CARATINGA- O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) anunicou greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino, a partir de 11 de fevereiro.
A categoria reivindica propostas de pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional, direito respaldado pela Lei Estadual 21.710/2015 e pela Lei Federal 11.738/2008, bem como o cumprimento estrito do repasse de 25% da receita corrente líquida do Estado para a Educação. Também busca pela quitação do 13º salário de 2019, a interrupção de políticas que dificultam o acesso à Educação, como sistema de pré-matrículas online, Plano de Atendimento, fusão de turmas, demora na publicação das remoções e resolução de designação.
CARATINGA
Em Caratinga, a subsede local, coordenada por Maysa Salgado também mobiliza a categoria para o movimento grevista. No entanto, ainda não é possível saber a adesão, o que deverá ocorrer apenas na próxima semana, coincidindo com a volta às aulas da rede estadual.
Maysa Salgado detalha alguns dos motivos que levaram à decisão pela greve. “Devido ao desmonte que o Governo Zema está fazendo no Estado. Um dos motivos é o Regime de Recuperação Fiscal que ele quer colocar para ser votado em Assembleia, congelando a carreira, as pessoas não têm mais promoção por escolaridade, progressão na carreira, reajuste, nomeações e concursos públicos. Outros motivos também como matrículas online, temos crianças que não conseguiram ainda efetuar a sua matrícula e muitas delas foram encaminhadas para escolas muito distantes de suas casas. Tem criança que mora no Bairro Limoeiro e foi encaminhada para o distrito de Santa Luzia. Tivemos que fazer um protocolo na promotoria para solucionar o problema”.
O sindicato tem mantido diálogo com o Governo do Estado, mas, as propostas ainda não têm sido satisfatórias, como analisa. “Só através da pressão vamos conseguir negociar alguma coisa, porque desde o ano passado o governo tem feito várias reuniões e não tem avançado, não fala quando vai pagar o Piso Salarial dos Professores. Não apresenta uma política salarial e nem resolvem também os problemas que independem da questão financeira”.
O ano letivo 2020 da rede estadual tem início na próxima segunda-feira (10). Com o indicativo de greve, a coordenadora do Sind-UTE pede compreensão aos pais de alunos. “Fica um pouco tumultuado, mas, os pais precisam entender, eles também estão passando por esse processo de desmonte. O que o Governo quer é reduzir o máximo de vagas na escola estadual, jogar essas vagas no município e para empresas privadas também”.
É também nesta data, que será possível mensurar quantos profissionais entrarão em greve, como finaliza Maysa. “Dia 10 é um dia para informar, aqueles professores que vão aderir já no primeiro momento vão comunicar aos pais. Essa greve vai sendo construída gradativamente, nossa próxima Assembleia é no dia 14, para avaliarmos o movimento e se o governo até lá não chamar o sindicato e apresentar uma proposta, vamos dar continuidade à greve”.