Neurologista Gustavo Liberato comenta os aspectos da síndrome e defende que o autismo tem cura
Desde o ano passado, a Síndrome de Asperger se tornou um dos assuntos mais comentados, após a novela ‘Malhação’ exibida pela Rede Globo trazer o drama da personagem Benê (Daphne Bozaski), que tem dificuldades na interação social e na habilidade de comunicação.
Muitas pessoas não sabem, mas o Ministério da Saúde elaborou um documento chamado ‘Linha de cuidado para atenção às pessoas com transtorno do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde’, que orienta a gestores e profissionais e objetiva contribuir para a ampliação do acesso e a qualificação da atenção às pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) e suas famílias.
O Diário Saúde deste domingo (4), traz entrevista com o neurologista Gustavo Liberato. Ele explica sobre a síndrome e esclarece o que a difere do autismo clássico. E defende: “O autismo tem cura”.
O que é a Síndrome de Asperger?
É um transtorno do desenvolvimento, que pertence ao grupo de perturbações do espectro autista. É caracterizada pela dificuldade nas interações sociais e na compreensão da comunicação não-verbal.
Como é feito o diagnóstico?
Na maioria dos casos, a doença é diagnosticada após os três anos de idade e isso se deve principalmente ao atraso no desenvolvimento da linguagem, transtorno comportamental e dificuldade de socialização. O diagnóstico é realizado através de uma equipe multidisciplinar que envolve inicialmente: neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo.
O que a difere do autismo clássico?
A Síndrome de Asperger apresenta os mesmos sinais e sintomas do autismo, porém, de forma mais branda, assim, determinando menor comprometimento no desenvolvimento social e da linguagem.
E quais as dificuldades mais comuns no desenvolvimento da criança?
Em particular, entender e se relacionar com outras pessoas, participar de toda a vida familiar, escolar, laboral e social.
Qual o tratamento indicado?
Ao contrário do que se difunde nos meios de comunicação, o autismo tem cura sim, já provado em pesquisas publicadas pelo Dr. Aderbal Sabbrá Jr. “da qual eu fiz parte como pesquisador”, quando se introduziu ao tratamento convencional a restrição de alguns alimentos específicos mostrando a importância da intolerância alimentar. O tratamento tradicional: uma equipe multidisciplinar composta principalmente por neurologista, fisioterapeuta e fonoaudiólogo qualificados e a participação ativa da família.
Quais cuidados a família precisa ter no acompanhamento a pessoas a pessoas que possuem a Síndrome de Asperger?
Possibilitar que o portador de Asperger melhore sua qualidade de vida, através do apoio e parceria com a família, onde cada avanço aponte novas possibilidades e a aprendizagem possa fluir naturalmente, com respeito às diferenças e partindo em direção à otimização do processo educativo e social dos Aspergers. A batalha e a participação da família neste processo são de extrema importância, ajudando seu ente a transformar suas atividades obsessivas em paixões e, acima de tudo, incluir amor em todas as ações.