Por Rev. Rudi Augusto Kruger
Coordenador das Capelanias da Rede de Ensino Doctum
Nossa gratidão ao Diário de Caratinga pela tão pronta e eficaz divulgação da Faculdade de Teologia de Caratinga Uriel de Almeida Leitão.
Com muita satisfação, podemos anunciar que as aulas começaram na quarta-feira da semana que passou, no dia 23 de março, e que agora a FACTUAL deixou de ser um sonho, saiu do papel e é uma realidade! Muito obrigado a todos nossos amigos e companheiros! Venham nos conhecer!
O acontecimento de maior significado para aqueles que abraçam a fé cristã é sem dúvida, a ressurreição de Jesus, ou Yeshua, como seus familiares e amigos Lhe chamavam.
Num domingo de Páscoa, durante a época em que nós ministrávamos em Berlim Ocidental (a cidade ainda era cercada por um muro), tivemos um debate muito interessante sobre o tema “Você crê que Jesus ressuscitou?”
Nossa plateia era formada, principalmente, de jovens. Estávamos no seu reduto, o porão da casa paroquial que, após muitas conversas com a ‘diretoria’ da igreja luterana, conseguimos transformar num refúgio, e, diariamente, mais de trezentos adolescentes e jovens o frequentavam, às tardes. Eu era o seu pastor. Decidimos convidar mais dois pastores para participar do debate. Cada um tinha 10 minutos para dizer o que cria sobre a ressurreição.
Estávamos diante de um grupo de jovens vivendo sob a sombra da II Guerra Mundial. Berlim tinha sido palco do pior que se poderia imaginar: do domínio e controle desenfreado de mentes doentias e loucas aos abusos e atrocidades, mortes e chacinas, algumas até em nome da religião, ou mesmo, da ciência.
O jovem, em qualquer parte do mundo, e em qualquer geração, vive e sofre por causa das decisões dos adultos. E nossos jovens berlinenses ainda sofriam, e muito.
O Rabino e Apóstolo São Paulo afirmou claramente em sua carta aos fiéis da cidade grega de Corinto que “se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e a nossa fé é vã.”[1]. E ele continuou dizendo que “Se nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de pena entre todos os homens”[2].
Esperança! Tanto naqueles dias em Berlim como no mundo de hoje continua sendo um artigo muito necessário no armário íntimo de cada um de nós.
Voltando ao debate: fiquei sozinho afirmando que cria no relato bíblico do acontecimento sobrenatural da ressurreição do nosso Senhor. Mais ainda, que eu tinha tido experiências muito especiais com o Deus que a Bíblia revela, e que tinha conhecido muitas outras pessoas honradas e de respeito que, igualmente, baseavam sua fé e esperança a partir daquele evento datado há quase dois mil anos.
Isso foi na década de 70, mas valeu, e tem sido para mim fonte de alegria, força e persistência diante das coisas da vida. Bem como para vários jovens de então, com os quais continuo tendo contato até hoje.
Assim, no pós-Páscoa, quero ainda expressar a todos os leitores meus votos – mesmo um pouco atrasados – de duas formas:
àqueles que creem e que alimentam sua fé na Bíblia, desejo que se aprofundem mais e mais em sua intimidade com o Pai de nosso Senhor Yeshua, o que tornará sua caminhada mais tranquila e mais útil para você e para os seus companheiros de viagem por esta vida;
e para aqueles que estão com dúvidas, ou que desistiram de buscá-Lo, desejo que, nesta época, vocês possam ter momentos felizes, de descobertas verdadeiras, e que nunca deixem de acreditar em si mesmos. Se vocês sofreram intolerância quanto ao seu posicionamento, desejo profundamente que encontrem pessoas com quem possam comunicar com clareza, e não apenas com convicção, o porquê de sua fé ou descrença. Pois o diálogo sempre será o melhor caminho tanto para crentes como para os que não creem.
2 Co 15.14.
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