Provavelmente, quando saiu a primeira edição do Diário de Caratinga, no final do milênio passado, isso mesmo que você leu, final do milênio passado, suas diretoras e editores, acredito eu, não imaginavam quanta história o Diário colecionaria e tamanha seria a sua longevidade e solidez.
Nessas três décadas do Diário de Caratinga, muita coisa mudou no mundo, vivemos tempos efervescentes. O advento da internet, que proporcionou a comunicação virtual, influenciou novos paradigmas e fez com que os jornais impressos, de todo o mundo, passassem por um processo de reinvenção. Afinal, as notícias não seriam mais veiculadas somente pelo papel, mas sim, por vários outros meios, que incrivelmente, brotam a todo o instante, mas que comumente chamamos de redes sociais.
E lá estava o Diário de Caratinga, introduzindo em sua dinâmica editorial, esses novos meios digitais, que fizeram com que a informação chegasse mais rápida ao leitor. Assim, surgem suas novas mídias. Mas, sem deixar, em nenhum desses anos, a versão impressa, que provavelmente é o xodó do jornal e de muito dos seus eleitores, do qual faço parte.
Particularmente, sinto minha história profissional, que esse ano completa 25 anos de sala de aula, como professor, muito próxima e ligada ao Diário de Caratinga. Na verdade, antes mesmo de me inserir no quadro do magistério eu já havia publicado alguns artigos de opinião no Diário. Enfim, encontrei no Diário as portas abertas para me aventurar a escrever e ser lido.
Nessas três décadas do Diário de Caratinga, através de vários relatos, fiquei sabendo que alguns dos meus artigos foram debatidos em sala de aula, por vários outros professores e seus respectivos alunos; ressalto que usei do espaço para deixar minha manifestação e opinião, através de artigos, que já se aproximam de 500, sobre diversos assuntos que assolam o nosso cotidiano, principalmente os temas relacionados ao mundo da política; lembrando que escrever sobre política é algo sinistro, principalmente numa época tão polarizada como a que vivemos, onde a verdade não é buscada no fato, mas sim, em quem o fez; mas voltemos para o nosso assunto principal, o aniversário do Diário, que em tantas outras vezes me mencionou em reportagens sobre trabalhos desenvolvidos como professor, lançamento de livros e agora, nas minhas atividades de corrida.
Nessa direção, sou muito grato ao Diário de Caratinga, por sempre ceder um pedacinho das suas páginas para que eu pudesse estar presente, das mais variadas formas: artigos ou reportagens. E se sou o que sou, devo também, uma parcela bastante significativa, ao Diário.
Nessas três décadas, confesso que nunca tive a pretensão de ser unanimidade, pois não há unanimidade na manifestação da opinião, mas sempre quis ser lido, afinal, sem o leitor o ato de escrever não faz sentido. E o debate de ideias é a alma de qualquer provocação textual.
Nessa edição, fecha-se um ciclo, de 30 anos de história. Mas a vida segue seu fluxo e amanhã abre-se outro. Que a história do Diário de Caratinga continue por mais longas edições. Que suas páginas continuem registrando a história das pessoas, das cidades, dos fatos inusitados…, enfim, continue cumprindo sua missão de noticiar e informar. Parabéns, Diário de Caratinga!
Walber Gonçalves de Souza é professor e escreveu pela primeira vez no Diário de Caratinga no dia 26 de fevereiro de 2000.