulto
Bar onde aconteceu o tumulto