Bugre, Dom Cavati e Iapu estão classificados como situação severa; PM de Meio Ambiente alerta sobre queimadas e incêndios
DA REDAÇÃO- Dados divulgados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram a situação da seca nos municípios brasileiros.
O monitoramento do Cemaden classifica as cidades em quatro categorias de seca: extrema, severa, moderada e fraca.
Na microrregião, considerando para este levantamento 20 municípios, Bugre, Dom Cavati e Iapu estão vivendo sob seca severa, uma das classificações mais altas da escala. 11 municípios estão classificados como seca moderada e seis deles como seca fraca, incluindo Caratinga.
QUEIMADAS
Com o tempo seco, queimadas e incêndios são registrados com frequência. Sargento Edil destaca que a Polícia Militar de Minas Gerais, através do Batalhão de Polícia Militar de Meio Ambiente de Caratinga tem, diuturnamente, realizado operações com objetivo de combater essas práticas. “Estamos em uma época crítica, do auge do tempo seco na nossa região, tempo de estiagem, há indícios de que as chuvas só cheguem na nossa região em meados de setembro ou outubro. Então, essa época geralmente é época de ventos fortes, principalmente agora, mês de agosto chegando, ventos fortes, mais a temperatura do dia, que se eleva bastante, sem nuvens, sol mesmo quente na nossa região. Isso tudo cria condições favoráveis aos incêndios, às queimadas. Estamos realizando operações no sentido de combater o crime de incêndio florestal e também as infrações de queimada na nossa região”.
O militar alerta que uma queimada, se não controlada corretamente, pode acarretar em um incêndio. “Geralmente as queimadas elas são controladas. A pessoa realiza um aceiro em volta do local onde ela pretende realizar ali a queimada. Ela tem o controle da situação, sabe exatamente onde é que vai queimar, mas o incêndio é o fogo sem controle. E, inclusive, o incêndio pode ser causado através de uma queimada. A pessoa pensa ali que poderia ter, no caso, o controle dessa situação na queimada e ocasiona, muitas vezes, o vento estar espalhando essa chama no sentido de ocasionar um incêndio florestal e um incêndio se tornando o fogo sem controle”. Edil destaca que o aceiro não só é permitido como é uma técnica recomendável, pois, impede a propagação do fogo. “É recomendável que o produtor rural, que a pessoa que possui um terreno na zona rural, que deseja proteger a sua mata, a sua floresta, até mesmo as suas lavouras, realize em volta dessas matas, dessas florestas, dessas lavouras, num local onde ele deseja proteger a sua propriedade particular, realizar aceiros em volta. Os aceiros auxiliam no combate às chamas, caso venha a ocorrer um incêndio em uma determinada propriedade, o aceiro auxilia no combate ao incêndio, auxiliando para que esse incêndio possa ser debelado.
Na tarde desta quarta (24), antes desta entrevista, a PM de Meio Ambiente atendeu a uma ocorrência de incêndio, em que o proprietário do local havia realizado um pequeno aceiro, mas, não da forma adequada, provocando um incêndio. “Sem uma qualificação, sem ajuda profissional mesmo, e nesse caso colocou fogo ali, achando que o fogo ficaria somente em volta daquele local onde ele havia aceirado, mas, infelizmente, perdeu o controle. As chamas vieram ali, inclusive, a queimar outras propriedades aqui próximo da cidade de Caratinga, ocasionando, assim, um incêndio florestal”.
O policial alerta que, tanto a queimada, quanto o incêndio florestal, são passíveis de autuações administrativas. “É importante salientar que a queimada pode ser autorizada, via IEF. A pessoa pode solicitar uma autorização para a queima controlada. No caso do incêndio, não existe autorização para o incêndio. Então, a pessoa que for pega, realizando uma queimada sem autorização ou um incêndio florestal, estará passível da autuação administrativa e no caso do incêndio florestal estará passivo ainda de responder criminalmente, porque o incêndio florestal é crime de acordo com a Lei 9.605 de 98”.
As queimadas sem controle, que acabam se transformando em incêndios, são ocorrências que não se restringem apenas a zona rural, mas também são observadas na área urbana. “Não somente em zona rural, até mesmo na zona urbana muitas vezes a pessoa tem um lote, quer fazer a limpeza, ao invés de contratar um profissional, uma pessoa para realizar uma roçada, acaba ali ocasionando um incêndio, uma queimada num lote dentro da área urbana. E nós temos também, claro, os incêndios que ocorrem na zona rural. Esses aí, muitas vezes, com consequências muito graves mesmo para o meio ambiente, para o ar que nós respiramos e também até para as matas e florestas que têm ali, perdem a fauna, a qualidade da flora, do solo, enfim, são muitos prejuízos que ocorrem no caso dos incêndios e das queimadas florestais”. A PM de Meio Ambiente enfatiza que o cidadão pode denunciar incêndios ou queimadas sem autorização na região. “Pode ligar para o número 155 ou então o número 181 para realização da denúncia. A denúncia é feita de forma anônima e a Polícia Militar estará atendendo aí com a mais brevidade possível a ocorrência solicitada pelo cidadão”.
Confira a situação em cada localidade da região:
Bom Jesus do Galho – Seca moderada
Bugre – Seca severa
Caratinga – Seca fraca
Córrego Novo – Seca moderada
Dom Cavati – Seca severa
Entre Folhas – Seca fraca
Iapu – Seca severa
Imbé de Minas – Seca moderada
Inhapim – Seca moderada
Ipaba – Seca moderada
Piedade de Caratinga – Seca fraca
Pingo-d’Água – Seca moderada
São Domingos das Dores – Seca moderada
São João do Oriente – Seca moderada
São Sebastião do Anta – Seca moderada
Santa Bárbara do Leste – Seca fraca
Santa Rita de Minas – Seca fraca
Tarumirim – Seca moderada
Ubaporanga – Seca fraca
Vargem Alegre – Seca moderada
- Queimadas são bastante comuns nesse período
- Sargento Edil alerta que a queimada, se não controlada corretamente, pode acarretar em um incêndio