Funcionários pedem aumento e contratação de 1500 eletricistas aprovados
CARATINGA – 40% dos trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) de Caratinga, na categoria eletricitários, entraram em greve ontem, seguindo orientação do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG).
De acordo com o Sindieletro-MG, após a realização de assembleias nos dias 23 e 24 deste mês, os eletricitários decidiram pelo movimento grevista, rejeitando a proposta da empresa de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) .
De acordo com um dos participantes do movimento na cidade e que preferiu não se identificar, assinatura de Acordo de Primarização (fim das terceirizações das atividades-fim), conforme compromisso do governador Fernando Pimentel; contratação imediata de 1500 eletricistas na Cemig, aprovados no último concurso público; aumento real de 6% pela produtividade de 2014 e 4,87% pela produtividade de 2015 e distribuição linear da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Além disso, em leilão de concessão de usinas, a Cemig perdeu 11 delas, por isso, a categoria pretende “pressionar” a Companhia. “Têm empregados que dependem desta área e não se sabe se serão absorvidos pela Distribuição”.
De acordo com os funcionários de Caratinga, a greve é por tempo indeterminado, sendo mantidos os serviços essenciais. Mas, serviços eventuais ou programados deverão sofrer atrasos.
CEMIG
Em nota, a Cemig garantiu que a greve não interfere no atendimento e na prestação de serviços aos consumidores. A companhia disse que uma liminar de ontem, deferida pelo desembargador José Murilo de Morais, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, determinou a manutenção de um quadro mínimo de 60% dos trabalhadores em cada atividade, o que está sendo cumprido.
O desembargador justificou a decisão alegando que o serviço prestado pela Cemig é “uma atividade essencial, vinculada à produção e distribuição de energia elétrica, cuja interrupção inviabiliza a manutenção de serviços fundamentais à população, como hospitais, escolas, estações de bombeamento e tratamento de água, semáforos, estações de metrô, dentre outros”.
Ainda segundo o comunicado da Cemig, a decisão de parte dos empregados de paralisar suas atividades foi tomada em meio às negociações salariais em curso. A Cemig propôs reajuste de 10,30%, assegurando a reposição da inflação, e a manutenção de empregos e salários cujos valores estão acima da média da remuneração das demais empresas do setor elétrico.
Além da recomposição salarial, a Cemig disse que também propôs o pagamento de PLR. A proposta é inferior ao pagamento efetuado nos anos anteriores, por causa da crise, mas é superior à média do benefício pago por empresas do setor elétrico brasileiro, diz a Cemig.