Em Caratinga, a situação de abastecimento é considerada satisfatória. Relatório elaborado em 2011 já trazia necessidade de intervenções em alguns municípios para evitar a crise
CARATINGA – Dados do Atlas Brasil, relatório feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) em 2011, ilustram que apenas 50% das sedes urbanas mineiras apresentaram abastecimento satisfatório até 2015. Para a outra metade, já eram previstos problemas na oferta de água, com necessidade de investimentos de cerca de R$ 890 milhões em obras.
As intervenções apontadas pelo levantamento estão relacionadas à adoção de novos mananciais para suprir a demanda de 30 municípios e a adequação de sistemas de produção já existentes para alimentar outras 394 cidades mineiras. Obras que já estavam previstas pelas companhias de abastecimento de água nas projeções de médio e longo prazo.
Especialistas acreditam que caso fossem procedidas as obras recomendadas pela ANA, a crise de água em muitos municípios não seria tão severa, já que o levantamento considerou a disponibilidade hídrica e as condições de infraestrutura dos sistemas de produção, apontando os problemas, antes da seca se prolongar. Para muitos, a previsão foi levada a sério tarde demais.
O diagnóstico tem como objetivo verificar a situação dos mananciais e dos sistemas produtores de água quanto ao atendimento das demandas hídricas futuras. Quando o manancial e o sistema produtor apresentaram condições de atendimento às demandas urbanas até o ano de 2015, o abastecimento de água para a sede municipal foi considerado satisfatório.
De outro lado, quando o balanço entre a oferta e a demanda se mostrou com saldo negativo (déficit), foi identificada a necessidade de investimentos em obras para o aproveitamento de novos mananciais ou para adequação dos sistemas existentes.
Na região, de acordo com os dados, Caratinga, Piedade de Caratinga, São Sebastião do Anta, Vargem Alegre, Bom Jesus do Galho, Entre Folhas, Pingo D’Água, Córrego Novo e Santa Rita de Minas têm uma situação de abastecimento satisfatória para este ano. Já Ubaporanga, Inhapim e Santa Bárbara do Leste requerem ampliação do sistema. Os investimentos totais em água seriam de R$ 2 milhões, R$ 3 milhões e R$ 3 milhões, respectivamente. O estudo, elaborado naquele ano foi atualizado pela agência e as projeções confirmadas no final de 2014.
Para os três municípios foram feitas algumas propostas, tais como, ampliação/adequação do sistema existente, pois o manancial atualmente explorado atende à demanda futura, porém o sistema produtor requer adequações.
Ainda não há notícia de problemas graves relacionados à água em Caratinga e região. A reportagem tentou falar com a direção da Copasa em Caratinga, porém não conseguiu localizar a pessoa responsável para falar sore o assunto. Mas a estiagem prolongada deixa o estado de alerta. Produtores rurais, por exemplo, já estão preocupados com o excesso de calor e a falta de chuvas e registram algumas dificuldades.
Para o mês de janeiro espera-se chuva, assim como acontece em todo verão, entretanto, este ano ela está escassa e os termômetros registrando altas temperaturas. Até mesmo para os municípios que apresentam abastecimento satisfatório, a situação não é totalmente confortável e requer conscientização dos consumidores.
FOTOS COPASA