Demonstrações de tecnologia italiana foram realizadas no distrito de Santa Luzia
CARATINGA- O trator da marca italiana Antonio Carraro, utilizado especialmente para regiões montanhosas e de difícil acesso é novidade para Caratinga e região. A máquina foi apresentada na tarde de ontem, na Fazenda Santa Luzia, em uma parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater).
Com um conceito desenvolvido para dar maior segurança ao operador e alta performance, a introdução desta nova tecnologia foi um sucesso na Serra Gaúcha e é grande a expectativa para a região produtora local. Produtores, representantes de instituições e trabalhadores puderam acompanhar a demonstração do funcionamento da máquina e tirar suas dúvidas.
De acordo com André Fagundes, coordenador comercial da Tramontini, empresa que fornece os tratores especiais, as máquinas são compactas, possuem baixo centro de gravidade, bloqueio do diferencial e raio de giro reduzido. “O trator Antonio Carraro tem mais de 100 anos de história, é italiano, começamos a trabalhar com ele a cerca de quatro anos no Brasil. É um trator de montanha, que busca principalmente que o produtor consiga mecanizar onde antes ele não mecaniza e, acima de tudo, com segurança”.
André enfatiza que este trator foi concebido para trabalhar em montanhas, diferentemente de outros tratores agrícolas que foram adaptados. “Ele tem as quatro rodas do mesmo tamanho, o centro de gravidade mais baixo e o sistema de articulação central, que faz com que as rodas dianteira e traseira articulem sem que ele tombe; sempre tendo as quatro rodas no chão. Pode trabalhar numa inclinação de até 60% trabalhando com implementos, fazendo tudo aquilo que o produtor precisa fazer. Tem o sistema de redutores de roda que aumenta a força do trator, tem 12 marchas à frente e 12 marchas à ré aumentando a gama de velocidades que o produtor pode trabalhar, adaptando melhor os tipos de pulverização também que ele tem que fazer. Trabalha muito bem também na questão de trinchas e roçadas, pela questão da força dele”.
O coordenador comercial ainda frisa que a topografia da região é extremamente propícia para utilização desta máquina. “A tração do trator é 4×4 integral, ou seja, ele traciona as quatro rodas juntas ao mesmo tempo na mesma velocidade, diferente de um trator convencional que tem uma tração auxiliar, que simplesmente ajuda a puxar”.
Os resultados para os produtores que já utilizam da tecnologia são inúmeros, como destaca. “Começamos o trabalho na serra gaúcha, com produtor específico da fruta, uva, pêssego, ameixa, por exemplo. Hoje é um sucesso nessa região, temos mais de 300 máquinas colocadas. É o trator mais vendido da região porque ele proporciona trabalhar onde antes se trabalhava com dificuldade e muito perigo de tombamento. A questão da quantidade de acidentes diminuiu muito em função do trator de montanha. Depois, passamos a trabalhar no Sul de Minas, área que fica muito semelhante com a geografia daqui também com o café, bastante montanha, onde muitos produtores tinham 0% mecanizado e hoje conseguem mecanizar 100% da propriedade”.
Especificamente para a cultura do café, que é o carro chefe na região, André cita que os benefícios também se aplicam. “Ele se encaixa muito bem no café também, porque hoje o futuro da cafeicultura de montanha é o terraceamento, muitos produtores acabam gastando grandes quantidades de dinheiro para fazer o terraço e depois os tratores convencionais não conseguem andar nele, por dificuldade de entrada e saída de rua. O Antônio Carraro além de facilidade na entrada e nada saída, também trabalha muito bem fazendo o terraço. O investimento que o produtor tem que fazer para terracear a área, ele acaba comprando o trator onde vai poder com a mesma máquina fazer isso e todas as partes de tratos culturais depois”.
Os tratores são comercializados pelos valores entre R$ 122.000 e 230.000, dependendo do modelo e potência. Linhas de financiamento estão disponíveis.