Gestantes de baixo risco serão encaminhadas para o Hospital AMINAS, em Bom Jesus do Galho e de alto risco, para o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga
CARATINGA– A administração do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) se pronunciará hoje sobre a situação da instituição. A intenção é chamar atenção das autoridades que estarão na cidade para a inauguração da nova sede do Fórum, demonstrando a gravidade da situação do hospital.
Os médicos plantonistas da UTI neonatal e sala de parto da maternidade Grimaldo Barros de Paula, efetivaram a paralisação dos serviços por falta de pagamento dos salários no último dia 1° de dezembro. Os médicos já haviam sinalizado ao hospital, no dia 11 de novembro que, caso não houvesse o pagamento suspenderiam o atendimento no prazo de 30 dias.
Com a grave situação, a diretoria precisou suspender os atendimentos nestas especialidades, por tempo indeterminado. Segundo informações, com a falta de recursos do governo, o HNSA corre o risco de fechar as portas dentro de 15 dias. Com a falta de anestesistas, os atendimentos também estão comprometidos. A crise se agrava com a falta de um provedor; e conselheiros que estariam pedindo seus desligamentos do hospital.
SECRETARIA DE SAÚDE
O DIÁRIO DE CARATINGA entrou em contato com a secretária de Saúde, Raquel Carvalho, para saber um parecer do município sobre a situação enfrentada pelo hospital. De acordo com a secretária, a Secretaria de Saúde recebeu o ofício no final da tarde do dia 2 de dezembro informando sobre a paralisação da maternidade, a partir do dia 3 de dezembro. “Imediatamente o município entrou em contato com a Superintendência Regional de Saúde, através de seu superintendente Wagner Barbalho e também para toda equipe técnica da Regulação do Estado, colocando a situação emergencial apresentada”, explicou.
Raquel ressaltou que ainda na sexta-feira (2) foi recebido o fluxo de atendimento das gestantes de baixo e alto risco. Foi definido através da regulação do Estado que o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora deverá fazer o atendimento a estas gestantes e após cadastro no SUSfácil, as que forem de baixo risco serão encaminhadas para o Hospital AMINAS, em Bom Jesus do Galho e de alto risco para o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga.
Em reunião realizada na Superintendência Regional de Saúde, junto com a equipe técnica do estado e direção administrativa do Hospital, foram tratados assuntos referentes à crise financeira, “cobrando uma posição do Estado em relação a novos valores de contratualização do Hospital, sobre a situação da maternidade e a falta de profissionais para compor a escala de pediatria”.
Ao final da reunião, ficou decidido que o HNSA deveria se reunir com os médicos pediatras ontem e tentar uma nova negociação e forma de contrato, para que a escala voltasse a funcionar. Se não houvesse negociação, uma nova reunião deveria acontecer para redefinir os fluxos de acesso à assistência das gestantes. A Secretaria ainda afirmou que o município de Caratinga está em dia com todos os repasses firmado através de convenio.
Em resumo, as orientações foram: 1- encaminhar os laudos de transferência que serão cadastrados para o Aminas e Hospital Marcio Cunha; 2- entrar no chat e solicitar ao operador do hospital para encaminhar o laudo para o médico analisar antes de ser negado pelo operador do Susfácil; 3- registrar tudo nas ocorrências do laudo do paciente; 4- insistir nas buscas para garantir o acesso do usuário aos serviços de saúde e 5- solicitar ao Nossa Senhora Auxiliadora para colocar no laudo de transferência que o serviço de maternidade e uti neonatal está paralisado.
A Reportagem também entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta