Temporal causa transtorno e morte em Santo Antônio do Manhuaçu
CARATINGA – O distrito de Santo Antônio do Manhuaçu, zona rural de Caratinga, foi bastante afetado pelas chuvas nesse último final de semana. Uma pessoa devido a deslizamento de terra e houve quedas de barreira na estrada de acesso ao local.
Na manhã dessa segunda-feira (9), a equipe de reportagem percorreu alguns trechos da via que estiveram interditados, mas que já foram liberados. Profissionais das empresas de uma internet e da prefeitura de Caratinga estavam no local fazendo reparos e desobstruindo completamente a estrada. Em determinado ponto, quase chegando dentro do distrito, uma árvore grande caiu no meio da pista, e perto da ponte onde passa o rio, houve deslizamento de terra e parte do asfalto cedeu. Já em um ponto logo à frente, onde também houve o deslizamento de muita terra, dois postes de energia ficaram inclinados, correndo risco de caírem.
Uma equipe da prefeitura que estava no distrito disse que todas as medidas de segurança já estavam sendo tomadas.
UMA MORTE
As perdas que a chuva causou no distrito não foram apenas materiais. Elzira Crispim Lopes, 74 anos, acabou morrendo depois que um barranco desceu dentro de sua residência, na rua José Capixaba. A terra derrubou paredes e destruiu tudo dentro da casa.
Com as a estradas interditadas, os bombeiros militares não conseguiram chegar ao local do deslizamento. O corpo da senhora Elzira foi sepultado na manhã dessa segunda-feira (9), e a filha Djaninha Lopes, 51 anos, contou como foi a fatalidade. “No momento da chuva, meu irmão e meu pai, que é deficiente visual, estavam com ela lá dentro. Meu irmão sentou minha mãe numa caixa perto da parede, mas depois de uns dois minutos, a terra desceu, e a parede acabou a imprensando, junto com a geladeira. Foi então que meu irmão tentou a puxar, mas não conseguiu. Ele chamou os vizinhos, ela ainda estava viva reclamando que estava doendo. Minha mãe foi colocada no carro e levada até a “volta do rio”, mas tinha muito barro na estrada, meu marido ligou para o Samu, mas avisaram que a gente deveria chamar o bombeiro, que nos atendeu bem, mas avisei a eles que não dava para passar carro. Eles vieram, mas realmente não tinha como passar, minha mãe acabou falecendo. Então juntaram alguns homens que a carregaram por três quilômetros até o carro da funerária. Quando cheguei aqui minha mãe já tinha falecido”, lamentou a Djaninha.
O padeiro José Paulo de Souza, 42 anos, ajudou a carregar o corpo da senhora Elzira até o carro da funerária. “Reunimos todos e fizemos parte do trajeto com o corpo nos braços, devido ao barro tivemos muita dificuldade, perto do rio estava mais perigoso, aí tinha árvore no meio da estrada, mas conseguimos chegar ao carro da funerária. O filho dela veio com corpo até na ponte, porque estava tudo interditado. E a situação ainda é perigosa, pois corre risco de descer mais barro”, contou o padeiro.