Vereador é acusado de invadir espaço público e ameaçar chefe de gabinete, porém ele afirma que a área lhe pertence e não à prefeitura
SÃO DOMINGOS DAS DORES – A prefeitura de São Domingos das Dores está encontrando problemas ao realizar a construção de calçadas na Rua Dorval Martins de Paiva, no bairro Oliveiras. O imbróglio se deu em virtude de um terreno. A Prefeitura afirma que está área lhe pertence, porém o vereador José Gonçalves alega que este terreno é seu.
De acordo com boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar no último dia 16, o chefe de gabinete João Gualberto Gonçalves, junto do secretário de Obras, João Paulo Neves, esteve na área que fica ao lado da residência do vereador José Gonçalves, o “Zé Ginuca”, onde ele construiu uma cerca de tocos com tela no lugar em que está sendo feito o passeio público. Eles foram com objetivo de avisar que ele deveria retirá-la, já que não havia apresentado escritura que comprovasse que o espaço lhe pertencia.
Como a prefeitura afirma que a área de 50 m² pertence ao município e não ao vereador, o prefeito José Adair da Silva determinou que funcionários arrancassem a cerca que foi colocada só depois de começarem as obras de ladrilhar a calçada. Segundo registro, quando os funcionários da prefeitura terminavam de retirar a cerca o vereador chegou exaltado, questionando com que autorização João Gualberto estava derrubando a cerca e começou a lhe direcionar palavras de baixo calão e apoderou-se de uma régua de alumínio de aproximadamente um metro e meio utilizada por pedreiros e disse que iria matá-lo, sendo contido pelo sargento Roberto e o cabo Silva.
O projeto de implantação de passeio público na cidade foi aprovado através de emenda parlamentar, e caso a obra seja paralisada, o município terá que devolver o recurso à Caixa Econômica Federal.
VEREADOR DIZ QUE ÁREA LHE PERTENCE
A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA procurou na manhã de ontem o vereador “Zé Ginuca”, que disse que o local onde sua casa fica era zona rural e é uma herança de sua esposa, que tinha dois lotes. “Onde foi feita a rua que era um lote de minha esposa, tinha apenas uma pinguela, então resolvi doar para a prefeitura passar a rua no mandato passado. O prefeito da época tinha me avisado que não poderia comprar meu lote, pois seria uma lavagem de dinheiro a prefeitura comprar lote de vereador. Então doei o lote, fizeram a obra, a ponte, tudo dentro da lei, mas tem uma briga política, um vereador votou contra passar aquela rua ali, então o filho dele, como engenheiro civil, faz esse projeto para me prejudicar, não invadi calçamento. Não fizeram calçamento, fizeram o ladrilho, calçamento estava pronto há dois anos, é uma briga política. Estão querendo invadir uma parte do meu terreno”, disse o vereador que não tem a escritura do terreno, apenas o alvará.
O vereador disse que ficou muito nervoso quando viu que os funcionários da prefeitura tinham mandado desmanchado sua cerca e falou que só podem fazer isso com ordem judicial.