Departamento de Epidemiologia trabalha para impedir que Febre Amarela chegue até a área urbana da cidade
CARATINGA- Saíram os resultados do primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de Caratinga em 2017, na última segunda-feira (16). O índice para a cidade de Caratinga foi de 4,6%. Já o índice de Breteau (quantidade de focos encontrados dentro dos imóveis) foi de 5,9%.
Abaixo de 1% o índice é considerado satisfatório, no intervalo entre 1% e 3,9% a
situação é de alerta e igual ou superior a 4%, como é o caso de Caratinga, o município é considerado em surto.
Os dados foram colhidos entre 9 e 12 de janeiro. Foram visitados 19.972 imóveis, sendo 91 deles positivos para a presença do Aedes Aegypti. Os bairros que apresentaram maior incidência de infestação foram Santa Cruz, Esperança, Anápolis e Bom Pastor.
FOCOS ALARMANTES
A maior concentração de criadouros foi uma surpresa para o Departamento, como explicou o responsável pelo Controle da Dengue de Caratinga, o agente de Saúde Werner de Souza. “Foi predominante em caixas d’água elevadas, que são essas que estão ligadas à rede, saem das torneiras e caixas d’água que estão no nível do solo, onde as pessoas estão armazenando água com medo da falta d’água, principalmente as pessoas que moram na parte mais elevada da cidade. Quando fizemos o LIRAa tinha uma média de três semanas que não chovia em Caratinga, assim que foi terminada a pesquisa, tivemos três a quatro dias de chuva forte e muitos depósitos foram cheios de água com essa chuva, a
gente tem uma presença grande de Aegypti na cidade e precisamos da colaboração da população”.
De acordo com Werner, a maioria dos focos encontrados dentro das residências é alarmante. “O agente que faz essa visita, passa na casa no período de 60 dias e o mosquito tem um ciclo entre 7 a 12 dias. Então, precisamos que a população se conscientize que é necessário que a pessoa faça a vistoria do seu próprio imóvel. O agente é responsável por essa visita, é feita essa visita, só que num espaço de tempo longo. E eu preciso que faça a vistoria no seu imóvel no mínimo semanalmente. A responsabilidade de uma caixa d’água é do morador dessa casa. O agente passa, conscientiza, mas o morador tem que nos ajudar”.
AÇÕES
A partir dos resultados do LIRAa, o Departamento de Epidemiologia de Caratinga intensificará as ações no combate ao mosquito da dengue. Segundo Werner, as ações que serão tomadas contemplam aumento do contingente e intensificar as ações nas localidades que apresentaram a maior concentração de focos. “De imediato está sendo feito a visita domiciliar, que é rotineira e se projetando melhor para as contratações, a gente precisa aumentar o número, porque quanto mais funcionários a gente tiver realizando essas visitas, maior é a minha cobertura desses imóveis. Preciso é aumentar o meu número de visitas domiciliares”.
Quanto à situação dos lotes abandonados, a intenção é criar um projeto de lei, que permita responsabilizar os proprietários; “A pessoa tem que se conscientizar que se tem um terreno que está descoberto e não está sendo feita a limpeza, não é possível nossos agentes adentrarem nesse terreno e fazer vistoria. Hoje Caratinga tem uma concentração muito grande de terrenos abandonados e não sabemos nem quem são os proprietários”.
Na manhã de ontem, a equipe de Controle da Dengue esteve no Bairro das Graças, dedetizando uma área onde o mosquito da dengue poderia estar alojado. O trabalho está sendo intensificado para impedir que a Febre Amarela chegue até a área urbana da cidade. Isso, por que uma pessoa contaminada pela doença e que esteja passando pelo local poderia ser picada pelo mosquito urbano e levar a febre amarela para as pessoas que residem na sede do município. “Deixo claro que a ação realizada não é um UBV (Ultra Baixo Volume). É um perifocal, serviço de rotina. Tenho hoje uma infestação um pouco maior nos pontos estratégicos que são borracharias, ferro velho, onde há grande concentração de possíveis criadouros. Tenho que fazer esse trabalho lá mensalmente. Isso foi um trabalho de rotina, com aplicação de inseticida e uma bomba costal manual”.
Para Werner, falar em exterminar o mosquito é uma realidade um pouco distante, mas, a Secretaria de Saúde trabalha para conter a doença na cidade. “A gente tem uma concentração grande hoje de Aegypti na cidade, mas não temos epidemia. A gente pode vir a ter, mas a Secretaria de Saúde está empenhada em conter essa epidemia. Há risco de um surto de dengue, mas a gente ainda consegue evitar que ela chegue. A população é 50% ou mais nessa campanha, não temos agentes suficientes para fazer o monitoramento de todos os imóveis semanalmente, o que seria ideal”.
O fumacê só pode ser realizado a partir de casos suspeitos de dengue. Por isso, por enquanto, não será aplicado na cidade, pois apesar da concentração grande de mosquito, o vírus ainda não está circulando. O próximo LIRAa será realizado na segunda quinzena de março.