Segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública, menor taxa da região foi registrada em Imbé de Minas
DA REDAÇÃO- Como parte das ações de enfrentamento à violência contra a mulher, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) divulgou na segunda-feira (6), um diagnóstico com o detalhamento deste tipo de crime em todo o Estado. A transparência na divulgação dos dados, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, busca dar publicidade ao problema – buscando engajamento e mudanças de comportamento – além de detalhar os índices que são utilizados por várias políticas, de diferentes áreas do Governo, no enfrentamento da violência contra a mulher.
O “Diagnóstico da Violência Doméstica e Familiar em Minas Gerais 2015-2016” está disponível no site da Sesp e traz um panorama de violências físicas, psicológicas, patrimoniais, morais e sexuais sofridas pelas mineiras, com tipificações baseadas na Lei 11.640/2016, mais conhecida como Lei Maria da Penha.
O estudo traz dados de todas as 853 cidades do Estado, e também uma divisão por regiões de segurança. Além das taxas por 100 mil habitantes dos crimes contra a mulher, há uma análise da situação de cada localidade, definida como alto índice, médio ou baixo índice. Essa avaliação foi realizada a partir da média encontrada dos crimes em todo o Estado. A produção do documento é do Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), via Polícia Civil.
RESULTADOS
Em todas as regiões do Estado, segundo o diagnóstico, a violência física é o tipo de agressão mais sofrida pelas mulheres, o que inclui crimes como lesão corporal, vias de fato, homicídio e tortura. Ao se analisar os perfis das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar registradas nos anos de 2014 a 2016, nota-se que em aproximadamente 38% dos casos, são cônjuges/companheiros e, em 31%, ex-cônjuges/ex-companheiros os apontados como autores desse tipo de violência.
A maior parte das vítimas tem a cor da pele parda (46%), seguida da cor branca, em 33% dos casos. Em se tratando da escolaridade das vítimas, pode se inferir, a despeito da defasagem de aproximadamente 11% nos registros pelo fato de este não ser um campo de preenchimento obrigatório no Reds. Aproximadamente 23% das vítimas possuem ensino fundamental incompleto, seguido de 19% que são alfabetizadas e 18%, que possuem ensino médio completo. A faixa etária prevalecente entre as mulheres vítimas, com 30%, é de 25 a 34 anos de idade, sendo que 73% das mulheres vítimas desse tipo de violência tinham entre 18 e 44 anos de idade.
Das taxas de violência doméstica e familiar contra a mulher registradas na Região Integrada de Segurança Pública (RISP) de Ipatinga (ano 2016), Caratinga está entre as maiores (8,09) e foi considerada acima da média. O município está atrás apenas de Matipó (9,18), Barão de Cocais (8,93), Santo Antônio do Grama (8,58) e Naque (8,41). Caratinga, que havia tido uma queda da taxa em 2015, em relação ao ano anterior; teve aumento da taxa no ano passado.
Dos municípios da região, a menor taxa foi registrada em Imbé de Minas, que foi considerada abaixo da média, assim como Piedade de Caratinga, Santa Rita de Minas e São Domingos das Dores. Já os municípios de Bom Jesus do Galho, Córrego Novo, Entre Folhas, Inhapim, Pingo D’Água, Santa Bárbara do Leste, São Sebastião do Anta e Ubaporanga foram considerados na média.
BOX:
Taxa de violência doméstica e familiar contra mulher nos municípios da região
Município | 2014 | 2015 | 2016 |
Bom Jesus do Galho | 4,76 | 5,31 | 4,93
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Caratinga | 8,24 | 7,74 | 8,09
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Córrego Novo | 3,07 | 2,42 | 4,55
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Entre Folhas | 2,77 | 3,17 | 3,96
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Imbé de Minas | 2,89 | 2,16 | 2,00
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Inhapim | 4,06 | 4,42 | 4,79
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Piedade de Caratinga | 3,05 | 2,61 | 2,71
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Pingo D’Água | 5,53 | 5,96 | 6,38
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Santa Barbara do Leste | 3,77 | 5,01 | 4,24
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Santa Rita de Minas | 6,30 | 3,97 | 2,97
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São Domingos das Dores | 2,19 | 3,09 | 2,72
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São Sebastião do Anta | 2,80 | 4,88 | 4,68
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Ubaporanga | 4,66 | 5,49 | 5,47
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Vargem Alegre | 5,78 | 4,76 | 3,45
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