SÃO SEBASTIÃO DO ANTA– A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Sebastião do Anta realizou na última semana o primeiro seminário com o tema “Transtorno do Espectro Autista-TEA e demais deficiências – Conhecer para compreender e incluir”. Participaram do evento 350 credenciados, entre professores, pedagogos, monitores e pais.
A palestrante terapeuta comportamental Silméia Martins Moreira falou sobre a abordagem terapêutica eficaz em diversos contextos. A psicopedagoga Leilamar Pires Gonçalves Santos, abordou a importância do diagnóstico e da intervenção precoce nas dificuldades de aprendizagem.
Já o neuropediatra Felipe Duarte Augusto realizou a palestra “Transtorno do Espectro Autista: compreendendo uma forma diferente de ver o mundo e de ser”.
O presidente da Apae, Sidney Carlos de Moura, destacou que ficou satisfeito com o resultado do seminário. “A ideia foi conscientizar e passar conhecimento quanto aos diagnósticos crescentes de casos de autismo e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Assim nos sentimos no dever de alertar professores, pais, estudantes e profissionais da saúde para o público que surge no âmbito escolar e a necessidade de uma intervenção precoce e efetiva por parte da sociedade e poder público”, disse o presidente Sidney Carlos
AUTISMO E TDAH
O autismo e TDAH são distúrbios neurológicos que costumam se manifestar logo nos primeiros anos de vida das crianças, podendo afetar aspectos como o desenvolvimento social e o aprendizado escolar.
O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, com causa genética, que se manifesta por meio de comportamentos classificados em dois grandes grupos: desatenção e impulsividade-hiperatividade. É estimado que 3 a 5% das crianças do mundo todo tenham TDAH, sendo que metade dos casos são perpetuados ao longo da vida adulta.
Geralmente, os sinais do TDAH são percebidos antes dos sete anos de idade pelos pais ou responsáveis da criança, como os professores e outros funcionários da escola, uma vez que o transtorno interfere diretamente no comportamento e desempenho escolar. É comum que o diagnóstico seja um pouco mais demorado em pessoas que manifestam somente os sinais de desatenção na rotina, que podem ser:
Distração – falta de atenção a detalhes, tendência em iniciar uma tarefa antes de terminar outra, incapacidade de se concentrar, dificuldade em realizar tarefas demoradas.
Dificuldade de aprendizado – erros em trabalhos e provas escolares devido a descuidos, dificuldade em organizar brinquedos ou exercícios, incapacidade em ouvir ou executar instruções.
Disfunção da memória – perda recorrente de pertences devido ao esquecimento, dificuldade em lembrar instruções e estudos.
Já as pessoas que possuem os sinais da hiperatividade-impulsividade em conjunto com os de desatenção costumam ser diagnosticados mais facilmente devido à intensidade da manifestação no dia a dia:
Inquietude e agitação – dificuldade de permanecer quieto, como na própria carteira escolar, por exemplo; interrupções durante conversa com outras pessoas; correr e escalar móveis, muros e objetos; fala excessiva; mãos e pés inquietos.
Atitudes impulsivas – realiza ações arriscadas sem se importar com a segurança pessoal ou de outras pessoas, interrupções durante conversas com outras pessoas, responder antes que concluam a pergunta.
AUTISMO
O autismo não é uma doença, mas sim um distúrbio neurológico conhecido como transtorno de espectro do autismo (TEA). Ele pode dificultar a comunicação e a interação social, além de fazer com que a pessoa tenha padrões restritos e repetitivos de comportamento. O TEA pode ter vários níveis de intensidade e cada uma provoca dificuldades diferentes ao longo da vida da pessoa.
Segundo a Organização das Nações Unidas, estima-se que 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo – e a maioria ainda não sabe. No Brasil, estudos indicam que a idade média para diagnóstico é de quatro anos e 11 meses de idade, mas, em geral, os primeiros sinais do distúrbio podem ser notados em bebês de poucos meses até os primeiros anos da infância. São eles:
Dificuldade em manter contato visual e expressar emoções;
Dificuldade na comunicação, como uso repetitivo da linguagem;
Não atender quando chamado pelo nome;
Apego excessivo a rotinas e/ou a determinados objetos;
Ações repetitivas;
Interesse intenso em coisas ou assuntos específicos;
Sensibilidade sensorial – podem se incomodar ou ter forte interesse por ruídos, luzes, cheiros, toque, texturas;
Capacidade de memória acima da média.