O território da macrorregião de Saúde Sudeste, que engloba as Unidades Regionais de Saúde de Juiz de Fora, Leopoldina, Manhuaçu e Ubá, também viveu o pior período sazonal
DA REDAÇÃO – O II Seminário de Arboviroses da macrorregião de Saúde Sudeste foi realizado nos dias 30 e 31/10, no município de Juiz de Fora. O evento, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), teve como objetivo aprofundar a discussão sobre a preparação e resposta ao enfrentamento das arboviroses no território para o período sazonal que ocorre entre novembro de 2024 a maio de 2025. Arboviroses são doenças como dengue, zika e chikungunya.
Segundo a diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização da SES-MG, Marcela Lencine Ferraz, os seminários macrorregionais são um grande movimento da Secretaria de Estado com o objetivo de implementar ações preventivas. “A partir desse diálogo com os municípios, percorrendo todas as macrorregiões de Saúde, a Secretaria espera que, para o próximo período sazonal, a gente consiga antecipar as ações e, dessa forma, estar mais preparados”, explicou a diretora.
Minas Gerais viveu a maior epidemia da história em 2024. O território da macrorregião de Saúde Sudeste, que engloba as Unidades Regionais de Saúde de Juiz de Fora, Leopoldina, Manhuaçu e Ubá, também viveu o pior período sazonal. De janeiro até 31/10, a região tem 52.053 casos confirmados e 24 óbitos. Em todo o ano de 2023 foram 15.013 casos e 5 óbitos.
O primeiro dia do seminário abordou o Plano de Contingência das Arboviroses (PCA). O plano – tanto em nível estadual como municipal – é composto por quatro eixos: Gestão, Vigilância em Saúde, Redes de Atenção e Comunicação e Mobilização Social. De acordo com Keila Lima, referência técnica em Comunicação Social da Gerência Regional de Saúde de Ubá, que apresentou o eixo Comunicação e Mobilização Social, apesar de ter equivalência em relação aos outros eixos, é o que recebe menos atenção. “Investir em uma estratégia que envolva a comunidade no enfrentamento ao Aedes é a única maneira de realmente diminuirmos a infestação, pois sabemos que o mosquito ‘mora’ dentro das casas.”, relatou Keila Lima..“Inclusive, as resoluções SES-MG direcionadas às Arboviroses possibilitam recursos para a contratação de mobilizadores e comunicadores, e nossa orientação é para que os gestores aproveitem essa oportunidade de efetivar o PCA por completo, desde a primeira fase, fora do período de incidência das doenças, de forma tática que permita estimar os resultados”, reforçou Keila.
O segundo dia abordou o manejo clínico, que é o procedimento clínico adequado para um paciente com suspeita de alguma doença proveniente de arbovírus. A médica Ana Carolina de Oliveira, do município de Chiador, aproveitou o seminário como uma oportunidade para profissionais de saúde atuarem melhor em períodos epidêmicos. “A programação deu um norte para que haja uma melhor preparação nas unidades de saúde durante epidemias, e até mesmo para tentar evitá-las ou reduzir os efeitos”, disse Ana Carolina.
Ainda no mês de novembro, outras regiões do estado vão ter edições do seminário. Segundo a referência em arboviroses, da Unidade Regional de Leopoldina, Sirlene Valverde, diante do desafio das arboviroses, a SES-MG vem investindo no preparo de profissionais da saúde por meio de capacitações nos principais eixos temáticos: vigilância epidemiológica, controle vetorial, assistência, comunicação e mobilização social. “Esses seminários macrorregionais têm como objetivo favorecer a participação do maior número de profissionais que atuam nesses eixos. Dessa forma, esperamos ter um período sazonal mais fácil de enfrentar”, finalizou Sirlene.
Por Jonathas Mendes