CARATINGA – A Polícia Civil conseguiu prender duas pessoas suspeitas de estelionato em Caratinga e Inhapim, que estavam aplicando golpes adquirindo produtos de laticínio e frigorífico, se passando por empresas.
A investigação foi conduzida pelo delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, que em entrevista disse que a Polícia Civil foi acionada pela vítima no mês de outubro desse ano, noticiando que havia uma pessoa utilizando os dados da sua empresa, se passando por ela, e comprando produtos de fornecedores. “Esses produtos estavam sendo entregues em seu endereço antigo, então quando o caminhão passava lá para entregar não achava ninguém na empresa, ele entrava em contato com a pessoa que teria efetuado a compra se passando por proprietário, essa pessoa mandava um carro de aplicativo buscar, pegava a mercadoria, que não era entregue na empresa, mas sim para esse estelionatário que foi preso nessa segunda-feira (5)”, detalha Luiz Eduardo.
Ainda segundo o delegado, a vítima já tinha caído no mesmo golpe há dois anos, e a Polícia Civil tem conhecimento que há três anos o suspeito pratica o golpe na região. “Ele consegue dados de pessoas jurídicas, de empresas, que tem bom nome, que tem crédito no mercado, e com isso adquire produtos em fornecedores, geralmente produtos de laticínio e frigoríficos, muçarela, picanha, frango e bacon. Então utilizando o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da empresa, ele consegue comprar e se apossar da mercadoria e desviar da destinação que seria realmente para a empresa. Em 2021 ele chegou a ser preso em flagrante pela Polícia Civil, e em outubro a vítima do crime nos acionou falando que vários fornecedores estavam entrando em contato perguntando se era realmente uma compra feira por ela, e ela descobriu que alguém estaria usando os dados de sua empresa e que provavelmente seria a mesma pessoa que havia praticado o mesmo golpe anteriormente”.
O delegado explica que a partir desse fato narrado em outubro, a Polícia Civil começou uma nova investigação, que resultou na prisão de um dos comparsas do estelionatário na última sexta-feira (2). “A vítima nos acionou informando que teve conhecimento que uma empresa teria recebido um pedido e que essa empresa estaria na porta do antigo estabelecimento comercial dela tentando entregar. Na tentativa de entregar, alguém comunicou para ela, que falou com a Polícia Civil, e então fomos para o local, onde nós encontramos o caminhão esperando alguém para descarregar a mercadoria, e nisso chegou um motorista de aplicativo falando que havia sido contratado pelo proprietário da empresa e nos mostrou a conversa, e realmente ele estava conversando com uma pessoa pelo WhatsApp que utilizava inclusive a foto do proprietário do estabelecimento. Mas o motorista achava estranho que falava que era para buscar a mercadoria, mas que ele estava ocupado e o funcionário dele pegaria em outro local, e nos apontou onde seria. Lá encontramos o autor preso na sexta (2), um rapaz de Caratinga, que uma de suas atividades realmente é vender produtos de laticínio, e a mercadoria que estava sendo entregue era muçarela. Ele foi interrogado e confessou que sabia do golpe e estaria em coautoria com autor preso nessa segunda (5), em Inhapim e que estava sendo investigado desde 2019”.
Com base nessas informações, a Polícia Civil fez um levantamento, e descobriu que no ano de 2022 nove boletins de ocorrência foram lavrados identificando o suspeito preso nessa segunda-feira (5), como autor de golpes da mesma forma, que era o cabeça do crime, e é de Inhapim. Com base nisso foi feito o pedido de prisão preventiva, que foi deferido pelo plantão judiciário.
O delegado destacou ainda que é importante a participação da vítima para investigar crimes de estelionato, pois ela tem as informações principais.
GOLPES PELO WHATSAPP E PELA INTERNET
Diversas pessoas estão sendo vítimas de golpes através do WhatsApp, do Facebook e de um site de vendas. “Com a pandemia as pessoas passaram ficar mais em casa e aumentou-se a utilização dos meios virtuais para prática de atos comerciais, sociais, então o celular passou a ser mais utilizado, sendo uma ótima chance para quem queria praticar crimes. De 2020 para cá aumentaram muito os crimes de estelionato, grande parte são apurados, mas dependo da ajuda das vítimas. As pessoas podem evitar o golpe, que geralmente é aplicado por meio de WhatsApp. No WhatsApp é muito comum o golpe em que a pessoa se passa pelo filho, pela mãe, por um parente qualquer, utilizando inclusive a foto da pessoa, mas com telefone diverso. Basta ligar para o telefone antigo e perguntar para quem está pedindo ajuda. Recentemente ocorreram vários vazamentos de dados de brasileiros, com isso os estelionatários conseguem os telefones e vão testando os que tem foto e habilitam novo número. A foto estava disponível para qualquer pessoa ver. Existe uma função no WhatsApp em que apenas pessoas da sua família, amigos, conseguem ver sua foto, é importante habilitar essa função. Desconfie se o parente pedir Pix, desconfie, ligue. Tem muito golpe também pelo OLX e Facebook, autor clona anúncio com preço muito menor, então é motivo para desconfiar. Nunca aceite que um terceiro faça intermediação, e só aceite fazer o depósito conta da pessoa que é dona do bem”, conclui o delegado.