(Parte I)
“Mas, entre mim e tu, meu caro Críton, é tão importante assim a opinião do povo?” – Sócrates –
Todos nós temos sonhos, cada um de nós temos desejos a serem realizados, todos temos alvos e metas em nossas vidas que esperamos alcança-los. Como todos nós sabemos, os planos e sonhos de uma pessoa não são iguais aos de outra, as metas e alvos a serem alcançados não são os mesmos, os objetivos e os motivos que levam uma pessoa a querer conquistar algo são completamente diferentes dos objetivos e motivos de outra. O motivo disso? Somos todos diferentes, temos histórias diferentes e, ao longo de nossa jornada pela vida, fomos moldados e afetados pelos acontecimentos de nossa história que, igualmente, se diferem, e muito, da história de outras pessoas.
Somos todos diferentes, e a nossa história de vida, as coisas pelas quais passamos desde a nossa infância, afetam todas as nossas escolhas, influenciam todos os nossos sonhos, todos os nossos desejos e, consciente e inconscientemente, serão elas que terão peso sobre as coisas que almejamos alcançar. Além de moldar nossos desejos e vontades, nossa história de vida e a experiência pelas quais passamos também são responsáveis por formar nossa consciência e nossa percepção de mundo (nossa cosmovisão), nos fazendo ser quem somos, nos dando a identidade e as características de caráter que hoje temos. Uma pessoa só é quem é por causa de todas as experiências que viveu, e é somente através do conhecimento dessas experiências que os desejos, sonhos, e ações de uma pessoa devem ser interpretados, só através do conhecimento dessas experiências que tais desejos e ações fazem sentido.
Como todos nós vivemos e tivemos uma história de vida diferente da dos outros, como todos nós passamos por experiências diferentes, e as interpretamos e interiorizamos cada uma delas de forma diferente, isso faz com que cada um de nós seja diferente dos demais, e almejemos coisas diferentes uns dos outros.
Se temos essa consciência, de que todos somos diferentes, de que cada um tem a sua personalidade, cada um tem uma história de vida diferente e, consequentemente, sonhos, desejos, e planos diferentes, e diferentes motivos por querer alcançá-los, por que julgamos tanto as atitudes, as ações, e os sonhos de uma pessoa sem conhece-la e, de igual modo, nos preocupamos tanto com o julgamento que as outras pessoas fazem de nós?
Todos nós sabemos de nossa própria história, e só nós mesmos sabemos a importância e os motivos de alcançarmos nossos sonhos, ou de fazer o que fazemos. Só você sabe de onde veio, e de onde quer chegar. Diante disso, vale mesmo a pena dar ouvidos à opinião da maioria? Ou devemos limitar essas opiniões a somente aqueles que realmente nos conhecem e querem nosso bem? Vale a pena fazer o que os outros querem, cedendo à opinião da maioria, com medo do que “os outros vão dizer”? Ou, vale mais a pena fazer e buscar aquilo que te traz paz e te faz feliz?
Muitos têm abrido mão de suas vidas e de sua felicidade por darem importância demais à opinião dos outros. Que não venhamos viver buscando a validação e a aprovação dos outros, mas que vivamos a nossa vida de forma que nos faça bem e felizes, do nosso próprio jeito, da nossa própria maneira. Se os “outros” pensarem que somos “loucos” ou “estranhos” por não sermos como eles querem, e daí? Nossa felicidade e bem estar valem muito mais do que a opinião do “povo” e de desconhecidos.
(Wanderson R. Monteiro)
São Sebastião do Anta – MG