Eles pedem reajuste salarial prometido em acordo firmado durante greve do ano passado
CARATINGA- Em julho do ano passado, analistas e técnicos que trabalham na Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Caratinga promoveram um movimento grevista que se estendeu até outubro de 2015. A categoria pretendia recuperar as perdas ocorridas nos últimos 12 anos e pediu que parte dessa correção, na ordem de 12%, fosse colocada no orçamento do estado de Minas para 2016.
A SRE conta com 100 servidores, entre analistas e técnicos e quase 80% deles aderiu ao movimento. Os profissionais retornaram com a promessa do governo do Estado de reajuste de 16%, pago em duas vezes (8% em abril de 2016 e 8% em abril de 2017) e 5% para os analistas educacionais a serem adicionados em abril de 2016. No entanto, quase um ano se passou e o acordo não foi cumprido, por isso, os servidores fizeram uma manifestação na manhã de ontem, em frente à Superintendência.
A paralisação contou com o apoio de servidores de Manhuaçu e Coronel Fabriciano. Com cartazes e balões pretos, eles afirmaram que a categoria pode fazer uma nova greve, caso não seja atendida. De acordo com a técnica educacional da SRE, Cátia Aparecida Magalhães, a principal pauta de reivindicação é o pagamento dos servidores. “O movimento dos técnicos e analistas se deve ao fato de que, na greve do ano de 2015, deixamos uma pauta de negociação, tivemos uma promessa do governo, retornamos ao trabalho e essas promessas não foram cumpridas. Houve uma promessa de que se corrigiriam as distorções dos nossos pagamentos e isso não aconteceu, já estamos completando um ano que entramos em greve, paralisamos por três meses e, no entanto, até hoje, nada se resolveu”.
Outra questão apontada por Cátia foi a reposição do calendário de greve, que deveria ser cumprido a partir da negociação. “No entanto, as negociações não aconteceram. Está havendo de certa forma uma imposição dessa reposição por parte da Secretaria e a forma que está sendo imposto não está nos agradando, está caracterizando de certa forma um pouco de ‘assédio’, com relação a muitas Superintendências. A gente quer deixar claro que em Caratinga não estamos sofrendo esse tipo de assédio, mas, muitos colegas de outras Superintendências estão passando por ameaças mesmo, de inclusive corte no pagamento. Só que enquanto não se fechou a pauta da greve do ano passado é impossível querer cobrar essa greve já no pagamento das pessoas, sendo que essa negociação não aconteceu”.
A paralisação tem por objetivo chamar a atenção da sociedade, mas deixa o alerta para uma possível greve, como explica Cátia. “Demonstrar que nós ainda estamos mobilizados e a nossa insatisfação com essa falta de respeito para conosco. Estamos com indicativo de greve para esse ano ainda. A negociação continua, mas tem possiblidade de acontecer se não formos obviamente ouvidos”.
Elen Rosa de Souza, técnica educacional da SRE, reforça que a questão salarial tem sido a principal insatisfação dos servidores. “Está tendo uma distorção muito grande entre técnico da educação e um analista da educação, sendo que a gente faz o mesmo serviço. Retornamos da greve com a proposta de um reajuste de 8% para os técnicos e 5% para os analistas para esse ano, que apesar de não ser o que nós solicitamos, deveria ter acontecido em abril. Já estamos em agosto e não recebemos o que foi prometido”.