Comerciante conta momentos de terror depois de ter sido roubado, sequestrado edopado
Por Adenilson Geraldo
CARATINGA – A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA conseguiu conversar ontem com o comerciante Cláudio Gomes Pacheco, 43 anos, residente em Piedade de Caratin ga, que passou por maus momentos depois de ter sido roubado, sequestrado edopado. Ainda meio sonolento, por ter sido dopado, Claudio contou que tinha um acerto para fazer com um rapaz no Córrego do Barracão, zona rural de Ubaporanga e saiu de casa por volta das 21h. “Quando cheguei à casa do rapaz, encontreio portão fechado, buzinei e não apareceu ninguém, já tinha desistido. Quando estava entrando no carro, um menino desceu e disse que o pai estava dormindo, mas foi chamá-lo. Fiquei com o carro ligado esperando. O rapaz chegou me passou R$ 1000,00 em dinheiro e R$1.500,00 em cheque”, contou Claudio.
A partir desse momento, por volta das 21h30, Claudio começou a passar por momentos de terror. Ele disse que quando estava manobrando seu carro, apareceram dois homens e colocaram a arma em seu pescoço. Os bandidos disseram que era um assalto, mandaram que Claudio passasse para o banco de trás de seu carro, arrancaram uma cadeirinha de um de seus filhos e o levaram. “Passamos perto da Nutrícia, pegamos sentido Caratinga, depois da Cooperhorta pegaram uma estrada de chão, quase chegando na divisa com aeroporto, entraramnuma lavoura e me pediram para passar todo o dinheiro, passei mil reais, queriam mais, eu disse que não tinha, tinha cheque, mas um deles não quis. Pediram meu celular, disse que não tinha, que havia ficado em casa, eles falavam que eu tinha sim, reviraram meu carro procurando”.
Os sequestradores perguntaram onde Claudio morava, temendo pela segurança de sua família não disse o endereço correto, mas os bandidos acabaram conseguindo olhando seus documentos. Eles perguntaram se Claudio tinha filhos, por conta da cadeirinha que estava em seu carro, ele respondeu que tem três, então começaram a dizer que ele poderia ficar tranquilo, que não o matariam. “Pedi que me deixassem com vida, perguntaram se o meu carro tinha seguro, respondi que não, disseram pra eu ficar tranquilo que dariam um ‘rolé’. Pegaram um vidrinho e me mandaram beber, disse que era pra eu dormir, enchi a boca e esperei que distraíssem para jogar fora,mas me mandaram engolir. “Vinte minutos depois fiquei mole, disse que desceriam do carro e eu ficaria lá dentro, achei que colocariam fogo no carro. Tentaram arrancar a outra cadeirinha, disseram que jogariam fora, falaram pra eu não olhar no rosto deles e disseram que qualquer coisa que eu fizesse já estavam acostumados com cadeia, sairiam e me matariam”.
Claudio disse que não criaria problema algum com eles. Foi então que os bandidos o trancaram dentro do carro. “ Escutei eles conversando, dividindo o dinheiro. Voltaram para dentro do carro, manobraram e desceram, perguntaram como ligava o som, liguei para eles. Vieram ouvindo música e aí não vi mais nada, fui acordar dentro do barraco, no Córrego do Cascata, zona rural de Imbé de Minas, eles tinham me dopado,eu tentava levantar e caía, não via ninguém, fiquei com medo de estarem por perto, mas já tinham sumido”.
Ontem pela manhã Claudio conseguiu sair do barraco, encontrou uma casa e pediu para que uma senhora chamasse um táxi para ele, contando que havia sido sequestrado.
O comerciante disse que em momento algum criou pânico, tentou manter a calma, ficar tranquilo e evitar atrito que causasse revolta nos bandidos. O carro de Claudio foi abandonado na BR-116, próximo a “Santinha”. O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.