CARATINGA- Nos últimos dias, circulou nas redes sociais um vídeo envolvendo a vereadora Rosilene Franco da Silva Cassiano, com a denúncia de que alguns medicamentos da Prefeitura estariam em sua posse, uma vez que ela já trabalhou em um posto de saúde do município.
Na última sexta-feira (1°), foi publicada no Diário Eletrônico do Executivo, a portaria de instalação de Processo de Sindicância visando apurar possível ilícito administrativo de Rosilene Franco da Silva Cassiano, à época servidora contratada no município.
Conforme o documento está sendo apurada a denúncia de que a ex-servidora contratada Rosilene Franco, que permaneceu nos quadros de funcionários na Prefeitura até o 14 de agosto de 2020, teria deixado em sua residência medicamentos/materiais, que em tese poderiam pertencer ao município.
O executivo destaca que os desvios de comportamento são passíveis de punição nos termos da legislação aplicável à espécie, inclusive com a possibilidade das punições pertinente nas disposições legais e que a atitude sob investigação causa abalo ao serviço público e implica em consequências previstas na legislação aplicável à espécie e nas punições decorrentes do contrato pactuado.
Com a formação da comissão que irá apurar o caso foi estabelecido prazo de 60 dias para conclusão dos trabalhos, podendo este ser prorrogado, a pedido da presidente da Comissão, por igual período.
PERSEGUIÇÕES PESSOAL E POLÍTICA
A reportagem procurou a vereadora Rosilene para falar sobre o assunto. Ela disse à reportagem que o caso envolve “perseguições pessoal e política” de seu ex-marido e pessoas que desejam ocupar o seu cargo na Câmara.
Rosilene disse que já fez o pedido de medida protetiva contra o ex-marido e registrou boletim de ocorrência por ameaças. Sobre o vídeo, ela afirma desconhecer a origem dos medicamentos que foram expostos. “Circulou, ele fez o vídeo, colocou certas pessoas, manipulou elas, inclusive tinha pessoa menor de idade no meio. Creio eu que deve ter falado alguma coisa para elas. E falando sobre mim, como se fosse eu, verdadeiramente, dona daquilo ali, que eu teria aquilo ali em casa. Sendo que eu já tinha largado ele e nem estava lá mais, não sei nem quando ele fez aquilo. Ele arquitetou tudo aquilo para me prejudicar. Foi tudo, infelizmente, bem planejado. A voz no vídeo era dele, ele fez aquilo bem feito para me acusar de roubo, me tirar do poder. Mas, graças a Deus nunca precisei de roubar e nem fazer nada disso. Neste tempo que me separei aumentou mais a ira dele, então, ele quer me tirar do Legislativo. Não sei de onde ele tirou aquilo, agora fica para a Justiça. Realmente eu tinha remédio em casa, mas, os meus medicamentos que são separados, uma medicação de controle normal”.
Rosilene ainda frisou que se sente perseguida com o objetivo de tirá-la do cargo e que a situação tem afetado sua saúde mental. “Porque eu saindo, vem outra pessoa para o meu lugar. Tenho passado por dificuldades muitos grandes na minha vida esses meses, por tudo que ele tem feito comigo. Ele já protocolou várias coisas que não deram em nada, pois, não têm nada a ver, falsidade ideológica, por exemplo. Ele está querendo é acabar comigo. Como funcionário da prefeitura, ele tinha chaves de tudo, das repartições, do dia que chegava, onde parava. Com certeza ele trouxe de algum lugar. Estou até fazendo tratamento psicológico e psiquiátrico devido a essa situação”.
A vereadora ainda explica de que forma intermediava o fornecimento de medicamentos para pacientes atendidos pelo posto de saúde, do qual ela trabalhava. “Sempre ajudei as pessoas quando exercia o cargo no posto de saúde, mas, da forma correta. Se um paciente me procurava que seus medicamentos de controle tinham acabado, eu simplesmente pegava o prontuário para o médico prescrever a receita, que vinha para a farmácia de Caratinga com todos os dados do paciente e os agentes entregavam”.
A respeito da Sindicância, a reportagem entrou em contato com a Câmara de Caratinga, que informou que o Legislativo ainda não recebeu formalmente a denúncia envolvendo a vereadora.
O DIÁRIO entrou em contato com o ex-marido de Rosilene Franco, citado nesta reportagem, no entanto, até o fechamento desta edição, ele não havia retornado os contatos telefônicos.