INHAPIM- Alguns moradores da zona rural de Inhapim entraram em contato com o DIÁRIO DE CARATINGA, receosos com o crescimento de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana na zona rural. De acordo com os relatos, há registros, por exemplo, nos córregos do Alegre e dos Granatos.
Para esclarecer a situação no município, a Reportagem entrevistou a secretária de Saúde, Luciana Seixas. Ela esclarece que a microrregião de Caratinga é endêmica para Leishmaniose Tegumentar Americana. No entanto, ela descartou um quadro de gravidade, em relação aos casos registrados em Inhapim, mas não citou o número de notificações. “Nos últimos quatro anos vem acontecendo aumento no número de casos incluído os municípios de Imbé de Minas, Vargem Alegre, Ubaporanga, Inhapim, São Sebastião do Anta, São Domingos das Dores, Caratinga, Entre Folhas, Piedade e Santa Rita de Minas. As notificações são acompanhadas pelo Estado e não caracteriza surto. O que tem acontecido é que alguns casos têm sido notificados em regiões do município diferentes das que antes aconteciam”.
De acordo com Luciana, a doença é causada por um protozoário, o Leishmania, que tem como hospedeiro o cão e também outros animais silvestres, como gambá e tatu, transmitida ‘mosquito palha’. “Este mosquito habita as matas e locais que propiciem sua proliferação, como os que tem acúmulo de mato, árvores sem poda, quintais e terrenos com presença de lixo orgânico e esgoto a céu aberto. Assim, é mais comum o acometimento de pessoas que vivem ou frequentam áreas rurais e principalmente próximo a matas”.
Para tratar dos casos notificados no município de Inhapim, a secretária de Saúde destaca a capacitação de médicos da rede municipal para diagnóstico e tratamento da doença. “O tratamento segue o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Estado, pode ser ambulatorial, feito no próprio município ou hospitalar, feito no Hospital Eduardo de Menezes em Belo Horizonte”.
Como não existe prevenção vacinal, o município também promove ações educativas e mutirões de limpeza, conforme enfatiza Luciana. “Porém sabemos que por ser o habitat natural do mosquito, as regiões próximo de matas é de difícil controle da população do vetor. É recomendado limpeza ao entorno das residências evitando a existência de criadouros do mosquito, também uso de repelentes, roupas de manga longa e uso de telas nas janelas”.
Em caso de lesões suspeitas, o cidadão deve procurar o posto de saúde mais próximo de sua residência. “Lembrando que a doença se manifesta com o aparecimento de lesões que não cicatrizam mesmo com o uso de medicamentos e pomadas e podem afetar também o nariz e nariz e boca”, finaliza Luciana.