Crianças e adolescentes dizem ‘não’ ao abuso e exploração sexual, em campanha realizada na Praça da Estação
CARATINGA- O grito em uma só voz: ‘NÃO’. Estas foram as palavras das crianças e adolescentes que se reuniram na manhã de ontem, na Praça da Estação, para refletir sobre o abuso e exploração sexual. A mobilização contou com a participação dos assistidos da Fundação Cidade dos Meninos (Funcime) e outras instituições.
18 de maio é a data marcada pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Dados do Disque 100 apontam que, apenas em 2017, foram feitas mais de 20 mil denúncias desse tipo no serviço.
Representando a Secretaria de Desenvolvimento Social, Andreia Raposo Diniz falou sobre a importância de dar a oportunidade para que as vítimas se expressem e denunciem. “São crianças e adolescentes que enfrentam diretamente situações que às vezes não conseguem dar esse grito de liberdade. Precisamos estar de mãos dadas e juntos. Estamos de braços abertos para fazermos o melhor, tentarmos cada dia mais aprimorar nossos serviços enquanto gestão, mas sozinhos não conseguimos. Precisamos unificar esforços para termos juntos resultados melhores, sabemos que muitas crianças e adolescentes ao serem vitimadas se calam e isso traz consequências grandiosas, que podem acometer toda uma vida, de rendimento escolar, ser uma pessoa que possa realmente falar melhor dos seus sentimentos”.
APOIO
Edivânia Batista Carlos, coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) chamou atenção para o papel do setor, que é uma unidade pública da política de Assistência Social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados.
“O Creas é um equipamento que realiza o trabalho com as crianças, adolescentes e suas famílias que sofreram violência sexual, exploração sexual, violência física e várias outras violências. Nós trabalhamos buscando a superação de tais violência e aqui, hoje, é o dia de mobilização, que precisamos gritar em uma só voz, que nós temos que combater a violência sexual contra criança e adolescente. Estamos gritando a uma só voz, não ao abuso, não à exploração sexual. Existem várias crianças que gritam e não são ouvidas, que pedem socorro com sinais do corpo, que demonstram ali que precisam de ajuda e não são vistas, ouvidas ou enxergadas. Temos o dever, é uma responsabilidade de todos nós, estado e sociedade, prevenir e combater essa violência tão presente em nosso meio”, destaca Edivânia.
Para a coordenadora do Creas, é necessário que as informações cheguem aos órgãos responsáveis, com a articulação de ações intersetoriais, para proteger as vítimas e responsabilizar os agressores, além de conscientizar a população sobre formas de identificar e denunciar os casos suspeitos. “Caratinga recentemente, só esse ano, foi veiculado na mídia da nossa cidade, crimes bárbaros, violências contra crianças e adolescentes que nos chocaram. E há alguns casos que às vezes nem chegam às autoridades. Temos que buscar chegar até aquela criança ou adolescente que eles têm como pedir ajuda. Esse é o nosso papel e vamos juntos, para que possamos continuamente em todos os nossos espaços essa violência presente em nossa cidade”.
Márcia Pereira, que representou a Diretoria de Proteção Social, destacou que esta luta precisa ser constante e direcionou uma mensagem às crianças e adolescentes. “O 18 de maio é um dia de lembrar; mas o fazer, o trabalhar é cotidiano. Crianças, não calem. Adolescentes, não calem. Vocês precisam entender, hoje talvez seja comigo, mas é um amigo, um conhecido, alguém que pode estar passando por certas situações e não se sabe onde procurar apoio. Existem apoios, meios onde você pode encontrar alguém que vai ouvir e ajudar. Não aceitem isso, o futuro precisa de uma criança e adolescente forte, responsável, alguém que não tenha sido prejudicado por nenhum adulto”.