Ela acaba de lançar seu primeiro livro, onde recorda o tempo passado e contempla o presente
CARATINGA – Uma frase atribuída à Voltaire diz que “a poesia é a música da alma, e sobretudo de almas grandes e sentimentais”. E essas palavras servem para ilustrar ‘Jardim das Amoreiras’ (Editora Versejar), primeiro livro de Verônica Moreira. Nessa obra estão condensados todos os sentimentos da poetisa, onde ela recorda o tempo passado e contempla o presente.
Verônica Moreira, que é colaboradora do Jornal Rol, foi entrevistada pelo DIÁRIO e falou sobre sua obra. Ela também contou como se deu seu ingresso no mundo da poesia, falou da influência da família e, enfim, definiu “poesia cura a alma, faz renascer o sentimento, a esperança, a poesia é tudo na minha vida”.
Quando você começou a se aventurar na literatura? Sofreu influência direta de parentes mais velhos, amigos, professores? O que aprendeu na escola o instigou a criar textos?
Os meus primeiros escritos tem mais ou menos oito anos. Comecei escrever porque me vi num momento difícil da minha trajetória de vida, com a saúde do meu filho. Então comecei a colocar no papel todo aquele sentimento de angústia, de medo, e naturalmente foram fluindo também versos, falando da vida, de tudo um pouco, flores, estrelas, o sol, a lua…
Você costuma ser muito pessoal em suas poesias?
Geralmente sim, a maioria dos meus escritos eu falo sempre do meu sentimento, de coisas que acontecem comigo no meu cotidiano, em minha volta. Meus poemas todos sempre têm muito de mim mesmo, da pessoa da Verônica Moreira.
O que te inspira a escrever, quando vem a inspiração?
Geralmente estou naquela lida diária, fazendo almoço, de repente vem uma frase, aí paro o que estou fazendo, vou lá e escrevo para não esquecer. E quando vai mais a noite, começo trabalhar em cima daquele verso, daquele poema. Geralmente me inspiro muito quando estou fazendo alguma coisa, e acontece algo assim em minha volta, reparo um passarinho que canta na janela, um beija-flor, e acontece naturalmente. Eu pego um papel, escrevo, e depois eu formo um poema, a escrita.
Você costuma ser muito exigente em relação ao seu trabalho?
No princípio eu não era muito exigente, mas com o passar do tempo a gente vai se aperfeiçoando na escrita, e hoje eu me considero bem exigente. Claro que ainda tenho as minhas falhas e aprendo a cada dia com meus erros, dentro da literatura.
Quais poetas lhe inspiram?
Sempre li muito versos na internet, de Clarice Lispector, porque eu não tive essa oportunidade de ler os clássicos, então eu lia mais na internet. Nunca peguei um livro de Clarice Lispector por exemplo pra ler. Mas teve um livro que eu li, e esse autor me inspira, é tanto que no início do meu livro tem um texto dele, do Augusto Cury. Eu gosto muito do Augusto Cury, ele sempre me inspirou muito.
Em relação aos seus poemas, como foi a recepção do público quando você começou a postá-los na internet?
A reação do público foi muito positiva, e exatamente por causa dessa interação do público me inspirei a postar mais, escrever mais, e cheguei aqui onde estou hoje graças ao público. A interação foi muito boa, compartilhavam, vinha no meu privado e diziam: Verônica, essa poesia mexeu comigo, mudou meu modo de pensar, então isso é importante.
Como seu deu a concepção de Jardim das Amoreiras?
Eu escrevendo, e o público aceitando bem o meu trabalho, nasceu esse desejo de fazer esse primeiro livro. E o “Jardim das Amoreiras”, fala muito de amor, também fala de dor, de todas as provações que a gente passa, o início do livro mesmo fala da minha trajetória, desde o meu nascimento, conta um pouco da minha história. E é por isso que intitulei de “Jardim das Amoreiras”, remete a minha infância, inclusive nos primeiros versos fala da minha mãe, ela era costureira, aí esse poema é inspirado na minha mãe, quando ela falava: ai meu Deus, acabou a linha da canelinha. Eu achava aquilo lindo, eu não sabia o que era canelinha, depois eu fui descobrir. Então esse poema foi em homenagem a minha mãe. O livro homenageia toda minha família, inclusive meu sobrenome Moreira, jardim das amoreiras, porque tem aquele amor de família, e as amoras que são doces, o amor que é lindo.
Além da poesia, qual tipo de arte lhe interessa?
Gosto muito da música, cantava nas igrejas, sempre gostei muito de cantar, tive uma relação muito boa com a música, principalmente a música evangélica. E agora recentemente, compus uma música intitulada “Minha estrela”, uma música que fez um sucesso muito grande aqui dentro, ela participou de um concurso de música, da Eternizart, não ganhou, mas eu ganhei muito de poder participar.
Por fim, para que serve a poesia?
Como amante da poesia posso dizer que ela cura, ela cura a alma, faz renascer o sentimento, a esperança, a poesia é tudo na minha vida. Desde que me encontrei na escrita, na poesia, a minha vida mudou muito para melhor, graças a Deus.
Para adquirir a obra entrar em conato através do WhatsApp, (33) 99970-6504, ou no Instagram @poesia.veronicamoreira, Facebook: verônica moreira
POESIA
SINTO SAUDADES
Sinto saudades mesmo, é do feijãozinho batido da vó Cirene; do doce de leite que ela fazia e despejada na mesa de madeira e do bolinho de chuva que até hoje não vi igual!
Sinto saudades mesmo, é daquele banco cumprido de madeira que ficava na varanda, ali, onde eu almoçava quase sempre…
Ah, que saudade do pé de jambo no quintal do vizinho, docinho!.. docinho!..
Como eu amava come-los! Inesquecíveis são para mim.
Aquela cama cheirosa, cheiro de vó; cheiro de tia; cheiro de família; cheiro de amor verdadeiro; não há melhor cheiro, exceto o cheiro de mãe!
Sinto saudades mesmo, é da cadeira de balanço na sala, que causava disputa pra vê quem sentava primeiro, saudade do colo da vó que amava fazer-me cafuné.
É isso mesmo, saudade do que se foi, vontades que sempre voltam, liberdade, carinho, aconchego e um amor que ultrapassa o tempo.
Eis uma saudade que não me incomoda; consola…
Saudade que não quero jamais deixar de sentir.
Saudade que aperta e ao mesmo tempo, afrouxa, que desconcerta e concerta naturalmente, saudade que deixou sementes que não param de brotar no peito, saudade de tudo que um dia foi perfeito.
Verônica Moreira
Verônica Moreira lança seu primeiro livro