Faltam sete dias para o término da campanha. Produtores devem vacinar bovinos e bubalinos de zero a 24 meses
DA REDAÇÃO- Faltam sete dias para o término da vacinação do rebanho mineiro contra a febre aftosa. Os produtores rurais devem vacinar bovinos e bubalinos de sua propriedade com idade de zero a 24 meses até o dia 30 de novembro. Caso contrário, estará sujeito a multa de R$ 81,28 por animal não vacinado.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) – órgão responsável por supervisionar e fiscalizar a vacinação do rebanho – estima que deverão ser vacinados, nesta etapa, cerca de 9,5 milhões de bovinos e bubalinos em todo o estado.
Em Caratinga, a expectativa é vacinar em torno de 30 mil cabeças, mas esse número pode ser maior, conforme a gerente do Escritório Seccional, Márcia Andrade. “Porque esse é o número que a gente tem declarado pelos produtores em maio. Mas, nasceram mais com certeza de lá pra cá”.
A vacinação é obrigatória e é a única forma de proteger os animais contra a doença. Além disso, a estratégia de imunização é importante para que o Estado mantenha o rebanho sadio e o status de área livre de febre aftosa com vacinação junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o que tem viabilizado as exportações de animais e produtos da bovinocultura de Minas para o mercado internacional, como ressalta Márcia. “Isso garante mercado internacional para nossa carne, garantindo preço ao criador e também para toda a cadeia, todas as pessoas que trabalham em torno do agronegócio da carne. Gera emprego e movimenta nossa economia. Então todo criador ao não vacinar põe em risco a economia do País, não é só o aspecto sanitário da propriedade dele em si. Põe em risco o emprego de milhões de pessoas, a reponsabilidade é grande”.
DECLARAÇÃO OBRIGATÓRIA
Além de vacinar o rebanho, os produtores devem obrigatoriamente declarar ao IMA a vacinação dos animais. Caso não faça essa declaração ao instituto, o produtor estará sujeito a multa de R$ 16,25 por animal. “A campanha está muito boa, os produtores têm vacinado e está indo muito bem o trabalho. Mas, a gente aproveita para chamar atenção porque está nos últimos dias, então todos os criadores devem fazer a vacinação e comparecer no IMA para fazer a declaração da vacina”, alerta Márcia.
O IMA estabeleceu que, a partir deste ano, só poderão fazer a declaração de vacinação presencialmente em uma unidade do IMA os produtores que sejam proprietários de até 149 animais. Os demais, com plantel igual ou superior a 150 bovinos ou bubalinos deverão declarar a vacinação do seu rebanho contra a febre aftosa exclusivamente por meio do site do IMA: www.ima.mg.gov.br. Para tanto, deverá utilizar o seu CPF e ter em mãos o número da nota fiscal de compra de vacinas, que será a sua senha de acesso ao ambiente da declaração de vacinação no site.
RECADASTRAMENTO
O criador também é chamado para fazer o seu recadastramento, regulamentado em portaria publicada no Diário Oficial Minas Gerais em 16 de setembro. O criador irá confirmar que permanece na atividade e a localização da sua propriedade, entre outros dados.
Aquele que não o fizer estará impedido de transitar com seus animais dentro e fora do estado; e fica impedido de vender animais do seu plantel ou participar de eventos agropecuários.
A medida tem o objetivo de regularizar os dados dos criadores junto ao IMA, uma vez que muitos produtores deixaram a atividade ou venderam seu rebanho e não comunicaram ao Instituto. “O criador tem prazo para recadastrar até o dia 29 de dezembro. Mas, não confundir com o prazo do final da campanha, que é só até 30 de novembro. No caso do recadastramento não cabe multa, mas também é obrigatório, porque ele pode ter o seu cadastro no IMA inativado. E o recadastramento inclusive é do criador mesmo, não é da propriedade nem do rebanho. Ele deve trazer uma conta de luz, CPF, identidade e telefone, para conferirmos os dados. É simples, rápido e necessário”, finaliza.
PRODUTORES CONSCIENTES
Alguns produtores já estão conscientes da importância da vacinação contra Febre Aftosa. É o caso de Júlio Jorge do Nascimento, que tem propriedade na zona rural de Imbé de Minas. “Nós não podemos deixar de vacinar. Antigamente quando a gente não vacinava, na época do meu pai, já passei por isso, era menino ainda, via aquela situação. Tinha um problema muito sério mesmo de Aftosa na região. Hoje vemos que depois que veio essa vacina, nunca mais tivemos esse problema. Tem gente que fala que tem que parar de vacinar, eu acho o contrário, que tem que continuar. Se não fosse essa vacina, não estaríamos livres dessa doença. Todo ano vacino, todo produtor tinha que vacinar seu gado”.
Maria Luiza também já garantiu a vacinação de seu rebanho, que fica na cidade de Ipanema. “Ao transmitir a doença compromete todo o rebanho, não só local, mas é muito vasto. O produtor tem que ter essa consciência. Quando era mais nova, me lembro da fazenda do meu sogro, que era perto de Governador Valadares, ter aftosa. Era um prejuízo muito grande. Hoje tem a tecnologia que só veio a ajudar.
BRUCELOSE
A Brucelose é uma doença grave, causada por uma bactéria chamada Brucela, que ataca bovinos, suínos, equinos, caprinos, ovinos e pode ser transmitida ao homem. A doença não tem cura. De acordo com o IMA, Quando a fêmea infectada aborta ou dá cria, a bactéria contamina pastagens, água, alimentos, estábulos e outros animais. O homem pode adquirir a doença ao entrar em contato com animais doentes, carnes e miúdos contaminados, restos de placenta, fetos abortados, tomando leite cru ou mal fervido e comendo queijo fresco produzido com leite cru.
Os sintomas são retenção da placenta- o animal dá cria e a placenta continua colada, provocando infecção; aborto- geralmente entre o sétimo e o nono mês de gestação; artrite- juntas inchadas e arquite- bolsa escrotal inchada. No homem, os sintomas mais frequentes são: febre, dor muscula e artrite.
Como prevenção, o criador deve procurar veterinário credenciado pelo IMA para realizar a vacinação de seu rebanho. Uma única dose protege por toda a vida. “Vamos aproveitar que a gente tá vacinando agora contra febre aftosa, que já está com o gado pequeno preso e vacinar também as fêmeas contra brucelose. São todas as bezerras entre três e oito meses de idade. A brucelose também pega no ser humano. É uma vacina obrigatória e um cuidado também do criador com seu rebanho, saúde dos seus funcionários e pessoas que consomem os seus produtos”.
As bezerras vacinadas deverão ser marcadas no lado esquerdo da cara com um V e o número final do ano da vacinação. Por exemplo V5 (vacinação ocorrida em 2005). Animais doentes, positivos ao teste para brucelose, deverão ser marcados com um P no lado direito da cara e encaminhados para o abate.